Resenha Paulo Freire Educação e Atualidade Brasileira
Por: Isadora Altoé • 30/11/2019 • Resenha • 1.056 Palavras (5 Páginas) • 991 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CE – CENTRO DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE
RESUMO DE LEITURA DO LIVRO: EDUCAÇÃO E ATUALIDADE BRASILEIRA
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REFERÊNCIA: FREIRE, Paulo. Educação e Atualidade Brasileira. Cortez Editora, 3ª Ed. São Paulo, 2003.
- INTRODUÇÃO:
O livro “Educação e Atualidade Brasileira”, como evidencia o título, discute sobre a educação brasileira dentro do contexto vigente na época de sua produção. Paulo Freire escreveu esse texto para poder ingressar como professor universitário na UFPE. A organização e publicação do livro contou com o trabalho da sua família, de colegas de pesquisa e dos fundadores do Instituto Paulo Freire.
Freire exigiu que, antes que o livro fosse publicado, fosse escrita uma contextualização histórica do momento em que aquelas ideias foram postas, para que sempre possa haver uma reflexão do tempo e daquilo que foi dito.
A contextualização feita pelo Prof. Dr. José Eustáquio Romão aborda um panorama econômico, político, social e cultural do Brasil nos anos 50/60. Economicamente, o país se encontrava em crescimento industrial e, aliado a isso, uma necessidade de integração e dependência ao mercado internacional. Como consequência, a urbanização vem como uma força que mobiliza a política a seu favor. Diante desse cenário, há um questionamento de “onde está a maior parte da população nesse processo?”.
O Brasil, portanto, cresce e exclui política e socialmente a população. É nesse cenário que os pensamentos de Freire vão se construir. A partir dessas evidências é que notamos a nossa inexperiência democrática, as profundidades ou superfícies das nossas consciências e as contradições que se formam com a coexistência da vontade de mudar e do não saber fazer político e social.
- O SUJEITO E A INEXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA:
Parte importante para compreendermos o trabalho de Paulo Freire é refletirmos sobre o seu conceito de Sujeito. Freire escreve:
“É um ser aberto. Distingue o ontem do hoje. O aqui do ali. Essa transitividade do homem faz dele um ser diferente. Um ser histórico. Faz dele um criador de cultura. A posição que ocupa na sua “circunstância” é uma posição dinâmica.” (FREIRE, p. 10, 2003)
O sujeito é um sujeito de mudanças. Mas não é apenas isso, é um sujeito consciente do seu espaço e do seu tempo. Consciente também das suas mudanças e das suas capacidades. Diante desse conceito, Freire (2003) apresenta a primeira problemática: quando esse sujeito não vive autenticamente, é porque ele está alienado da sua cultura, ele está desintegrado, sente-se como estrangeiro. Acrescento, esse sentimento permeia inclusive e, principalmente, os âmbitos de aprendizagem. Assim, como um sujeito alienado e desconectado pode experimentar a democracia? Como podemos vivenciar a democratização quando estamos em uma sociedade que insiste “em oferecer uma educação intensamente verbal e palavrosa.” (FREIRE, 2003)
Freire continua a abordar os obstáculos que encontramos para essa democratização e aponta as razões para a nossa “inexperiência democrática”. Evidenciando no texto, o professor não teme em dizer que a educação adotava[1] um autoritarismo e um falso humanismo. Razão essa que nutriu uma cultura vertical que fortaleceu uma educação assistencializadora e não democrática.
É preciso, portanto, ter em vista que o sistema educacional se apresenta como um mantedor dessas ideologias que nasceram junto com a nossa nação. O processo colonial e escravocrata são as raízes para que tenhamos uma cultura alienante que não nos permite vivenciar a democracia do conhecimento e da totalidade da nossa existência como sujeitos.
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