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Resenha História da infância

Por:   •  30/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.550 Palavras (7 Páginas)  •  394 Visualizações

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No final dos anos 1900, mas precisamente na época do regime militar, que trouxe muitos prejuízos para a sociedade e para a educação brasileira, surgem grandes transformações na educação, como a definição da Constituição brasileira e a tardia lei de diretrizes e bases da educação nacional. A legislação nacional passa a reconhecer que as creches e pré-escolas são parte do sistema educacional, primeira etapa da educação básica.

Em 1985, frente a essas modificações, a então secretária de educação de São Paulo Guiomar Namo de Mello escreve uma carta publicada em uma revista da época  direcionava aos educadores, alunos e toda a sociedade a ir a luta para construir uma pré-escola pública e democrática.

        A educação infantil naquela época não tinha divisões de classes, ela atendia crianças de 0 a 6, contudo, com base nos estudos de Froebel é que surgem as primeiras instituições voltadas a atender crianças de 0a 3 anos.

        Essas instituições foram criadas a partir de modelos europeus, o que não se adaptaria perfeitamente a realidade brasileira, no primeiro momento a pré-escola tinha a finalidade de prestar cuidados aos filhos de operários, porém pouco se realizou.

        A falta de iniciativa do estado em investir na educação e na formação de educadores, foi um fator principal para agravar a situação da educação infantil, foram criados vários projetos, porem poucos se efetivaram.

O Plano de Assistência ao Pré-Escolar do Departamento Nacional da Criança (DNCr), era um órgão que ocupava-se das creches, e indicou as igrejas para a criação dos Centros de Recreação, tendo uma proposta de emergência para atender crianças de 2 a 6 anos. O Plano foi elaborado, mas não foi executado na prática. Deu se então liberdade para a Igreja católica fazer movimentos em busca de creches em vários lugares do país.

  O autor cita que o texto: Projeto Casulo, veio para orientar as famílias de baixa renda, pois eram impedidas de alcançar o seu desenvolvimento socioeconômico-cultural. Diante disso, para tentar amenizar a situação existente na época, criam-se vagas nas creches Casulo para as crianças de 0 a 6 anos, porém a baixo custo.Com isso eles conseguiram perceber o quanto eram discriminados.

Dessa forma em 1976, a Doutrina de Segurança Nacional, reconhecia um documento que demonstrava o alto grau de desigualdade social e exploração do nosso país. As famílias sofriam por interesses subalternos que buscavam o seu fim. Para tentar se manter contra o comunismo, a promoção social surgiu como instrumento para neutralizar a campanha dos que exploravam um país em desenvolvimento.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF), criou a Conferência Latino-Americana sobre a Infância e a Juventude no Desenvolvimento Nacional, afim de simplificar as exigências básicas para uma instituição educacional e estabelecer um modelo de baixo custo, que apoiasse o desenvolvimento da comunidade. Isso influenciou a elaboração do DNCr.

  O Ministério da Educação, passa a se ocupar da educação pré-escolar, pois ao seu ver a educação infantil seria a solução para os problemas da pobreza e resolveria as reprovações no ensino de primeiro grau.

  Segundo o supervisor do Projeto Casulo, Ulisses Gonçalves Ferreira, o regime militar queria atender as crianças de forma barata. Tratava-se de evitar que os pobres morressem de fome, ou vivessem na desordem.

Diante disso, Imaginavam que os programas para a infância iria ser a solução dos problemas sociais. Mas a implantação das políticas sociais, não foi capaz de conter a propagação dos conflitos sociais no pais.

Além disso, as instituições de Educação Infantil eram vistas como um meio de integrar à família para acalmar os conflitos sociais, buscando uma educação igualitária e também como um direito das mães poderem trabalhar. Essa luta pela pré-escola pública se confundiu com a luta pela transformação política e social mais ampla.

  Com a ampliação do trabalho feminino, a classe média começou a procurar instituições educacionais para seus filhos. A ideia contracultural e sua critica a família e aos valores tradicionais, incentivou a criação de pré-escolas particulares alternativas, organizada por educadores e estudantes.

  O atendimento educacional em creches, a partir do nascimento, além de sua destinação exclusiva aos filhos dos pobres, passa a atender os filhos de servidores públicos em São Paulo, em várias secretarias, entre outros setores. Anteriormente não se pensava em criar creches para mães de outras condições social, pois não se imaginava que elas iriam querer trabalhar.

  No início do século xx, o Instituto de Proteção e Assistência à infância e o Patronato de menores, no Rio, ofereceu cursos as mães, além da creche. Para os pobres a creche seria um meio de ajudar na organização familiar.

Assim, década de 80, as creches continuavam se intrometendo na vida familiar, até mesmo o aleitamento materno era uma condição para matricular os bebês e para verificar se a mãe tinha realmente o leite a direção da creche ia tirar o leite, como diz Fagundes, 1997, p. 93.

Segundo o autor, um novo olhar voltava-se para a educação na década de 80. Eurides Brito da Silva direcionava metas para o sistema público de educação pré - escolar, em que inseria as crianças de 0 a 3 anos, porém ainda atendidas de caráter assistencialista.

Dessa forma, fazia – se movimentos em luta por creches de caráter educacional e de seus profissionais que discutiam suas condições de trabalho nessas instituições.

A ligação das creches aos órgãos de serviço social fazia ressuscitar a questão entre educação e assistência. E a distinção educacional era vista de forma positiva ao se opor ao assistencial e de forma negativa e inconciliável com os primeiros.

Eram necessárias mudanças às instituições de educação infantil. Assim, surgiu uma proposta a estas de passar de um direito da família (mãe), para se tornar um direito da criança.

Questões eram levantadas sobre o papel da educação infantil para entender a orientação assistencialista como não pedagógica, dentro dos aspectos administrativos e políticos, o que interessava ao governo.

Na década de 90, começava a entender e a dar importância que não poderiam separar o cuidar do pedagógico, pois eram indissociáveis.

Sendo assim, algumas instituições de educação infantil começaram a ter um pensamento voltado para o pedagógico aplicando conteúdos que preparassem as crianças para o Ensino Fundamental.

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