Prova Acerca da História da Pedagogia

Questão 1

R.:

A educação no mundo medieval e antigo apesar de haver associações possuem muitas distinções, principalmente no contexto educacional abrangente e religioso a todos da sociedade. Na Grécia por exemplo, há a ideia de mestre e aluno, a preparação para o combate e o treinamento através dos jogos agnósticos, havendo aí uma relação pessoal entre ambos, denominada pederastia. No entanto, em Roma a educação civil era repassada dos pais para o filho, sendo a mulher menos submissa comparada a Grécia, essa era valorizada e reconhecida como sujeito educativo. Porém, a mulher grega era vista como perdição, sendo ela o motivo de “desatenção” dos homens e só ficava em casa para não atrapalhá-los, possuindo unicamente a função de esposa e mãe, a não ser pela sua função pública em funerais (atribuições aos toaletes e os lamentos fúnebres).

É importante mencionar a paidéia grega como um elemento da educação familiar, de bons modos e princípios morais a fim de formar o homem como homem e cidadão que possuía um caráter laico, a qual também foi adotada por Roma, porém com um caráter cristianizado

em que agregava os valores cristãos na formação humana. Acerca da paideia grega Cambi comenta: “A formação visa um "homem completo", moralmente desenvolvido, que não seja só um técnico, mas justamente um homem, nutrido de cultura antes de tudo literária e hábil no uso da palavra, consciente da tradição e que se faz "pessoa", sujeito dotado de caráter. “(CAMBI, 1999, 96).

Ambos modelos de educação foram helenizadas, isto é, passaram a “valorizar a humanidade mais própria do homem posta em exercício pela assimilação da cultura que exalta seu caráter de universalidade; mas se trata também de uma época em que se delineia uma cultura cada vez mais científica, mais especializada, mais articulada em formas diferenciadas entre si tanto pelos objetos quanto pelos métodos: é a época em que se desenvolve a ciência física em formas quase experimentais, em que se delineiam a filosofia e a historiografia em formas amadurecidas, em que cresce a astronomia tanto quanto a geometria e a matemática, como também a botânica, a zoologia, a gramática, dando vida a uma enciclopédia bastante complexa do saber. ( CAMBI, 1999,96).

Em suma, os mundos medieval e antigo passaram por um grande enfrentamento a barreiras de formação educacional, vemos que muitas questões sociais foram quebradas ao longo dos anos, como por exemplo, o abuso sexual de menores, o preconceito contra mulheres e crianças e a formação dos homens unicamente para o combate e formação civil. Apesar desse viés, as duas eras são referências e modelos educacionais, pois como disse Cambi, “ estamos diante de ‘’uma pedagogia do exemplo’’ , da qual Aquiles encarna a Areté ( o modelo ideal mais completo de formação) ligada à excelência e ao valor. Não só: já a partir da Ilíada “a música e a ginástica pertencem ao programa educativo” dos gregos e são indicadas como modelo e programa às jovens gerações justamente pela leitura educativa do poema homérico, que será contexto de formação - por séculos- das classes dominantes”. ( CAMBI, 1999, 78).

Questão 2

R.:

A supremacia utilizada pela paideia cristã romana através do modelo humanitas, traz uma cultura universalizada em que o orador precisa da formação de um falante ideal, que é necessário ser educado para possuir agregação a virtudes do caráter apropriado para obter uma vida ativa de serviço público, para estar apto a execução das funções ligadas a pólis e à política.

Assim há uma distinção entre paideia cristã e a paideia grega, visto que a cristã valoriza a formação religiosa, espiritual e mística, existindo a imposição aos indivíduos de que possuam uma vida monástica, ou seja, de que tenham abstenção de qualquer material que não seja proveniente da fé cristã e a distância dos conceitos racionais.

De qualquer forma existem muitas dificuldades no que diz respeito a isso, tendo em vista que a educação e formação do indivíduo tende a ser laica, essa hegemonia do saber cristão é inerente aos fundamentos religiosos e possui um confronto acerca dos demais saberes.

Embora seja uma educação voltada à moral e formação humana, a paidéia cristã se difere muito dos conhecimentos seculares, sendo voltada, apenas, para a religião e não abrangem conhecimentos ou virtudes de caráter mundana. É evidente que essa universalização tem como objetivo a propagação da fé cristã e utilizar o ensino escolar como ferramenta para tal finalidade.

Assim se dão falhas na educação medieval, na medida em que há a vida monástica. E o que aparenta estar no passado se faz no presente também de forma oculta, quando há a segregação de valores cristãos e mundanos, em que os que praticam os princípios morais cristãos, por razão de sua fé, devem abster-se de razões diferentes e contrárias a sua crença. Entende-se assim que a era medieval deixou sequelas para as gerações posteriores a sua, onde a fé e a razão não se relacionam e nem mesmo há laicidade na educação.

Os princípios cristãos da era medieval se fazem bem presentes nos dias de hoje, e visam um professor decente a tomar posse da profissão, em que sua racionalidade é medida pela sua índole e conduta moral, deixando abertos os pensamentos preconceituosos para aqueles que se diferem do eixo padrão fornecido em época anterior a sua formação.

E assim como citou Cambi, é necessária a mudança da cultura ocidental, pois está sendo repassada mesmo havendo os complexos problemas educacionais, precisando ser enfrentada nos locais em que há um determinismo cultural e ambiental para o processo da universalidade racional (CAMBI, 1999, 87). É essencial que essa mudança aconteça nos dias atuais também, visando uma a hegemonia do saber em uma sociedade laica sem relação com qualquer religião.

Questão 3

R.:

Sêneca critica a maneira em que os estudos conduzem ao lucro e não à aprendizagem, e que são úteis apenas quando dão uma preparação à mente e que não a ocupam de forma permanente. Ou seja, os estudos estão ligados a preparação a fim de obter um resultado, como acontece no tecnicismo, porém Sêneca adverte que os estudos devem ser o nosso aprendizado e não um trabalho real, no qual nos esforçamos exageradamente para conseguir obtê-lo.

Plutarco em um texto sobre a educação diz que o mestre precisa ter uma conduta de vida irrepreensível, uma moral