Projeto Psicologia e Desenvolvimento da Aprendizagem

TÂNIA CRISTINA RONTANI MELLO MORAES

RA: 8098282

PROJETO DE PRÁTICA

Centro Universitário Claretiano

Curso Licenciatura em Pedagogia

Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem

Professora Renata Andréa Fernandes Fantacini

Polo Bragança Paulista

2019

A Visão dos Professores sobre o Erro e o Fracasso Escolar

Introdução:

O presente trabalho tem como objetivo obter conhecimento do olhar dos professores a respeito do fracasso escolar, porque acontece e sugestões para superar/minimizar o problema, o fracasso escolar é uma dura realidade com a qual convivemos há muitos anos é uma séria problemática que resiste ao tempo. É fundamental que toda sociedade brasileira se mobilize frente a este desafio, o futuro do país, o desenvolvimento econômico, social e cultural está comprometido com o número de analfabetos funcionais que a escola pública esta formando.

Alguns professores definem o fracasso escolar como: “o professor entusiasmado em ensinar e o desinteresse do aluno em aprender”,  “falta motivação ao aluno”,  “algum problema físico-psicológico que afeta a aprendizagem”,  “quando não ocorre à aprendizagem do aluno, a escola não conseguiu desempenhar sua função”, “descontentamento dos professores”, “quando não são atingidas metas e propostas, tanto pelo educando como pelo educador”, “fracasso escolar é quando o aluno não consegue acompanhar as aulas e seu desempenho não é o suficiente para progredir diante dos objetivos propostos; o próprio aluno sente-se incapaz de aprender”, “a solidão dos professores no processo ensino aprendizagem; colocar os professores em segundo plano; as escolas são mais destacadas do que seus profissionais, os métodos, os conteúdos, os rituais e as normas passaram a ser o centro da educação”.

A compreensão dos professores a respeito do fracasso escolar mostrasuaprática no dia a dia na sala de aula, tem parte neste fracasso, com sua desmotivação e despreparo. Identificar o que é essencial, principal, fundamental; é critério indispensável para a seleção dos conteúdos do trabalho pedagógico.

Segundo Saviani: [...] é a transmissão-assimilação do saber sistematizado. Este é o fim a atingir. É aí que cabe encontrar a fonte natural para elaborar os métodos e as formas de organização do conjunto das atividades da escola, isto é, do currículo. [...] Um currículo é, pois, uma escola funcionando, quer dizer, uma escola desempenhando a função que lhe é própria (idem, p. 25).

É necessária muita reflexão e informação a todos os envolvidos no processo para mudança das práticas enraizadas, do trabalho pedagógico, formação continuada, planejamento e organização do trabalho do docente são condições essenciais para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. O educando não possui o nosso conhecimento se tivesse não seria aluno.

Desenvolvimento:

Identificação:

Nome: E C B C

Idade: 55 anos -               Tempo de Serviço:   35 anos

Ensino Superior: Pedagogia      Pós Graduação: Não     Outra Faculdade: Não

Faz cursos com regularidade?  Os oferecidos pela Secretaria de Educação.

Entrevista:

1. Na sua visão qual a importância da relação professor-aluno para a aprendizagem?

       R: Quando existe um bom relacionamento entre professor-aluno, a aprendizagem flui de forma mais positiva e construtiva. Uma boa convivência sempre cria um ambiente mais estimulante para ambos.

1. Como podemos estabelecer uma relação de qualidade professor- aluno?

R: Uma relação de qualidade será desenvolvida através do diálogo. As atividades devem ser acompanhadas de liberdade e transparência dos questionamentos sobre a necessidade e propósito do aprendizado. A liberdade e tranquilidade para perguntar suas dúvidas irá criar um ambiente de respeito, confiança e vontade de aprender; atualmente com o número de alunos na classe fica difícil colocar em prática.

1. O que você entende por fracasso escolar? Na sua visão quais são as causas do fracasso escolar?

R: Considero o fracasso escolar quando o aluno não aprende pelomenososconteúdos básicos  exigidos: ler, escrever e fazer contas.

1. Como você encara o erro do aluno no processo de Aprendizagem?  Como intervém diante desse erro?

O erro faz parte do processo, quando o aluno procura as respostas é passível de erro. O papel do professor é identificar o tipo de erro (distração, não entendeu a pergunta...), para então tomar a atitude correta.

Discussão:

Ouvindo suas respostas, vendo os movimentos corporais e expressão facial, percebo que se sente muito desamparada. O discurso comum dentro da escola e  desta professora que a culpa é da falta de estrutura das famílias dos alunos e falta da valorização do professor. É visível que alguns alunos apresentam problemas que necessitam de acompanhamento multiprofissional (psicólogos, fonoaudiólogos, oftalmologista, terapeuta ocupacional) disponibilizado pelo serviço médico do município, porem, os responsáveis não se engaja; estes alunos exigem mais da professora, gerando cansaço e irritação por não realizar o planejado, o cansaço e desânimo são evidentes.

Conclusão:

Analisando as respostas da professora, observo que atribuí o fracasso escolar mais ao educando que as práticas pedagógicas, que tem papel fundamental no processo de ensino aprendizagem.

Para Charlot (2005), o fracasso escolar não existe. Segundo ele, falar em fracasso escolar, hoje em dia, é tratá-lo como se existisse um monstro escondido no fundo da sala de aula, pronto para pular sobre as crianças das famílias populares. Nas palavras de Charlot, o que existe são alunos que apresentam dificuldades para aprender, são situações de dificuldade.

Entendemos Charlot, quando ouvimos o educando a respeito de quem é a criança que não aprende: sempre repreendido pelo educador que aponta seus erros, a maneira de falar, isolamento em sala de aula, dificuldade no diálogo com o professor, esta atitude faz com que eles acreditem que são incapazes de aprender, e que não adianta “perder tempo”, perdem o estimulo e a motivação, sentindo-se realmente incapazes de aprender.

Importante salientar que os alunos, ao perceber suas dificuldades na aprendizagem, se desinteressam, não presta atenção, param de fazer as atividades na sala de aula e as tarefas de casa e alguns ficam agressivos; sofrem por não entender porque não aprendem como os outros; nenhuma criança apresenta baixo rendimento por vontade própria.