Resenha - A constituição do ser surdo sob diferentes perspectivas
Por: saintsclr • 27/5/2020 • Resenha • 617 Palavras (3 Páginas) • 232 Visualizações
A constituição do ser surdo sob diferentes perspectivas
A surdez, foi vista de diferentes formas ao longo da história. Duas formas que podemos analisar são: Modelo Clínico e Modelo sócioantropológico. Para o clínico, a surdez é vista como deficiência, doença, e tendo como única forma de socialização do surda o seu “tratamento”, ou seja: sua cura. Para o sócioantropológico, é o oposto. A surdez é vista apenas como uma diferença, fazendo com que os surdos formem uma comunidade minoritária, caracterizada por compartilhar uma língua de sinais e valores culturais, hábitos e modos e modos de socialização próprios. No clínico, os surdos acabavam sendo privados da socialização, crianças eram tiradas da escola e vagavam de médicos e médicos atrás de sua “cura”.
Mas ao longo do tempo, e com persistência, os surdos foram conquistando o seu lugar, aos poucos, tendo em vista que até hoje existem preconceitos, mas para bater de frente com o preconceito também está o Orgulho Surdo. Como lemos nos textos, de McCleary, os Norte-americanos têm até um nome para o Orgulho Surdo (Deaf Pride), mostrando como eles tem orgulho de serem surdos, consequência de serem orgulhosos de sua língua. São duas coisas que andam juntas, você não pode ter vergonha de ser surdo mas ter orgulho de sua língua de sinais. Você ter orgulho de ser surdo é você mostrar, principalmente aos ouvintes, que você é feliz como é, por que o ouvinte sempre acreditou que você tem uma perda ao não escutar. Mostra também que o ouvinte não tem poder sobre você, e muito menos é superior. Então o Orgulho Surdo é algo essencial na vida de um surdo, o que melhoraria a vida dele. Um exemplo são os Movimentos Sociais, ninguém se movimenta para ter seus direitos se não tem orgulho do que é, assim como a ação coletiva do movimento social surdo não desistiu até existir a Lei federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconheceu a língua brasileira de sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão no Brasil.
Podemos dizer que esse movimento social “salvou” muitas vidas, por que o processo de socialização é importante para qualquer ser humano, e agora, tendo sua língua reconhecida, os surdos começaram a se socializar melhor. Ainda assim, existiam pessoas contra a língua de sinais, principalmente famílias que não aceitavam que seu parente surdo aprendesse tal língua, insistiam no oralismo. Hoje é possível ver como esse movimento cresceu e cresce cada vez mais. Quem diria, poesia em língua de sinais? Utilizar a poesia em língua de sinais, significa empoderar os membros da comunidade surda. A poesia se expressa na beleza dos movimentos, havendo uma sintonia entre os movimentos e configurações de mãos. A poesia em língua de sinais faz circular representações valorativas da experiência de ser surdo e das formas artísticas da língua. A surdez na poesia pode ser considerada em diversas categorias, como A surdez como “perda”, se a língua de sinais é usada parada fazer uma poesia, isso da um sentido de ser surdo, o que faz com que veja que não é uma perda.
A segunda categoria é A opressão pela sociedade ouvinte e a contra-reação de pessoas surdas: Empoderam a comunidade surda, como em A escadaria, que em uma metáfora, a comunidade surda é oprimida pela ouvinte, e consegue superar seus medos, superando assim a opressão sofrida. A terceira categoria, A experiência sensorial de pessoas surdas, valorizando a visão, que é o aspecto principal para que os surdos sintam o impacto que a poesia traz. Outra categoria é A celebração do Sucesso Surdo e da Comunidade Surda, assim mostra A escadaria, que o objetivo é mostrar que qualquer um dentro da comunidade surda pode ser um herói.
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