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RESENHA "ESCOLA E DEMOCRACIA", DE DEMERVAL SAVIANI

Por:   •  29/7/2016  •  Resenha  •  1.400 Palavras (6 Páginas)  •  3.511 Visualizações

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        RESENHA “ESCOLA E DEMOCRACIA”, DE DEMERVAL SAVIANI

 A obra de Dermeval Saviani “Escola e Democracia" lançada em 1983, atingindo no ano de 2008 sua quadragésima edição, denuncia a discriminação educacional nas escolas onde a classe dominante impõe as regras as serem seguidas, sendo assim apresentada uma nova pedagogia que venha superar as desigualdades.

         No primeiro capítulo do livro é levantada sobre a educação a seguinte questão: Equaliza ou Marginaliza? A partir da marginalidade as teorias educacionais se dividem em dois grupos, no primeiro grupo (Teorias Não-críticas) a educação é vista como instrumento de equalização social, superando assim a marginalidade. Dentro das Teorias Não-críticas temos a Escola Tradicional onde apenas o professor transmite aos alunos o acervo cultural. Impera nessa Escola a opressão dos educadores (“donos” do saber reproduzido de acordo com a elite dominante) sobre os educandos, reforçada por Paulo Freire.

[...] O educador, que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processo de busca. (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. p. 58. 18. ed. Paz e Terra.)

                 

A partir das críticas à Escola Tradicional surge no final do séc. XIX a Escola Nova, amplo movimento de reforma conhecido como “escolanovismo”. Agora o importante não é aprender e sim aprender a aprender. O professor é visto como um estimulador e orientador da aprendizagem, pois agora a iniciativa principal deveria surgir dos próprios alunos. Mas a absorção do escolanovismo pelos professores acabou por rebaixar o nível do ensino destinado às camadas populares, aprimorando a qualidade de ensino destinado ás elites. O pensamento era de que é melhor uma boa escola para poucos do que uma escola deficiente para muitos. Ao invés de resolver o problema da marginalidade a Escola Nova o agravou.

                  No final do séc. XX o escolanovismo apresenta sinais visíveis de exaustão, a Escola Nova na prática revelou-se ineficaz em face da questão da marginalidade. Surge então a Escola Tecnicista com enfoque no micro-ensino (aprender apenas o mínimo necessário) onde o importante agora é aprender a fazer. A marginalidade agravou-se, o ensino tornou-se ainda mais rarefeito, com altos índices de evasão e repetência.

                 No segundo grupo (Teorias Crítico- reprodutivistas) evidencia-se o fracasso das reformas escolares, reforçando a reprodução da sociedade de classes e o modo de produção capitalista. Com a Teoria do Sistema de Ensino como Violência Simbólica vemos que a dominação econômica (Violência Material) exercida pelos grupos ou classes dominantes sobre os grupos ou classes dominados corresponde à violência simbólica (Dominação Cultural). A Teoria reforça que a função da educação é a reprodução das desigualdades sociais.  A Teoria da Escola como Aparelho ideológico mostra que a escola reproduz  o sistema capitalista, inculcando nos educandos a ideologia da classe dominante. Com a Teoria da Escola Dualista a escola tem o papel de impedir o desenvolvimento da ideologia dos proletários (marginalizados) e a luta revolucionária. Fala-se também  numa possível Teoria da Compensação, onde a função básica da educação escolar continuaria sendo a de equalização social. Mas não podendo esquecer que há diversas formas de compensação a serem vencidas, a compensação alimentar, a compensação sanitária, a compensação afetiva, a compensação familiar etc. Sendo assim difícil remeter esse papel apenas a escola.

        No segundo capítulo do livro é trabalhada a  Teoria da Curvatura da Vara onde a escola viria como condição para consolidação da ordem democrática. Essa teoria usa o exemplo de uma vara curvada para o lado da  elite opressora (burguesia), onde para  haver uma reversão da situação seria necessário não apenas por a “vara” no lugar, mas também curvá-la para o lado dos oprimidos. Saviani expõe também uma crítica à Escola Nova que  quando surgiu tornou possível o aperfeiçoamento do ensino para a elite e o rebaixamento do ensino para as camadas populares O ensino a essas camadas populares pode ser ligeiro, rarefeito, pois a intenção da burguesia é essa, mantê-los dominados.

        No terceiro capítulo encontramos  três Teses Pedagógicas, A Tese Filosófico-histórica que mostra as influências de cada um e as lutas de classes trazidas pelo capitalismo, a Tese  Pedagógico- metodológica de caráter científico do método tradicional e do caráter pseudocientífico dos métodos novos, e a Tese Especificamente Política de como quando menos se falou em democracia dentro das escolas, mais ela esteve associada com a construção de uma ordem democrática, e quando mais se falou em democracia dentro da escola, menos ela foi democrática. Lembrando que educação e política “andam” juntas. Também é mostrado que além das Pedagogias da Essência e da Existência  existe uma Pedagogia Revolucionária que visa a igualdade essencial entre os homens, sendo essa uma pedagogia crítica. Fala-se também da Relação Autoritária ou Democrática da Sala de Aula, lembrando mais uma vez da opressão sofrida pelos educandos e colocando que a democracia não vem pronta, ela precisa ser conquistada.

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