Senso comum

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Dificuldade de aprendizagem no desenvolvimento das habilidades de escrita e leitura.

Ana Maria G. Samarco

Daniela M. Sabel

Profª. Dra. Julia de Cassia P. Do Nascimento^[1]

ResuMO

A aprendizagem se constitui em um aspecto substancial na vida do ser humano, todavia alguns estudos tem nos exposto a presença de diversas dificuldades no processo educativo. Considerando a escrita e a leitura como habilidades essenciais na vivencia em sociedade, esta análise teve por objetivo a aplicação de atividades lúdicas e construtivistas visando o avanço das habilidades correspondentes, através de uma sequência didática que proporcionou ao mesmo o contato com diversos gêneros literários, alavancando consideravelmente suas hipóteses silábicas.

Palavras-Chave: Aprendizagem; Dificuldade; Habilidades; Sequência didática; Gêneros Textuais.

Introdução

Dificuldades no processo educativo tem se apresentado vastamente nas escolas, de diversas origens. Considerando a leitura e escrita como habilidades essenciais na vivencia em sociedade o estudo teve por objetivo ampliar as possibilidades de comunicação, embasados por uma sequência didática possibilitando a ampliação dos conhecimentos procurando diminuir a defasagem no sistema de escrita alfabética permitindo ao aluno a evolução nas suas hipóteses silábicas.

A importância do instrumento de pesquisa procura propiciar ao aluno em função de seu interesse a construção de um comportamento crítico expressado pela escrita e leitura, permitindo a otimização de seu aprendizado, envolvendo-o em um universo de participação ativa na sociedade.

Segundo Lerner:

“(...) É preciso assinalar que, ao exercer comportamento de leitor e de escritor, os alunos têm também a oportunidade de entrar no mundo dos textos, de se apropriar dos traços distintivos- mais ou menos canônicos- de certos gêneros, de ir detectando matizes que distinguem a “linguagem que se escreve” e a diferenciem da oralidade coloquial, de pôr em ação- recursos linguísticos aos quais é necessário apelar para resolver os diversos problemas que se apresentam ao produzir ou interpretar textos... É assim que, ao atuar como leitores e escritores os alunos tem oportunidade de se apropriar de conteúdos linguísticos que adquirem sentido nas práticas; é assim que as práticas de leitura e de escrita, progressivamente, se transformam em fonte de reflexão linguística”. (2002. Pág.64 Délia Lerner. Ler e escrever na escola. O real o possível e o necessário.)

        Desta forma as relações estabelecidas entre a leitura e a escrita tornam-se um instrumento de ensino onde a prática se dá a partir da necessidade real da comunicação, tornando a realidade do aluno significativa as suas necessidades.

        A pesquisa em suma aborda a metodologia qualitativa de caráter exploratório, compreendendo diferentes técnicas interpretativas embasadas por uma maleabilidade possibilitando o estudo do caso abordado.

Segundo Chizzotti:

“As pesquisas tomam, por sua vez, formas textuais originais, recorrendo a todos os recursos linguísticos, sejam estilísticos, semióticos ou diferentes gêneros literários, como contos, narrativas, relatos, memórias; recursos estilísticos diferenciados permitem apresentar de forma inovadora o resultado de investigações, criando um excitante universo de possibilidades. (Chizzotti, pág.29. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais).

        O desenvolvimento metodológico abarca um estudo de caso, realizado com um aluno do quarto ano do ensino fundamental. Mediante a coleta de dados pela entrevista realizada com os pais, professores, escola e juntamente com a aplicação de uma sondagem foram possíveis a identificação de algumas dificuldades apresentadas pelo aluno sendo selecionadas as dificuldades de leitura e escrita tão necessárias na vivencia em sociedade.

        Sendo assim, foram organizados oito encontros no ambiente escolar visando o contato com diversos gêneros textuais, embasados por uma sequência didática que possibilitou ao educando a ampliação e a apropriação de novos conhecimentos almejando sua evolução nas hipóteses silábicas.

        Este artigo tem por objetivo abordar as dificuldades de aprendizagem de forma interdisciplinar, possibilitando ao aluno ao avanço de suas hipóteses silábicas, inserindo-o em um ambiente leitor onde a apropriação dos gêneros se dê se forma significativa e relevante.

O INÍCIO DA PESQUISA

        Nosso contato com o aluno se deu através do Projeto de Recuperação Paralela de uma escola Municipal da periferia da grande São Paulo, localizada na zona leste, onde são ministradas aulas de reforço a crianças com déficit de aprendizagem.

        Inicialmente foi realizado contato com a coordenação pedagógica da escola, os professores e os pais do aluno, nesta reunião informamos sobre o objetivo da pesquisa, e estando de acordo assinaram um termo de consentimento.

        Foram realizadas entrevistas, com o aluno, família e professor buscando elencar informações necessárias para análise da pesquisa. Todos os registros foram realizados pelas pesquisadoras deste estudo.

        A entrevista com a família se deu de forma tranquila e cordial, os pais se apresentaram interessados e presentes na vida do filho, reconheceram as dificuldades enfrentadas por ele, alegando que sempre que possível lhe dão auxilio e apoio.

        A professora muito atenciosa e comprometida em obter o melhor desempenho de seu aluno, procura dar-lhe apoio e incentivo.

        O aluno cursa o 4º ano do ensino fundamental, é uma criança tímida, meiga e educada, gosta muito de desenhar, e tem bom relacionamento com os colegas e professores.

       O aluno realizou as atividades de coleta de dados de forma receptiva e com bom humor, mas em alguns momentos se mostrou inseguro.

       A coleta de dados do artigo foi realizada na sala onde acontece o projeto de recuperação paralela, destacando-se que a professora optou por proporcionar a todos os alunos as mesmas atividades que seriam destinadas ao aluno alvo da pesquisa, proporcionando momentos de reflexão para os alunos e investigação para o professor, desta forma uma lauda foi dividida em seis partes iguais, onde todos realizaram os desenhos de acordo com a orientação proposta.