Resenha de Artigo Acadêmico Sobre a Evolução da Educação Brasileiraa

Douglas Alves dos Santos, J.; Kaderrah Dantas Melo, A.; Lucimi, M. Uma breve reflexão retrospectiva da educação brasileira (1960‐2000): Implicações contemporâneas. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”. Anais...João Pessoa: 2012 Disponível em: . Acesso em: 24 jun. 2016.

José Douglas Alves dos Santos^[1], Aísha Kaderrah^[2] Dantas Melo e Marizete Lucimi^[3] buscaram em estudiosos da área, como Dermeval Saviani, José Carlos Libâneo, Gaudêncio Frigotto e Roseli Caldart, entender como a educação brasileira se modificou entre os períodos de 1960 a 2000 e como ela se configura atualmente.

A nota introdutória, escrita por J. Douglas Alves, nos dá uma ideia do que eles abordarão no decorrer do texto: “Educação não é negócio, escola não é empresa, professor não é técnico, aluno não é mercadoria e conteúdo não é moeda de troca.” Com essas palavras iniciais, ele esclarece que a escola não é uma instituição econômica, que pode seguir as mesmas regras que os negócios seguem.

Com escrita leve e sem floreios desnecessários, os três autores nos apresentam cronologicamente, e usando os períodos históricos como plano de fundo, as características da educação nesses períodos e os principais acontecimentos (como leis, programas educacionais, fundações e projetos criados ou promulgados) referentes à educação brasileira. Além de nos situar historicamente, essa maneira de organizar os dados estudados nos faz lembrar que a educação é interdependente à sociedade, dessa forma ela reflete o contexto histórico, econômico e cultural de sua época.

O artigo é dividido em cinco sub tópicos (“1960: período desenvolvimentista brasileiro”; “1970: intensificação do processo economicista na Educação brasileira”; “1980: hegemonia da política neoliberal no Brasil”; “1990: mais do mesmo” e “2000: esperanças e frustrações”), o que torna mais fácil a leitura e interpretação do texto.

Comentando o processo de mercantilização da educação, a Reforma Universitária na década de 1960; a reforma de 1º e 2º graus (estipulada pela Lei 5.692/71), os cortes orçamentários na área de educação, o início do processo que ficou conhecido como sucateamento das universidades públicas (apesar desse termo não ser usado pelos autores) e os movimentos estudantis do final da década de 1970 e início dos anos 1980, além da preocupação a respeito da pesquisa e estudo em Educação no Brasil, temos um panorama do que foi o meio educacional durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985).

Entretanto, não citaram o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), que foi um órgão/projeto falho, mas importante, do governo militar durante o final da década de 60 até início da década de 1980, quando teve que ser extinto devido à problemas financeiros.

Outro ponto importante tocado pelos autores foi a Constituição de 1988 e a importância desta no âmbito educacional, apesar de ressaltarem que, mesmo com a igualdade de acesso garantida na Constituição Cidadã, as desigualdades continuam impedindo que todos tenham as mesmas oportunidades.