RESENHA É POSSÍVEL TER UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE EM UM PAÍS SEM HISTÓRICO DE POLÍTICAS DE QUALIDADE?

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO CIBERESPACIAL

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

PROF. MSC. ADNA MELO MONTEIRO

José Alcione Cordeiro de Souza - 20137028

RESENHA É POSSÍVEL TER UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE EM UM PAÍS SEM HISTÓRICO DE POLÍTICAS DE QUALIDADE?

Belém

2016

---

É possível ter uma educação de qualidade em um país sem histórico de políticas de qualidade?

José Alcione Cordeiro de Souza

O professor da UNICAMP, Dermeval Saviani, em sua Aula Magna intitulada “Políticas Educacionais Brasileiras”, realizada na UFBA (Universidade Federal da Bahia), em 03 de março de 2015 e disponibilizada no Youtube, no endereço < https://www.youtube.com/watch?v=uhomL5IUoFk >, faz um retrospecto das políticas públicas no país desde seus primórdios até os dias atuais. Começa com os jesuítas, mostrando que os mesmos dominaram o cenário da educação brasileira por mais de dois séculos (1549 a 1759) e que por praticarem uma educação elitista, atendendo menos de 1 % da população, provocaram as reformas pombalinas (1549 a 1827), que os expulsaram do país e fecharam as escolas por eles mantidas.   Em 15 de outubro de 1827, foi promulgada a lei das escolas de primeiras letras, sendo esta a primeira iniciativa precária e intermitente de organizar a educação pública. Fala dos movimentos reformistas em 1920 e como eles evoluíram até a promulgação da primeira Lei de Diretrizes Básicas em 1961. Mostra como o golpe que levou ao regime militar em 1964 conduz ao encolhimento dos movimentos reformistas e finalmente fala da transição para a nova república e ‘sua política educacional caracterizada pelo democratismo, indefinições e ambiguidade’.

Dono de uma vida dedicada a desenvolver e defender projetos e pesquisa na área educacional, especialmente defendendo a análise crítica dos conteúdos agregada ao ensino das matérias comuns da escola, a chamada pedagogia histórico-crítica, Saviani deixa claro na sua fala que desde o início, as políticas educacionais brasileiras são marcadas por uma promiscuidade entre o público e o privado e que ‘a equação filantropia + protelação + fragmentação + improvisação tem sido responsável pela precarização geral da educação em todo o país visível na rede física, nos equipamentos, nas condições de trabalho e salário dos profissionais da educação, nas teorias pedagógicas e ensino-aprendizagem, nos currículos e na avaliação dos resultados’.

Com base nesta breve análise histórica, é possível ter uma educação de qualidade num país sem histórico de políticas educacionais de qualidade? Citando o professor Dermeval, que apesar de otimista, se mostra bem realista em suas expectativas, podemos afirmar que sim desde que permitamos que esse conhecimento da história das políticas educacionais em nosso país impulsione nossas lutas e aumente nosso grau de organização em prol de uma educação pública de qualidade, sempre cobrando dos governantes o efetivo alcance das metas previstas nos planos então vigentes.