QUAL É O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
Por: debora_magdieli • 6/2/2020 • Artigo • 5.758 Palavras (24 Páginas) • 265 Visualizações
QUAL É O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA DIANTE DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
LUCCA, Débora Magdieli Lucca Vieira[1]
RESUMO
O artigo científico desenvolvido fundamenta-se em uma proposta de pesquisa bibliográfica e estudo de caso que aborda qual é o papel do psicopedagogo clínico diante das dificuldades de aprendizagem. A psicopedagogia clínica deve compreender como ocorre o processo de aprendizagem, além de conhecer as dificuldades existentes e possíveis transtornos que ocorrem durante o processo de ensinar e aprender. Ademais, conhecer os principais instrumentos de avaliação e seus campos de atuação. O aluno apresenta dificuldade de aprendizagem quando passa a não atingir os seus aspectos cognitivos de leitura, escrita e cálculos ou desempenhar outras atividades escolares com sucesso. Fatores como: o tipo de metodologia utilizada na sala de aula; currículo escolar que é oferecido aos alunos; a pouca falta de prática de alguns professores; conteúdos e exercícios inadequados; as questões orgânicas; cognitivas; afetivas/emocionais; econômico/social/cultural podem influenciar no processo da aquisição de aprendizagens bem como causar transtornos, primeiramente na criança, na família e depois na escola.
Palavras chave: Psicopedagogia clínica. Dificuldades de aprendizagem. Processo de aprendizagem.
INTRODUÇÃO
A psicopedagogia clínica vem se tornando uma fonte importante de pesquisa para a área da educação. O psicopedagogo é um profissional de suma importância, pois o mesmo contribui na busca de soluções para a questão de dificuldades e transtornos de aprendizagem. Precisa-se conhecer um pouco sobre esse profissional e sua área de atuação.
A psicopedagogia clínica forma profissionais qualificados para atender crianças e adolescentes com dificuldades ou transtornos no processo de aprendizagem.
O psicopedagogo tem como principal função realizar um trabalho preventivo ou interventivo (avaliação, diagnóstico e intervenção), além de conhecer as dificuldades ou transtornos existentes.
Durante o processo de avaliação investiga-se uma intervenção adequada para aquela dificuldade ou transtorno diagnosticado. Durante o processo de diagnóstico busca-se compreender as mensagens, muitas vezes implícitas, sobre os motivos que levam os pacientes a obterem resultados insuficientes ao esforço aplicado em sua busca pela aprendizagem.
A pesquisa bibliográfica aborda qual é o papel da psicopedagogia diante as dificuldades de aprendizagem, qual é o campo de atuação do psicopedagogo clínico, quais são os principais instrumentos de avaliação utilizados nas instituições ou clínicas e quais são as dificuldades e transtornos de aprendizagem existentes, entendendo o aluno de maneira interdisciplinar, buscando apoio em várias áreas do conhecimento e analisando a aprendizagem no contexto escolar e familiar, avaliando os aspectos afetivos, cognitivos e biológicos do paciente.
Segundo Chamat (2004, p. 26),
o profissional que diagnostica, necessita ampliar sua visão para além do momento em que se encontra, o que requer esmero e conscientização quanto à responsabilidade de sua atuação na psicopedagogia, pois o diagnóstico por ele realizado das dificuldades do aprendiz sempre se encontra vinculado ao âmbito clínico, institucional e familiar.
Com base nesta reflexão, surge o seguinte problema: Quais são os instrumentos de avaliação que o psicopedagogo clínico utiliza para identificar uma dificuldade ou transtorno de aprendizagem e qual o seu papel mediante essas dificuldades?
Dessa forma, o tema: Qual é o papel da psicopedagogia clínica diante das dificuldades de aprendizagem é de fundamental importância para os profissionais da área psicopedagógica por estar contribuindo com embasamentos teóricos para a realização da prática de investigação no contexto clínico. Sendo assim, justifica-se a necessidade de conhecer o campo de atuação do psicopedagogo e as dificuldades e transtornos de aprendizagem, além de apresentar os instrumentos de investigação e como podem ser utilizados durante o processo de diagnóstico.
2 A PSICOPEDAGOGIA E AS POSSÍVEIS DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
Esse capítulo tem como objetivo realizar um breve estudo sobre a psicopedagogia e as possíveis dificuldades e transtornos de aprendizagem. Para tal, abordar-se-á a psicologia clínica e seu campo de atuação, as principais dificuldades e transtornos de aprendizagem, a psicopedagogia diagnóstico clínico e principais instrumentos de avaliação e por fim, a metodologia adotada neste trabalho.
2.1 Psicopedagogia clínica e seu campo de atuação
A psicopedagogia clínica é a área do conhecimento que estuda como as pessoas constroem o conhecimento. Segundo a ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), em seu Código de Ética do Psicopedagogo, Capítulo I, Dos princípios, Artigo 1º:
A psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos (ABPp, 2011, p. 1 ).
Constata-se como ocorre esse processo de construção de conhecimento em pacientes, pressupondo-se analisar e identificar os pontos que possam, por acaso, estar bloqueando ou travando o processo de ensino-aprendizagem; atuando de maneira preventiva para evitá-los e, ainda, propiciando estratégias e ferramentas que possibilitem facilitar esse processo.
A psicopedagogia, como área de estudos, surgiu da necessidade de atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas à sua educação, mais especificamente à sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de comportamento social. Procurava-se, assim, o porquê ocorria essa problemática, avaliando e diagnosticando a criança, física e psiquicamente. Envolvidos nessa busca, estavam professores, psicólogos, médicos, fonoaudiólogos e psicomotricistas. Nessa primeira etapa da história da psicopedagogia, todo diagnóstico recaía sobre a criança, o que significava que nela estava o problema, sendo então encaminhada para atendimento especializado. Esse enfoque de diagnóstico, prescrição e tratamento, envolvendo prognóstico, trazia implícita uma concepção de que o fim da educação era de adaptar o homem à sociedade (MASINI, 2006, p. 249).
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