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Resumo de História

Por:   •  29/11/2018  •  Resenha  •  1.050 Palavras (5 Páginas)  •  117 Visualizações

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RESUMO: O Tempo, a criança e o Ensino de História.

Professora: Yara Alvin

Aluna:  Elisangêla Fernandes

                                                                         

JUIZ  DE FORA

2017

O presente texto, escrito por Sandra Regina Ferreira de Oliveira, parte de um problema verificado e definido como: Qual a concepção de tempo das crianças de 7 a 10 anos? O que pensam a respeito do passado? Como relativizam os conteúdos que aprendem na disciplina de História às idéias espontâneas que têm do passado não vivido? A partir de questões pré-selecionadas, buscou-se compreender o processo de construção da aprendizagem em História, utilizando-se das contribuições da Psicologia e da Pedagogia.

A pesquisa seguiu o mesmo caminho proposto por Piaget em seu artigo: “Psicologia da criança e o ensino de História” (1933). Ao reproduzir as entrevistas propostas por Piaget, constatou-se que os resultados foram bastante semelhantes, principalmente, no que diz respeito à questão da noção do tempo, possibilitando-se ampliar as análises e formular uma conclusão sobre a construção da noção de tempo histórico na criança.

Para realizar a pesquisa, utilizou-se o método clínico, o mesmo aplicado por Jean Piaget (1933), que parte de perguntas pré-elaboradas. Foram entrevistadas 37 crianças entre 7 a 10 anos, de uma escola situada em Londrina-Paraná. O objetivo da entrevista era identificar, na criança, três aspectos sobre o conhecimento histórico: 1) Se é possível analisar a noção que a criança tem do passado, no sentido do passado não vivido, ultrapassando a memória individual. 2) Se existem ou não, na criança, quaisquer representações espontâneas relativas à história da civilização. 3) Se os conhecimentos históricos e os julgamentos de valor da criança são concebidos por ela como relativos ao seu grupo social, ou como comuns a todos os homens e,por conseguinte, inquestionáveis.

Todas as respostas foram analisadas e, os trechos mais significativos selecionados e incorporados ao texto de exposição dos resultados que foram analisados segundo os conceitos elaborados por Piaget em seu artigo “Psicologia da Criança e o Ensino de História” (Piaget, 1998, pág. 91-95).

Para todas as perguntas da pesquisa, as crianças respondiam de três formas: afirmativa, negativa ou intermediária (quando não têm certeza). Foram encontradas nas falas das crianças muitas semelhanças com os resultados relatados por Piaget quanto à construção do tempo físico. As entrevistas foram comparadas e comentadas à luz dos conhecimentos teóricos, deixando ganchos para estudos posteriores.

 Observou-se, no primeiro momento da entrevista, onde foram feitas perguntas a respeito da época do descobrimento do Brasil e Tiradentes, que cada criança foi bastante específica em seus relatos, mostrando que o que a criança aprende em seu cotidiano e a sua interpretação individual, resulta em um discurso pessoal, no qual os acontecimentos históricos são recontados a partir de sua própria lógica infantil.

Uma questão interessante foi ressaltada: a criança justifica a ordem cronológica dos fatos através da relação causal. Talvez seja porque a relação causal seja mais lógica que a sequência cronológica. O levantamento desses dados é ainda inconclusivo, porém, seria bastante enriquecedor um estudo mais abrangente que reafirmaria que, o tempo, como se defende, não é somente uma sequência numérica, mas uma relação causal.

Ao abordar a questão da antiguidade da família, algumas crianças acreditavam que sua família existia nas épocas mais antigas, outras defendiam que seus antepassados formavam uma cadeia contínua de gerações que culmina com elas. As crianças elaboram explicações causais espontâneas para tornar a história coerente para elas mesmas. As idéias de passado estão diretamente relacionadas com o mundo no qual vivem. Segundo Piaget (1998, p. 93), “o passado é um vasto reservatório onde se encontram reunidos todos os embriões das máquinas ou dos instrumentos contemporâneos”.

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