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Projeto e Prática de Ação Pedagógica

Por:   •  3/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  292 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

PROJETO E PRÁTICA DE AÇÃO PEDAGÓGICA

                    THAINÁ STÉFANI CARRASCO DA SILVA T978653

SÃO PAULO – SP

2019

SEÇÃO II: BULLYING NA ESCOLA

As manifestações de violência que acontecem na escola são, por exemplo, as agressões verbais, as quais podem ser “consideradas incivilidades, xingamentos, desrespeito, ofensas, modos grosseiros de se expressar, discussões, que se dão muitas vezes por motivos banais ou ligados ao cotidiano da escola. ” (ABRAMOVAY, 2005).

O bullying está relacionado a diversos fatores e sofre influências de toda a sociedade. Embora haja leis, planejamentos e projetos voltados para a prevenção, são poucas ações que se preocupam com esse viés de atuação.

A intimidação sistemática é praticada com maior ocorrência no âmbito escolar, conforme pesquisa (Avilés 1999). Na sala de aula, sem o professor está em 1° lugar sem margem de dúvida e posteriormente, as localizações das ocorrências estão entre: o pátio sem o professor e na rua. Logo conclui-se que a ausência de autoridades e controle é um campo fértil para a prática.

Olweus (1983) em estudos realizados na Noruega mostrou que 40% das vítimas de bullying são do ensino fundamental e 60% do ensino médio, demonstrando que a necessidade de afirmação social (muito maior em jovens do ensino médio, onde a busca por evidenciação social junto ao grupo de convivência é muito maior) é um dos ingredientes principais do desenvolvimento da intimidação sistemática na escola.

A prática da intimidação sistemática remete à algumas características que, sem a devida atenção, podem passar despercebidas no dia a dia escolar.

O professor deve observar no grupo quando há diferenciações como: incidentes de agressões, falta de respeito, incidentes de gozação, rejeição, violação e ameaças para que seja registrado e recolhido essas informações para conhecer a situação e necessidades de intervenções daquele grupo. As reações acontecem em espaços menos regulamentados, como: o pátio, entrada e saída da escola, mudanças de sala de aula, momentos de brincadeiras, entre outras situações, relata Avilés (2013).

A violência, mesmo no âmbito escolar é favorecida quando há uma inserção deficitária na educação e no mercado de trabalho por parte da família do aluno e pela ausência de formação ética e cultural, sendo que esta correlação, pode ser notada pela diferença nos índices menores ou maiores de intimidação quando o professor está ou não presente no ambiente (sala de aula ou pátio por exemplo).

Foi feito um estudo de perfis de manifestações constantes e habituais nas vítimas nas testemunhas e nos agressores observa-se que todos costumam desenhar padrões repetitivos de atuação, o que nos predispõe a identificar seus traços. O perfil do agressor, então, é de um aluno bastante problemático, que procura suprir seus déficits em habilidades acadêmicas através de uma agressividade desmedida, onde tenta impor sua “superioridade” através da força ou popularidade e obter uma boa imagem de si mesmo. Não são os que obtêm sucesso escolar e possuem traços depressivos e, inclusive, ideações suicidas (Kahitala-Heino, et al.1999). No ambiente escolar, os agressores estão sempre se envolvendo em confusões, desentendimentos e discussões com outros alunos ou até mesmo professores. (SILVA, 2010).

Normalmente o agressor possui comportamento provocador e intimidador, resolve conflitos de forma agressiva, apresenta dificuldade em demonstrar empatia e possui condição familiar pouco afetiva. (Medina, 2018 - Agressor e vítima da violência escolar).

As vítimas, por sua vez, tendem a ser crianças que não possuem condição de reação, ou assim se percebem mesmo que a tenha, tem dificuldade de socialização, com perfil frágil e sensível, se mantém como reféns do grupo, não revidam ataques ou insultos por vergonha ou por conformação e são extremamente prejudicados pelas ameaças e agressões. (Medina, 2018 – Agressor e vítima da violência escolar).

A testemunha é a figura muito importante no processo de intimidação sistemática na escola, assim como em qualquer outro lugar, mas potencialmente na escola por se tratar de um espaço em que se reflete a sociedade de uma forma nano modular, ou seja, pelo poder que a escola tem de refletir de forma diminuta todo o desenrolar de uma sociedade para o aluno no tangente a convivência com pares e autoridades em um ambiente de convívio fechado. Surge neste contexto então, a importância deste terceiro elemento que é indispensável para o desenrolar do processo, uma vez que o bullying se caracteriza pela exposição da vítima em condição de rebaixamento em relação ao agressor perante um grupo, esta forma triática de visão do bullying denota ao profissional de educação perceber quando uma agressão é fortuita ou sistemática com perfis de bullying quando da presença deste terceiro elemento nas reincidentes vezes que venha a acontecer.

Quando perguntando aos alunos, sobre a gravidade que atribuem ao bullying e suas formas de apresentação (agressão física, verbal, e outras formas de intimidação) a característica do maltrato físico encabeça a lista e o bullying verbal, passa aos últimos lugares nesta escala de gravidade, o que demonstra não que a agressividade física é mais “letal” à vítima mas que é a que fica mais evidente, uma vez que a verbal se mantém velada e muitas vezes, até pela passividade da vítima, passa despercebida quanto a sua profundidade, para a maioria das testemunhas e até mesmo do agressor.

Há diferença entre a intimidação sistemática praticada por meninos e meninas. Os meninos, são mais agressivos (não só nas agressões físicas, mas também nas verbais), enquanto as meninas praticam de maneira mais velada, dificultando o diagnóstico.

Para se esquivarem da desaprovação social, as meninas se escondem sob uma fachada de doçura para se magoarem mutuamente em segredo. Elas passam olhares dissimulados e bilhetes, manipulam silenciosamente o tempo todo, encurralam-se nos corredores, dão as costas, cochicham e sorriem. Esses atos, cuja intenção é evitar serem desmascaradas e punidas, são epidêmicos em ambientes de classe média, em que as regras de feminilidade são mais rígidas (SIMMONS, 2004, p. 33).

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