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Resumo, Resenha e Fichamento do Livro Crianças, Espaços, Realções

Por:   •  19/5/2019  •  Resenha  •  2.539 Palavras (11 Páginas)  •  1.059 Visualizações

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Educação- Curso de Pedagogia

Disciplina: Processos Investigativos A- Turma 11

Prof.ª Dra. Odete Magalhães de Camargo

Acadêmicos: Elisa Ramiro

                       Evelin Flores

                            Ramon Sehnem

                             Sabrina Endeler

Resenha, Resumo e Fichamento

Título do Livro: Livro Crianças, Espaços, Relações: Como projetar ambientes para a educação infantil, dos autores Giulio Ceppi, Michele Zini

Referência: CEPPI, Giulio, ZINI, Michele. Crianças, Espaços, Relações: Como Projetar Ambientes para a Educação Infantil. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 14-102 [Minha Biblioteca]. Retirado de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788565848732/

Biblioteca em que se encontra a obra/ Local de pesquisa: Biblioteca Virtual da Universidade Federal de Santa Maria

Tipo de fichamento:

( x ) Resumo;

( x ) Estilo do autor;

( x ) Citações diretas;

( x ) Vocabulário;

( x ) Resenha.

Resumo:

O objetivo central é criar ambientes de empatia para ouvir e compreender melhor as crianças e suas linguagens. Projetar espaços diferentes do tradicional, espaços agradáveis, mais flexíveis e menos rígidos.  O ambiente é visto não como um espaço formal, mas um espaço no qual dimensões múltiplas coexistem, no qual o espaço hibrido cria condições para a construção da identidade através das relações.

Parte I: Palavras-Chave

         

Bem-estar global- Ecossistema diversificado capaz de integrar diferentes ritmos e com locais de privacidade. Abrangendo todas as necessidades dos que compartilham o ambiente. 

Relação- Um ambiente que consegue estimular e construir um espaço relacional, onde a qualidade está na maneira de ler, enxergar, estudar, interpretar a realidade, e representa-la com consciência crítica. 

Osmose- Uma escola deve ser a essência da sociedade. A realidade atual pode, e deve estar presente na escola. O trabalho diário na escola deve se assemelhar à cidade quanto as características do espaço. 

Multissensorialidade- A riqueza das experiências sensoriais, investigação e descoberta usando seu corpo inteiro. A qualidade do ambiente depende de vários fatores, inclusive percepções sensoriais como, iluminação, cor, condições acústicas e microclimáticas, efeitos táteis. O ambiente deve ser visto como multissensorial, e cada indivíduo terá uma experiência diferente, por isso não podem ser padronizadas na hora de sua aplicação.

Epigênese- O ambiente escolar deve ser manipulável e flexível conforme a autoaprendizagem das crianças evolui. Evolução passa a ser uma condição operacional.

Comunidade- Comunidade tem o papel de protagonista no sistema escolar. A escola é um ambiente coletivo baseado na participação, trabalho coletivo e valores e objetivos compartilhados. A não hierarquia dos espaços deve ser aplicada. As áreas dos adultos devem ficar dispostas no mesmo andar das crianças.

Construtividade- A escola é uma oficina de pesquisa. Um laboratório para experimentação individual e em grupo, para a compreensão e construção da realidade.

Narração- Visibilidade e transparência para o aprendizado e cognição da criança, registrando o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. O ambiente preenchido com textos, imagens, materiais, objetos e cores, revela a presença das crianças mesmo quando elas estão ausentes.

Parte II: Elementos de Projeto

Formas relacionais

No decorrer dos anos, as creches e pré-escolas municipais de Reggio Emilia desenvolveram uma experiência valiosa de colaboração entre educadores e arquitetos na construção de escolas para crianças pequenas. Esta experiência levou a um amplo conhecimento em relação à distribuição do espaço e às decisões de planejamento, fornecendo indicações para a construção de ambientes de acordo com critérios fortemente ligados ao ponto de vista pedagógico, assim como ao ponto de vista da organização do espaço.

A disposição horizontal de um prédio escolar destaca a escolha consciente de não criar hierarquias entre os diferentes espaços: as áreas de serviços, as áreas de trabalho dos adultos e as das crianças e as salas de aula, todos estes espaços têm um papel importante e compartilhado. Horizontalidade é, desse modo, a manifestação física da democracia de funções, dignidade e sociabilidade.

 

Outro espaço de extrema relevância seriam os ateliês, um espaço que se torna complementar das salas de aula e das áreas de trabalho dos adultos, e não como um substituto destes espaços. O ateliê̂ é usado para pesquisa, experimentação e manipulação de diversos materiais.

Outro fator marcante, é a forte relação entre o interior e o exterior de um prédio escolar. A escola deve ser um lugar que “sente” o que está́ acontecendo no lado de fora, ou seja, a comunicação, tanto dentro da escola quanto com o seu exterior, é uma premissa fundamental para qualquer atividade que envolva pesquisa, troca de ideias e discussão. A pedagogia dos projetos, da atenção ao próximo, da subjetividade e da colaboração baseia-se na relação entre três sujeitos: as crianças, os educadores e os pais.

Um dos fatores citados pela autora e característicos das escolas são os cenários luminosos, tornando a iluminação responsável por três dimensões perceptivas diferentes, sejam elas: visibilidade; estética; sensação de passagem do tempo.

Assim no âmbito escolar, a luz do dia pode ser modulada, filtrada ou texturização facilmente, utilizando-se meios simples que as próprias crianças podem controlar. Desta forma, a iluminação natural torna-se um material vivo que pode ser manipulado e usado pelas crianças na produção de suas próprias configurações estéticas.

A iluminação artificial em um prédio escolar não deve ser uniforme nem monótona, embora esse seja um caso frequente nas aplicações tradicionais de luz, cuja prioridade é estabelecer visibilidade constante e uniforme em cada ponto do local. A luz pode ser quebrada para criar um padrão consistente e harmonioso, para projetar um todo que seja rico em microelementos luminosos, criando o que podemos chamar de luz “texturizada”.

A presença da cor

Em relação a ambientes escolares, a identidade e o uso de cores são fortemente influenciados pela atual imagem cultural da criança.

Geralmente, uma imagem simplificada da criança leva a cenários cromáticos também simples, com resultados duvidosos: a presença de cores primárias altamente saturadas (vermelho, amarelo, azul) ou o predomínio de cores bem claras (amarelo, rosa e azul pastel) que dão um efeito de “berçário”.

Em contrapartida, uma imagem mais complexa da criança, situada em nosso contexto atual, implica um cenário cromático mais rico e diversificado, ampliando as possibilidades de uso da cor. Para esse fim, as cores primárias, secundárias e terciarias podem estar todas presentes, mas com o cuidado de utilizar as cores primárias com pouca saturação (com um efeito “pulverizado”) ou com texturas, e as cores terciarias de uma maneira mais pura e volumétrica. Também deve haver um equilíbrio entre tons “quentes” (vermelhos, rosas, amarelos) e tons “frios” (azuis e verdes).

A escolha das cores de um espaço escolar e de seus móveis é influenciada grandemente pelas referências culturais básicas presentes na filosofia pedagógica.

A riqueza do cenário cromático em uma escola permite que as crianças desenvolvam determinadas sensibilidades e conhecimentos que, se não forem postos em uso quando as crianças forem bem pequenas, são difíceis de recuperar quando adultas. Também é interessante considerar os cenários cromáticos que podem ser criados nas áreas ao ar livre usando elementos da natureza (plantas, flores, árvores, madeira), que podem ser modificados de acordo com o período do dia e a mudança das estações.

Qualidades táteis

O papel do contato físico tanto no desenvolvimento humano quanto no desenvolvimento animal tem sido amplamente estudado por psicólogos e antropólogos, que analisam, por exemplo, a utilização de panos por parte das peruanas para carregarem seus filhos durante seus primeiros anos sempre em contato consigo, e os efeitos negativos do isolamento tátil nos bebês prematuros em incubadoras.

No raciocínio pedagógico, a “tatilidade” é uma palavra-chave: tatilidade da boca, das mãos, do corpo inteiro. Pelo toque da pele, crianças muito peque- nas exploram o mundo com um “radar” extremamente sensível e inteligente. A criança sente os materiais, a luz e a temperatura, e estabelece relações de simpatia, antipatia e indiferença.

Dentro dessa ideia de multiplicidade tátil, devemos considerar materiais que propiciam diferentes efeitos táteis e sensações, incluindo materiais mais “naturais” (madeira, borracha, fibras, papel, etc.) e outros mais “artificiais” (linóleo, laminados, metais, resinas, etc.), organizados para encorajar a exploração sensorial.

As crianças pequenas também devem ter a oportunidade de manipular materiais como argila e outros que mantém o traço da manipulação ao mesmo tempo em que conservam suas próprias características (veludo, areia e metais com memória de forma).

Colocar diferentes estímulos táteis perto um do outro (como na brincadeira “encoste e adivinhe”) é uma atividade divertida e inteligente somente quando realizada de uma maneira clara e explicita; os diferentes estímulos não devem estar camuflados e misturados

Caracterizando a dimensão ósmica

 Referente ao assunto odores, é de extrema importância frisar que, o olfato comunica-se com a parte mais antiga do cérebro. A memória olfativa é imediata. O livro aborda a percepção da importância do odor no ambiente infantil, já que junto a ele pode-se reavivar a imagem e a memória de algo imediatamente. Além da importante higienização do ambiente, odores comuns serão lembrados pelas crianças futuramente, farão parte da sua infância. Como por exemplo: O cheiro gostoso de merenda que sai da cozinha da escola, o cheiro de tintas usadas em atividades, o cheiro de álcool usado para higienizar a sala/escola, e diversos outros odores que fazem parte do dia-a-dia de cada criança. Esses odores, por vez caracterizam o ambiente e isso fica gravado na memória da criança e serve como referência. Às vezes um odor é quase imperceptível, mas mesmo assim é notado e caracterizado pela criança.

Posteriormente continuaremos citando a importância dos sons no ambiente infantil.

Audição consciente: Acompanhamos diversos fatores importantes para um andamento adequado no ambiente/ espaço. Não menos importante, agora nos referimos aos sons de forma que, eles caracterizam também o espaço. Até mesmo, sendo ele um espaço fechado, ou ao ar livre, possui sua mesma marca de som.

Localização acústica: O som ambiente nos permite um senso de localização do nosso corpo auxilia na concepção do espaço, o ouvido percebe tudo que está acima, abaixo e ao redor (espaço-tempo).

De fato, concluiremos abordando sobre a questão do microclima no ambiente infantil.

                                           Reatividade ambiental: O conforto do ambiente é a soma de uma série de fatores complexos e difíceis de isolar, que se sobrepõem e se inter-relacionam de maneira contínua e instável. Deve-se levar em conta: As relações entre temperatura e umidade; qualidade do ar e ventilação; iluminação, etc.…. Para projetarmos um espaço para as crianças, temos que adequar ele com o propósito também de estimulá-las, de se sentirem à vontade, gostarem de estar ali. Porém algumas reajam de maneira diferente, vendo o ambiente modificado pela primeira vez. Mas afirmando que é necessário um ambiente agradável com sons, odores, clima, cores, para agregarem na aprendizagem da criança, fazendo com isso, possibilite um meio de conexão com a educação.

Estilo dos Autores:

Os autores são claros e objetivos, o tema é apresentado progressivamente e utilizam de um vocabulário individual, próprio de conhecedores da área de design e decoração, empregando alguns termos mais técnicos, no entanto, acessíveis.

Citações:

Citação I

“Em nosso mundo atual (populoso, hiperconectado e artificial), desenvolver um projeto (de arquitetura, design e administração do espaço) significa ter que realizar uma pesquisa, não sobre as formas, mas sobre as relações. O foco principal está́ nas diferentes formas de utilização do espaço e nas conexões entre as coisas. ” (CEPPI; ZINI, p. 20, 2013)

Justificativa: Na citação acima, os autores deixam claro a importância de um projeto. A importância da pesquisa acerca do objetivo do ambiente, onde esse projeto será aplicado, e as relações que esse ambiente irá proporcionar aos seus frequentadores. O que consideramos a base de qualquer projeto, principalmente de um ambiente pedagógico.

Citação II

           “Outro elemento importante é a forte relação entre o interior e o exterior de um prédio escolar. A escola deve ser um lugar que “sente” o que está́ acontecendo no lado de fora – do tempo até́ as mudanças sazonais, da hora do dia até́ os ritmos da cidade” (CEPPI; ZINI, p. 49, 2013)

         Justificativa: Nessa breve citação acima, os autores se referem a relação exterior-interior, e sua extrema importância para a comunidade escolar. As crianças precisam explorar esses espaços externos, como os parques, áreas para caminhadas, praças..., para que elas tenham contato com a natureza, como, a água, o vento, a terra, e diversos outros elementos que fazem parte da natureza, afim de estimular as experimentações para um maior e melhor desenvolvimento.

Vocabulário:

Epigênese: Formação e adição sucessiva de novas partes durante os fenómenos da evolução.

Referência

epigénese in Dicionário infopédia de Termos Médicos. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-05-09 01:41:45]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/epigénese

Osmose: Passagem de líquidos de concentrações diferentes através de uma membrana semipermeável, passando a solução menos concentrada para a mais concentrada.

Referência

osmose in Dicionário infopédia de Termos Médicos [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-05-09 01:44:07]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/osmose

Resenha:

Na parte I do livro, os autores nos fornecem os pontos principais a serem abordados como, os tópicos esclarecendo sobre bem-estar global que, abrange todas as necessidades dos que frequentam o local; osmose que, nos traz a concepção de que o ambiente escolar deve ser o mais próximo possível da cidade, relação que faz do ambiente um local para se desenvolver e se tornar crítico; multissensorialidade usando todo o corpo em prol da aprendizagem; epigênese em que o ambiente possa evoluir conforme o aprendizado das crianças; comunidade onde, a escola é um coletivo, não tendo espaços de hierarquia; construtividade que vê a escola como uma oficina de pesquisa; e narração que faz da criança o protagonista do aprendizado, expondo suas descobertas no espaço de sala.

Na parte II, o livro nos leva aos elementos de projeto; a importância da construção física do espaço, onde a criança irá aprender. A maneira como as cores, formas, odores, tatilidade, audição, visão, podem influenciar no desenvolvimento infantil. A forma como a criança percebe os sentidos e o vivencia irá fazer a diferença no seu aprendizado. Usar cores agradáveis, equilibrando os tons frios e os tons quentes; sons que estimulem a atenção, sem causar desconforto e formas que atraiam a curiosidade. Também nos esclarece como a iluminação também tem uma importância crucial no ambiente escolar, um ambiente iluminado com cores quentes mantém a atenção, enquanto ambientes iluminados com cores frias, deixam os alunos mais calmos.

Por fim, concluímos que o livro Crianças, Espaços, Relações: Como projetar ambientes para a educação infantil, nos traz a ideia de como um ambiente de educação infantil deve ser, à fim de ser agradável e que facilite a interação e aprendizagem das crianças. Um espaço de dimensões múltiplas que proporcionam o desenvolvimento da identidade através das relações que a criança tem com o ambiente escolar.

Uma leitura relativamente fácil, que informa, de maneira simples, sobre os vários aspectos que envolvem o design de interiores e exteriores de ambientes pedagógicos. Uma leitura altamente recomendada para aqueles que, se interessam pela área de design e decoração, possibilitando um ambiente personalizado afim de melhorar e contribuir para o estimulo, aprendizado e desenvolvimento dos alunos.

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