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UMA VERSÃO PSICANALÍTICA A RESPEITO DA RELAÇÃO PROFESSOR - ALUNO BASEADA EM FREUD

Por:   •  27/10/2018  •  Artigo  •  3.860 Palavras (16 Páginas)  •  126 Visualizações

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ARTIGO CIENTÍFICO

RAFAEL DEMOLINER ROSSA E RAQUEL FIORELLI DUTRA

PROFESSOR: CARLA BRUSTOLIN MARTINOTTO

UMA VERSÃO PSICANALÍTICA A RESPEITO DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO BASEADA EM FREUD

Caxias do Sul, junho de 2018

UMA VERSÃO PSICANALÍTICA A RESPEITO DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO BASEADA EM FREUD

Rafael Demoliner Rossa e Raquel Fiorelli Dutra (s)[1]

Resumo: Recebendo do corpo docente da Faculdade Murialdo, pela proposta semestral da APS, o desafio da escrita de um artigo científico, elaboramos um estudo bibliográfico de viés qualitativo acerca da relação professor-aluno na visão psicanalítica e uma pesquisa quantitativa, básica, exploratória e de levantamento acerca do uso e da percepção pessoal da importância dos estudos de Sigmund Freud para a docência. O objetivo central desta produção é elucidar a nós, profissionais e/ou acadêmicos da área da educação, as contribuições da psicanálise para a prática docente, principalmente no âmbito da relação professor-aluno no processo de transferência, bem como delinear a percepção dos professores acerca da importância desta temática por intermédio de um questionário aplicado.

Palavras-chave: Estudo bibliográfico; Relação professor-aluno; Transferência; Psicanálise; Questionário;

1 INTRODUÇÃO

No decorrer da vida escolar de um indivíduo, o docente influencia de diferentes formas os educandos, lapidando e norteando sua jornada escolar acerca do conhecimento de mundo, fazendo uso de uma reflexão investigativa e científica sobre teorias já existentes. Sigmund Freud, contribui de forma significativa com seus estudos neste processo, influenciando e ressignificando teorias e auxiliando fortemente a prática docente.

Por intermédio deste estudo, será evidenciada a essencialidade e importância da relação professor-aluno, pois como sabe-se, é nessa correlação que o docente influi-se sobre o discente, o qual deposita confiança e crédito no mestre, validando a relação de poder estabelecida. Visando sempre buscar teorias que contribuam para o ambiente escolar rotineiro de nossos colegas da área da educação, a fim de ampliar a gama de possibilidades de abordagem pedagógica a serem utilizadas pelos mesmos.

O ponto de partida para a escolha de Sigmund Freud como norteador deste trabalho surge com a intencionalidade final de tornar seus apontamentos mais conhecidos e utilizados no ambiente de formação da infância. Para tanto, discorreremos sobre possibilidades de abordagens educativas com o auxílio de aportes teóricos pautados na psicanálise Freudiana. Contando com a imensa importância que a mesma possui.

Ao nos desafiarmos sobre o tema, levando em consideração toda a sua complexidade queremos apresentar a importância do professor sobre o aluno e como o mesmo pode e deve trabalhar esse poder gerado pelo mestre em seu aluno, demostrando para os acadêmicos, estudiosos da Pedagogia e demais convidados da Faculdade Murialdo, que a psicanálise e teorias de Freud, podem confluir com o trabalho pedagógico, sendo um recuso eficaz, mas pouco conhecido por parte dos corpos docentes.

Com a intencionalidade de abordar esta temática, estruturamos a escrita deste artigo seguindo, mais especificamente, objetivos como a busca de um campo de pesquisa destacável, todavia que não fosse comumente estudado em nossa área, a pedagogia. Fitamos a garantia de um embasamento teórico-científico que regesse e fundamentasse nossas pesquisa e análises. Tudo isso para atingirmos o propósito de contribuir positivamente para a consolidação da aquisição de conhecimentos necessários à um educador, potencializando assim agregar possibilidades de intervenção nas mais diversas situações-problema dentro do ambiente de sala de aula.

1 O DESEJO DE SABER: UMA TEORIA FREUDIANA DA APRENDIZAGEM

Este capítulo tem, por sua finalidade, repensar o desenvolvimento das crianças deixando em segundo plano as fases psicossexuais passando a raciocinar sobre como dá-se o fenômeno da aprendizagem e o que a torna possível. Não existem escritas de Freud acerca da aprendizagem especificamente, as suas ponderações giram mais em torno de atenuar as neuroses das pessoas. Entretanto, uma das temáticas que Freud analisou foram as determinantes psíquicas que tornam alguém em um “desejante do saber” como os cientistas e as crianças, pois ambos centram-se na busca dos “por quês”. Para aprofundar-se neste estudo é necessário entendermos que o processo depende da razão, ou seja, devemos nos perguntar o que buscamos quando queremos aprender algo.

Dando sequência ao que já foi incitado acima, vamos analisar a origem das indagações tão frequentes das crianças. Elas, na verdade, interessam-se na resolução de dois porquês fundamentais: de onde viemos e para onde vamos (por que nascemos e o porquê morremos).

Segundo Freud, a concepção das diversas preocupações e indagações na infância surgem em um momento bastante destacável e decisivo, o da percepção das diferenças sexuais anatômicas, contatando-se em seres com pênis e seres sem pênis. Ao levar em conta as diversas situações em que essa diferenciação pode ser evidenciada, devemos considerar as interpretações divergentes. Os meninos, por exemplo, podem captar a ausência do pênis nas meninas compreendendo que elas podem vir a tê-lo ao longo do tempo. A elucidação desta descoberta na mente da criança gera determinada angústia, não somente pela constatação da ausência do pênis nas meninas, mas também pois traz para a racionalidade o entendimento de perdas que tem e já teve, como a perda do seio materno, por exemplo. A isto denomina-se angústia de castração.

        As descobertas de diferenciação já acima referenciadas são fruto da passagem da criança pelo complexo de Édipo. Este processo é o que possibilita a identificação, por parte da criança, de seu próprio gênero sexual. A angústia presente nesta fase é o que incita a vontade de descobrimento e conhecimento da criança. Em suma, para Freud, as primeiras investigações na infância são impreterivelmente sexuais e voltadas a definir aonde nos encaixaremos no mundo. Este nosso “lugar no mundo”, a princípio, tem relação direta com os pais e o que eles têm como expectativa nessa criança.

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