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REFORMA EMPRESARIAL DA EDUCAÇÃO

Por:   •  22/5/2022  •  Relatório de pesquisa  •  644 Palavras (3 Páginas)  •  123 Visualizações

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REFORMA EMPRESARIAL DA EDUCAÇÃO: MATERIALIDADE E PROJETO CULTURAL

A fala de Freitas nos mostra as preocupações com as reformas educacionais que vêm ocorrendo e chegando até a nossa realidade.

O autor acredita que a educação não pode ser colocada a serviço dos interesses de um setor da sociedade com o intuito de controlar os conteúdos, métodos e finalidades, que seria, no caso, o empresariado.

Assim, não seria ético que se continue a colocar na prática das redes públicas ideias que atingem milhões de jovens, se já temos o alerta de um conjunto de estudos significativo mostrando seus efeitos nefastos. Mesmo que a evidência disponível não seja declarada conclusiva, o nível de questionamento posto à reforma empresarial da educação recomenda que ela seja mantida fora das escolas e da política pública educacional. Esta dupla interdição é uma questão ética, antes que científica.

Diante disso, o autor alerta sobre as finalidades das empresas que “participam do processo educativo”, ivestigando sempre o que essas empresas pensam sobre a educação e em que direção querem caminhar “as reformas educacionais”, ou seja, “o mercado”, com a participação dessas empresas.

A privatização da escola impõe um modelo de gestão pautado por conceitos empresariais, de forma verticalizada, orientando, assim, a prática do individualismo e da competição, validando, na sociedade, formas de organização limitadas e injustas, bem como a reprodução de processos culturais relacionados à violência cultural e ao não reconhecimento das diferenças raciais e de gênero.

É necessário ainda analisar o maior número de informações possível sobre as intenções dessas empresas, quais os impactos pedagógicos que essas “intervenções” irão trazer para o ambiente escolar, verificando ainda de onde vêm essas ideias dos encaminhamentos pedagógicos e quais os impactos sociais que essas ações irão gerar em longo prazo e não somente no ambiente escolar.

A Base Nacional Comum Curricular busca padronizar os conteúdos e, com isso, de certa forma, os professores têm menos autonomia para elaborar suas aulas, muitos projetos que poderiam ser pertinentes não são “realizados/aplicados”, gerando assim certa desmotivação aos profissionais.

Ao se instaurar a competição no interior das escolas é uma forma de propiciar a prática educativa, por excelência colaborativa, convertendo-se em algo fragmentado e baseado na concorrência, atingindo não só os professores, mas, também, os próprios estudantes. Nessa concepção excludente, “melhora-se” a qualidade da escola fechando aquelas que não apresentem índices satisfatórios, eliminam-se estudantes submetidos a testes padronizados estreitos e sucessivos e demitem-se professores que não são considerados eficientes.

Além disso, outro aspecto mencionado é a meritocracia, que está presente em nossa sociedade, e normalmente quem “tem mais méritos” são as pessoas favorecidas financeiramente, o que acaba instituindo a desigualdade social. Isso é demonstrado, também, através do acesso às informações que normalmente são as pessoas com mais recursos financeiros, que acabam tendo mais oportunidades e, sendo assim, previlegiadas socialmente.

De acordo co Freitas, a reforma empresarial produz efeitos negativos, ofusca as autoridades e toma o lugar de outras soluções colaborativas que poderiam estar sendo construídas, impedindo-as de se desenvolver, pois, bloqueia, ela mesma, a própria evolução da qualidade da escola pública, ao apostar em métodos excludentes e de responsabilização verticalizada.

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