Relações Étnicas Raciais
Por: 12122013 • 25/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.137 Palavras (5 Páginas) • 837 Visualizações
UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados
Curso: Pedagogia
Disciplina: Relações Étnicas Raciais
Professora: Dra. Terezinha Bazé de Lima
Aluno(a): Lusinete Pereira de Lima RGM: 05311234 Polo: Alta Floresta
Atividade 03 - AULAS 04 e 05
1 – Após o estudo detalhado das aulas 04 e 05, você deve selecionar livros didáticos do ensino fundamental (História, Geografia e Língua Portuguesa) analisar um dos livros para observar a representação da Diversidade Sociocultural, observando imagem, texto, narrativa, visando detectar/perceber a relação entre o livro didático e a construção dos estereótipos, do preconceito e da discriminação e ou da valorização, analisar de fato como negros e índios vem sendo tratados ( sua imagem e narrativa ) nos livros didáticos. Sistematize a questão, de modo a evidenciar a sua argumentação, obrigatoriamente o texto deve trazer as citações e exemplificações da teoria estudada nas aulas 04 e 05.
Obs. Identificar corretamente o livro analisado ( areado conhecimento/turma que destina, autoria, editora e texto analisado( ano e página) devendo trazer nesse texto de até uma lauda, citações do material de aula e do livro analisado. Não esquecer de colocar no final da atividade as referências e fontes pesquisadas de acordo com as Normas da ABNT . Alunos do exterior deverão pesquisar e fazer download de livros disponíveis em sites na internet para realizar esta atividade.
Atenciosamente,
Profª Terezinha Bazé de Lima
A pluralidade cultural A identidade é uma construção simbólica e imaginada, formada a partir da tessitura de um lugar para si e do reconhecimento de diferenças no outro. O sujeito pós-moderno, segunda a concepção de Hall (1999) aparece fragmentado, composto por várias identidades que podem até ser contraditórias. Um dos fragmentos dessa identidade é a crença no pertencimento a uma cultura nacional. Podemos asseverar que ainda hoje o método educacional geralmente não considera que os alunos chegam às escolas fortemente apontadas por uma diversidade de vivências e representações. Pois como assinala Oliveira (2000), quando essas diferenças se mostram no contexto escolar, a instituição através de seus educadores, trata de abafa-las, exterminá-las ou deslegitimá-las. E assim, fica evidente a desarticulação que há entre a instituição escolar e, as diversas referências culturais dos estudantes. Arroyo salienta que: estamos em um momento em que percebemos com maior sensibilidade que a história educacional da humanidade acontece colada à história social e cultural, que a educação das pessoas se dá na dinâmica histórica do desenvolvimento civilizatório e que a educação escolar tende a retomar e reproduzir a experiência humanizadora de nosso momento histórico. [...] mais inevitável se torna encarar a escola como um dos espaços instituídos da integração e das diversidades (ARROYO, 1996, p. 71). Dessa forma, representações de sujeitos classificados como “índio”, “negro” e “branco” na narrativa histórica dos livros didáticos podem contribuir na construção do sujeito brasileiro. Essas ilustrações, mesmo que relativos ao início da formação do povo e da estrutura social do Brasil possibilitam ao leitor do livro movimentos de identificação ou de estranhamento, à medida que tais sujeitos são mostrados em determinados lugares e posturas, aparecendo retratados ou realizando ações. De acordo com Joly (1996), uma imagem não pode ser avaliada em si como verdadeira ou falsa. Somente seu uso junto à linguagem textual pode dar-lhe um significado “correto” e, portanto, fechado: “Julgamos uma imagem ‘verdadeira’ ou ‘mentirosa’ não devido ao que representa, mas devido ao que nos é dito ou escrito que representa” (Joly, 1996, p. 116-117). É revoltante e absurdo que o livro didático seja manipulador de imagens que vinculam valores negativos de determinados grupos étnicos, segundo as palavras de Freitas (1997 p.85): “a falta de temas do aluno carente, do conflito de classes, da discriminação racial, quanto à presença de estereótipos” comprova que é necessária a inclusão de temas concernentes ao preconceito e às diversas formas de injustiça social. Assim, pode–se perceber que a estrutura do livro didático precisa ser modificada, para melhor atender a prática educacional e combater qualquer tipo de discriminação. Outro esclarecimento em que se apresenta o negro aparece na coleção A palavra é português, 1998, 5ª série, página 56, na lição nº 04, texto “A aposta”, em que surge a imagem de uma senhora negra de pano na cabeça, desenhada de maneira caricatural, caracterizando um estereotipo social, tendo em vista que as senhoras negras, nas raras vezes que aparecem nos livros didáticos, são apresentadas com características de serviçais, como acontece no exemplo citado. A personagem denominada Dona Durvalina possui nove filhos, de acordo com o texto, os mesmos aparecem ilustrados ao seu redor, usando chinelos e roupas remendadas, caracterizando pobreza; ao embaçar o negro desta forma, remete-se à sua associação como um elemento da sociedade que vive sempre num meio social desfavorecido. Por outro lado, observa-se que o senhor branco ilustrado aparece com roupas sem remendos, camisa por dentro da calça, cinto, caracterizando uma forma visivelmente mais apresentável, com um nível social de classe média, com característica de funcionário público. O índio é apresentado como ignorante, e não se trabalha com a perspectiva de que as ferramentas dos brancos os ajudavam em seu trabalho diário e por serem objetos que os índios não produziam, lhes eram de grande valor. O próprio valor infligido aos bens materiais depende de cada cultura. A imagem que o livro didático faz do índio é aquela adaptada pelos europeus, ignorando a produção intelectual recente que traz novas abordagens e concepções. As análises registradas garantem a presença de formas de preconceito e estereótipos presentes de forma implícita, até mesmo explícita, no livro didático de Português, o que comprova uma falta de preocupação com a pluralidade cultural existente no Brasil. De acordo com Crochik (1997 p.145), “a questão do preconceito deve ser diretamente discutida, procurando o professor esclarecer a falsidade de seu conteúdo”, isto é, o educador deve tentar demonstrar ao aluno que o livro didático não é dono da verdade absoluta, e fazer com que ele esteja sempre alerta, sendo crítico, ao se deparar com situações discriminatórias. Na realidade, cabe ao professor mostrar ao aluno o preconceito e a discriminação apontados pelos autores dos livros. Esta postura, além de despertar o senso crítico no aluno, desenvolve um a série de estratégias de leitura aplicada na formação do aluno leitor.
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