RESENHA DO FILME: O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN

RESENHA DO FILME: O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN

É um filme estadunidense de 1962, do gênero drama biográfico, dirigido por Arthur Penn, e baseado no livro The Story of my Life, de Helen Keller e na peça teatral de William Gibson.Conta a história real de Helen Keller, uma menina que, após uma grave doença infantil, ficou surda e cega. O roteiro do filme foi elaborado a partir das memórias escritas pela própria Keller, e acompanha os anos inicias da educação da menina junto com a professora Anne Sullivan.

O filme começa mostrando a angústia dos pais sem saber como lidar e quais recursos teriam para ajudar a filha a se adaptar e entender o mundo dentro de sua deficiência, a tia sugeriu pedir ajuda a Alexandre Graham Bell cujo pai, também inventor havia criado um sistema de educação para surdos, Bell indicou a professora Anne Sullivan que havia sido cega na infância e recuperou a visão após nove operações. Para se comunicar com Hellen ela utiliza o tadoma fazendo com que a garota repouse a mão sobre seus lábios e sua garganta para que ela sinta a vibração do som e a língua de sinais que ela faz com que Hellen perceba tocando os objetos e depois a sua mão e sua expressão facial.

Após confronto com os pais e muita perseverança, conseguiu ensinar a criança a sentar-se à mesa e não comer com as mãos e a portar-se educadamente como mostra em uma longa cena logo no início do filme, são minutos de tensão que dá para sentir toda força, angústia e fadiga das duas protagonistas, com esse incentivo Anne insiste com os pais em deixá-la educar Helen, várias cenas mostram o desespero de ambas com a situação nova, dos pais, e a persistência de Anne para que Helen através da língua de sinais, desenhando as letras nas mãos aprendesse e desse significados ao mundo ao seu redor. A cena ápice do filme onde Helen fala a palavra água quando sente a água escorrendo em suas mãos é o milagre a que se refere o titulo, a partir daí há a narração que Anne foi professora e amiga de Helen até sua morte.

De positivo o filme destaca o esforço e persistência da educadora apesar de sua metodologia agressiva de início, com determinação o objetivo foi alcançado a partir do momento que Helen passou a identificar através do contato e da língua de sinais a natureza e tudo ao redor.

De negativo vemos os pais mimando a criança e deixando ela agir como queria, como forma de compensação para sua deficiência, esse despreparo dos pais acabaram por fazer Helen viver um mundo sem sentido até a chegada de Anne.

O filme mostra agressividade e ao mesmo tempo beleza, recomendo para quem procura casos verídicos, que com determinação e esforço, os objetivos podem ser alcançados e a aprendizagem pode se completar da forma que, mesmo uma professora inexperiente pode aprender com uma aluna que fora criada a revelia, sem nenhum controle de si própria. Uma aprendeu com a outra fazendo a tão esperada ponte entre o ensino-aprendizagem que tanto buscamos, com o melhor resultado para ambas.

A língua é fundamental nas relações sociais e devemos criar uma relação de confiança com aqueles a quem vamos ensinar, acreditando em seu potencial para aprender, criando ambientes interativos para o desenvolvimento e autonomia dessa pessoa.