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UM NOVO OLHAR PARA A INDISCIPLINA ESCOLAR

Por:   •  16/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  586 Palavras (3 Páginas)  •  346 Visualizações

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UM NOVO OLHAR PARA A INDISCIPLINA ESCOLAR

A indisciplina é considerada atualmente um dos principais obstáculos pedagógicos da escola contemporânea e suas manifestações tem sido fonte de preocupações em diversos países. A discussão desta problemática está cada vez mais presente nas pesquisas e debates em educação, objetivando sua compreensão e as melhores formas de intervenção e prevenção. Portanto, se trata de uma dificuldade comum entre muitos educadores e observamos que, atualmente suas expressões estão se tornando cada vez mais complexas, são marcadas por uma variedade de causas, tipos e concepções diferentes, exigindo assim, novas leituras, contudo, não podemos deixar de considerar que a indisciplina sempre esteve presente nas escolas, em suas mais diversas épocas.

O contexto da escola tradicional promoveu interpretações para a idéia de disciplina como controle de comportamento, instrução, conjunto de normas e autoritarismo, enquanto os atos de indisciplina eram controlados por meio de punições e recompensas. Percebemos que, ainda hoje, esta forma tradicionalista de pensar a educação está presente na sociedade e em algumas instituições e , assim, geralmente, a disciplina é definida por muitos como métodos de controle e punição das crianças, para que sejam socializadas.

Nessa visão tradicional, o aluno não disciplinado é visto como um mal educado ou, na atualidade, aquele que sofre de  supostos distúrbios psicopedagógicos; distúrbios estes que podem ser de natureza cognitiva ou de natureza comportamental, e nessa última categoria enquadra-se um grande conjunto de ações que chamamos usualmente de "indisciplinadas". Dessa forma, a indisciplina e o baixo aproveitamento dos alunos seriam como duas faces de uma mesma moeda e os dois principais obstáculos para o trabalho docente. Tradicionalmente, um bom exemplo da justificativa do mau comportamento dos alunos é uma espécie de máxima muito recorrente no meio pedagógico, que se traduziria num enunciado mais ou menos parecido com este: "se os alunos aprendem, é porque o professor ensina; se ele não aprende, é porque ele é mal educado pela família  e deve ser punido ou, então,  apresenta algum tipo de distúrbio e deve ser tratado."

 Urge que tenhamos um olhar de estranhamento para esse quadro que se apresenta e tentemos nos libertar desses pensamentos que partem de concepções que muitas vezes são socialmente construídas e  caracterizam a infância de forma estereotipada. Deve-se buscar  um outro olhar, aquele que  torna a criança visível socialmente, respeitando suas etapas de desenvolvimento humano e não a considerando como um adulto em construção que deve "se adaptar as regras sociais impostas".  Na busca do entendimento da problemática da indisciplina escolar através desse novo olhar para a criança, se torna necessário se repensar alguns posicionamentos, rever algumas supostas verdades que, em vez de nos auxiliar, acabam sendo armadilhas que apenas justificam essa indisciplina, mas por não permitirem um real entendimento da complexidade do tema também não conseguem alterar os rumos e os efeitos do trabalho cotidiano dos profissionais da educação.

É nessa nova visão que se deve avançar em uma perspectiva contrária à tradicional no objetivo de compreender a indisciplina por um ângulo diferente de algumas idéias que influenciaram muito a educação moderna no sentido de uma disciplina que deve ser imposta e uma indisciplina que deve ser punida . Já no início do século XX, autores como Jean Piaget, propuseram a “autodisciplina”, que não é imposta de fora, mas inspirada na busca pessoal de equilíbrio, ou seja, do autogoverno das crianças, desenvolve-se uma disciplina muito mais saudável e livre. É a partir desse olhar não tradicionalista  que devemos repensar a disciplina e a indisciplina escolar.

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