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Relatório do filme “Eu não sou um homem fácil” Em uma concepção sociológica e antropológica

Por:   •  17/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.201 Palavras (5 Páginas)  •  479 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

CAMPUS XII

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

Andressa Rodrigues Martins

Relatório do filme “Eu não sou um homem fácil”

Em uma concepção sociológica e antropológica

Guanambi

2018

Andressa Rodrigues Martins

Relatório do filme “Eu não sou um homem fácil”

Em uma concepção sociológica e antropológica

Relatório apresentado à Universidade Estadual da Bahia, curso de pedagogia, como pré-requisito para avaliação nas disciplinas de Sociologia e Antropologia.

Professor(a):  Lidia de Teive e Argolo

Disciplina: Sociologia e Educação/Antropologia e Educação

Turma: Pedagogia - 1° semestre

Guanambi

2018

A produção cinematográfica “Eu não sou um homem fácil” (França, 2018, 98 min -  Direção: Eleonore Pourriat), é uma comedia que relata, de maneira cômica e irônica, a história de Damien, o típico estereótipo de um homem machista, que inferioriza e trata as mulheres como objetos. Entretanto, Damien bate com a cabeça em um poste e quando acorda está em um mundo invertido. Onde a sociedade deixou de ser patriarcal e machista, tornando-se matriarcal e femista. No filme, podem-se perceber algumas situações tanto de teor sociológicos, ligados às concepções de Max Weber, quanto antropológicas, direcionadas aos estudos de Roberto Da Matta e Gilberto Velho.

Percebe-se no filme alguns tipos de ação social de acordo com o ideário Weberiano. Para Weber, ação social é toda aquela ação humana dotada de sentido que é praticada no coletivo com uma finalidade e influenciada pela ação dos outros. Um dos tipos de ação social que aparece no filme é a ação racional motivada por fins, que é aquela que visa uma finalidade, como quando se concebe um objetivo e se aciona conhecimento e saberes para realiza-lo. Isso ocorreu com a atitude da escritora Alexandra, onde ela começa a se envolver com Damien, com o intuito de escrever o seu livro sobre ele e seu pensamento “masculista”.

Ademais, outro tipo de ação social presente no filme é a afetiva. Ação afetiva é aquela sem qualquer motivação racional, que se orienta exclusivamente pela emoção e pelo sentimento. Isso fica explicito em dois momentos do filme, o primeiro é quando Alexandra desiste de continuar escrevendo o seu livro sobre Damien, pois percebe que está apaixonada por ele. O segundo momento, é quando Damien descobre que Alexandra é casada, e tomado por ciúmes e fúria, destrói a casa da sua amada.

Além disso, a ação tradicional também se encontra presente no filme. Ação tradicional é aquela motivada pelos costumes, crenças e tradições que levam o individuo a agir em função deles, ou como sempre se fez, movido por hábitos fortemente arraigados em sua sociedade. Essa ação se faz presente nas atitudes de Damien, ao tratar as mulheres como objetos de prazeres colecionáveis, e a sempre tá assediando-as, pois ele vive em uma sociedade onde isso sempre foi considerado “normal” e sempre aconteceu.

Destarte, a última ação social Weberiana é a racional motivada por valores. Essa ação é realizada quando se age baseando em princípios ou em suas próprias convicções, levando em consideração sua fidelidade a tais valores. Em uma das cenas do filme ver-se um exemplo disso, onde a personagem Sybille ao perceber que Damien não se depila, se recusa a ficar com ele, alegando sentir nojo. Nessa realidade do filme, depilação se tornou algo destinado ao gênero masculino.

Não obstante, no filme, com a inversão dos papeis masculinos e femininos, diante da sociedade, faz com que o telespectador inicie um processo de desnaturalização de conceitos arraigados e pré-destinados aos gêneros. Dessa forma, não somente o personagem Damien passa pelo processo, inicial, de estranhar o exótico nesse mundo invertido, bem como, segundo os antropólogos, Gilberto Velho e Roberto da Matta, o individuo passa também a transformar o exótico em familiar e o familiar em exótico.

Para Velho, nós conhecemos as coisas pressupondo familiaridades e exotismos, pois ter familiaridade com fatos, situações e mesmo pessoas não significava conhecê-las. Conhecer exigiria do indivíduo um esforço de aproximação e distanciamento que poderia fornecer indicações para uma compreensão mais complexa dos fenômenos em que estão diretamente envolvidos, através de experiência, emoções, sentimentos e formas de classificação internalizadas. Sendo assim, o filme mostra a realidade de um homem, que achava que conhecia tudo sobre as mulheres, e de repente ele se encontra em um mundo onde tudo que era destinado ao universo feminino agora é para o masculino, onde ele sente na pele o que é ser mulher em um mundo onde existe superioridade de gênero.

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