Resenha do Livro Emilia ferreiro
Por: Tatiane Bochio • 25/11/2018 • Resenha • 1.061 Palavras (5 Páginas) • 1.315 Visualizações
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FERREIRO, Emilia O INGRESSO NA ESCRITA E NAS CULTURAIS DO ESCRITO: SELEÇÃO DE TEXTOS DE PESQUISA.
O inscrito invadiu agora os espaços privados. Procura na internet é a resposta desde uma tarefa escolar até o pagamento de impostos.
Como tudo está mudando, assistimos a mudanças radicais na maneira como a escrita sem instala no mundo social. Assistimos também, às mudanças radicais na apresentação e circulação dos textos. Na internet há dados escritos (verdadeiros ou falsos), assim como há imagens fixas ou em movimento e sons musicais. As interfaces entre esses diferentes tipos de dados é algo radicalmente novo, que dá aos textos uma peculiar instabilidade.
No ponto de vista da criança como sujeito social, sua relação com o escrito está mediada agora pelos adultos que manipulam monitores de todos os tamanhos e não apena livros. No entanto, no ponto de vista da criança como sujeito cognoscente, as perguntas básicas com relação ao escrito subsistem. Por exemplo: qual a relação entre o escrito e oral?
Este é um livro no qual continuam sendo exploradas as dificuldades que as crianças do nosso tempo devem enfrentar para entender o escrito em suas múltiplas manifestações. Ele oferece elementos de reflexão e problematização sobre assuntos urgentes da alfabetização no diverso mundo contemporâneo ou sobre a importância da interação entre as crianças para conseguir uma escrita satisfatória com propósitos comunicativos.
O foco do livro são as pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita.
A primeira etapa esta dedicada a tentar entender o que ocorre nas conceitualizações das crianças, em vários domínios: a distinção entre a escrita de nomes e escrita de números compostos nos reservas muitas surpresas de grande relevância teórica, enquanto o contraste palavra/nome nos leva a considerar respostas das crianças pequenas que estabelecem distinções muito distanciadas do chamado “senso comum”.
A sequência utiliza o computador em sua função de processador de palavras, para dar sentido à reescrita de uma lista de palavras. Essas escritas colocam em evidencia os problemas de identidades e diferenças que crianças aos 4 ou 5 anos são capazes de enfrentar.
A silaba é uma unidade espontânea na oralidade, mas entre silabas orais e palavras escritas a relação é sumamente problemática, particularmente quando são propostas atividades de contagem.
“consciência fonológica”: é preciso treinar as crianças e decompor oralmente as palavras em fonemas, no nível oral, antes de enfrentar o escrito?
A escrita consiste em colocar letras em certa ordem e, portanto, propicia uma atitude analítica sobre os componentes da palavra. Explora-se a relação entre os níveis evolutivos de produção de escritas e as possibilidades de recorte oral das palavras, encontrando relações muito estreitas entre a escrita e recorte oral.
“nem tudo é ortográfico na aquisição da ortografia”. Procura se não se ocupar das regras ortográficas tradicionais. Por exemplo, a fronteira entre pergunta a exclamação se problematiza quando se trata de uma expressão de surpresa ou de um inicio interrogativo que deve ser interpretado como uma ordem encoberta. Os sinais propriamente expressivos -!?, são abundantes nos diálogos e particularmente nas histórias em quadrinhos.
Colocamos problemas que só podem ser apresentados com a ajuda dos novos recursos da informática. Os “nativos digitais” (crianças que nasceram com os computadores já instalados na sociedade e que, progressivamente, foram se empossando do teclado e seus comandos, antes da proliferação dos monitores sensíveis ao toque) podem resolver na tela problemas que antes estavam fora do seu alcance. Um desses problemas é a formatação de um texto. O formato é uma das propriedades gráficas dos textos. Alguns tipos de textos têm formatos próprios: a poesia se caracteriza por linhas curtas; as obras teatrais utilizam recursos para distinguir a intervenção dos diferentes atores de suas respectivas falas, além de outros recursos para indicar os movimentos de cenas e os “modos de dizer”.
Exploramos os recursos gráficos utilizados pelas crianças para apresentar no monitor, com um formato adequado, textos conhecidos como poesias e obras teatrais, enquanto trabalhamos textos com o formato livre: textos publicitários. De fato, o texto publicitário não é um formato preestabelecido, mas tem uma clara intenção comunicativa. As crianças têm, neste caso, grande liberdade para inventar formatos e para nos mostrar; ao fazê-lo, de que forma compreendem as propriedades discursivas desses textos. A formatação, assim apresentada, torna se uma interessante maneira de valorizar a compreensão leitora.
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