Resumo do Livro Quando eu Voltar a ser Criança

Quando eu voltar a ser criança

Apresentação

O Livro Quando eu voltar a ser criança de Janusz Korczak, é uma ficção psicológica, está escrito em primeira pessoa e conta a história de um professor primário que insatisfeito com sua vida adulta relembra a infância de forma nostálgica e deseja profundamente voltar a ser criança. De forma mágica isso acontece e ele, na pele de um garotinho descobre que ser criança não é nada fácil.

Introdução

Deitado, porém sem dormir, o autor relembra que quando era pequeno planejava muitas coisas para realizar quando fosse grande. Pensava tanto sobre ser adulto que acabou se tornando um. Ele que agora é um adulto, não está satisfeito com sua vida e resolve fazer o exercício contrário, se imaginar sendo novamente uma criança. Ao imaginar cenas da sua infância e suspirar profundamente, ele é surpreendido por um Gnomo que o permite fazer um pedido. Mesmo não acreditando que aquilo estava acontecendo, ele diz que quer voltar a ser criança. Pela manhã ele acorda curioso e se lembrando de tudo, olha ao redor e deduz que não foi um sonho. Estava acontecendo de verdade.

Primeiro dia

A preocupação do autor é que ninguém descubra que ele já foi um adulto, espera a mãe cortar o pão, como se não soubesse fazê-lo sozinho, se policia para não encarar o relógio, pois talvez aquele menino ainda não soubesse ler as horas, e na escola, erra a atividade para a professora não desconfiar eu ele já concluiu os estudos. Viver a infância pela segunda vez, o permite analisar o sentimento por trás das ações tanto dos adultos como das crianças. Por exemplo, no caminho para a escola ele se distrai com coisas simples, como um cavalo que não consegue puxar uma carreta, coisas que os adultos ignoram por estarem sempre na correria. Através de situações do cotidiano o autor demonstra compreensão da alma infantil. Ao correr e esbarrar no “barrigão” do diretor, ele é repreendido agressivamente. Mas, adultos também se esbarram. As crianças tem o direito de correr, sendo assim, os adultos deveriam tomar mais cuidado para não esbarrar nelas. Ele cita que é incômodo para a criança   ser pequena e ter que se esticar pra entender o que acontece lá nas alturas, a dificuldade de conversar com os adulto pois dão a impressão de responderem qualquer coisa para se verem livres logo, somada ao fato de que,  para a criança é difícil falar sobre assuntos importantes, por medo ou vergonha de dizer algo que não deve. O Comportamento do adulto em relação a criança que se machuca, a desconfiança dos adultos a respeito das crianças, fazendo com que elas se tornem fingidas ou se escondam, e até suas novas atitudes se voltar a ser professor, são temas tratados pelo autor de forma empática, graças a sua experiência de voltar a ser criança.

Segundo dia

Quando era adulto, o pequeno autor se lembra da neve com mais preocupação do que alegria, já como uma criança, só consegue enxergar a beleza dela. No inverno não existe grama, ela é substituída pela espessa camada de gelo, que precisa estar na temperatura certa para propiciar inesquecíveis recreios de neve.  Mas a aventura logo é interrompida, primeiro pela campainha, avisando o fim do recreio, e depois pelo vidro quebrado por uma bola de neve. A criança deveria ter o direito de quebrar, pelo menos um vidro por ano, mas acontece o contrário, ela é confrontada pela fragilidade do mundo onde tudo pode quebrar e por isso deve ser evitado. Brincar no sofá pode danificar as molas, roupas podem rasgar e até balançar em maçanetas de ferro pode quebra-las. No caso do vidro da escola quebrado por uma bola de neve, a grande questão é encontrar um culpado. Os adultos não podem ser condenados sem um julgamento justo, já as crianças são frequentemente injustiçadas. Ao chegar em casa, é recebido aos gritos pela mãe, não só por que estava atrasado, mas principalmente por que as traças roeram o vestido dela. Os adultos se irritam com as crianças mesmo que elas são sejam culpadas pelo que acontece com eles, o problema é que a criança procura culpa em si mesma, e acha. Quando voltar a ser adulto e professor, o autor tentará se entender com seus alunos. Queria tanto ser criança, mas novamente fica imaginando o que fará quando for adulto, concluindo que as coisas não são fáceis nem para criança, nem para o adulto, cada qual tem suas preocupações e tristezas.

Malhado

Quando quis ser criança, o autor só pensava no lado bom, nas alegrias, na leveza da vida, porém distraído em sala de aula, percebe-se angustiado. Angustiado por causa de Malhado, um cachorrinho abandonado que ele resolveu acolher. Os desafios que sobrevieram foram, um lugar para Malhado ficar até que convencesse sua mãe a aceitá-lo e dinheiro para comprar o leite do animalzinho. A Solução foi um colega de classe que além de emprestar o dinheiro pode leva-lo para sua casa. A Despedida foi dolorosa, criança tem sentimentos. Num diálogo em casa com sua mãe, o autor nos leva a refletir sobre as respostas agressivas dos adultos as crianças, elas pagam com a mesma moeda, agressão gera agressão. O Relacionamento com a irmã é instável, às vezes ama, às vezes odeia, e os adultos são os responsáveis pelas crianças maiores não gostarem das menores. Eles sempre têm que ceder diante delas, tem que dar bons exemplos, e ainda brincar com elas quando estão atrapalhando. O Autor se surpreende com o fato de ser considerado  pequeno ou grande de acordo com a conveniência dos adultos e finaliza contando sobre o incêndio. Ao ouvir a sirene ele fica afoito para sair e ver o que está acontecendo, mas, aguarda ansioso pela liberação da Mãe. Ansiedade misturada com chateação pela Titia que o chamou de bezerrinho. Os adultos erram ao pensar que só eles sabem aplicar castigo, as crianças castigam os adultos com suas desobediências e pirraças. Isso justifica o comportamento diferenciado das crianças perante uns e outros.