Uma Breve Explanação Sobre ser Surdo na Sociedade Ouvinte
Por: franfabio • 13/7/2016 • Trabalho acadêmico • 949 Palavras (4 Páginas) • 354 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS- CCH
ESCOLA DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
PROFESSORA: ETIENE
ALUNA: FRANCIELE CAMPOS DA SILVA
Uma breve explanação sobre ser surdo na sociedade ouvinte
Franciele Campos da Silva
O presente texto foi desenvolvido com base nas discussões em sala de aula da disciplina de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) , Ministrada pela Professora Etiene, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) cujo tema é “Ser surdo experiências visuais numa sociedade ouvinte”.
Tendo como base observações referente ao tema pesquisei diversos textos, artigos acadêmicos e blogs a respeito de como foi constituída a identidade dos não ouvintes ” surdos”.
Destinando-se inicialmente o filme “E seu nome é Jonas” indicado pela professora Etiene, verifiquei que as pessoas não ouvintes “surdas” muitas vezes eram tratados como retardados e internados em hospitais para deficientes mentais, alem de enfrentarem vários problemas com a família e no convívio em sociedade devido a falta de informação sobre a surdez, na qual acarretava que as famílias exigissem que os não ouvintes fossem alfabetizados pelo método da educação do oralismo, método este que consistia em ensinar as crianças a falar e ler lábios para que assim eles pudessem se comunicar com as demais pessoas ouvintes e por isso proibiam o método de língua de sinais, pois as políticas de educação eram definidas e escolhidas pelos ouvintes.
Durante as pesquisas verifiquei que o processo na qual se constituiu a formação da identidade dos não ouvintes foi muito dolorosa, pois a surdez era regulada e condenada culturalmente e historicamente. Ate hoje não vejo muito incentivo para que isto se acabe. Diante da concepção social da surdez que vem sempre acompanhada de preconceitos e estereótipos é preciso analisar o que gera tais preconceitos para buscar respostas as questões da surdez. As pessoas muitas vezes consideram os surdos como incapazes e associam a surdez com a deficiência mental, visto que o atraso na aquisição da linguagem acarreta problemas na sua aprendizagem e desenvolvimento.
E sobre essa perspectiva não vejo grandes incentivos para que este cenário se modifique rapidamente. Pois o governo não estimula a prática e a formação de professores Surdos para estudar e ensinar os alunos. A única proposta é de “inclusão” e as formações e capacitações dos professores são voltadas para os professores ouvintes que dominam Libras. E aos professores Surdos, só é dado o direito de ensinar Libras e, às vezes, nem a Libras, porque os intérpretes têm assumido o ensino da Libras nas faculdades.
Portanto, assim destaco a fala da minha professora de Libras da UNIRIO, na qual citou uma colega de trabalho que é professora não ouvinte na UFRJ, e que dentro da própria instituição sofria preconceitos por ser uma docente não ouvinte, na qual acarretou uma baixa na sua autoestima e por fim o seu desvio de função.
Sendo assim, creio para que haja uma verdadeira mudança e o fim dessa pratica preconceituosa com os não ouvintes; o governo deve rever as políticas de inclusão, para construir instituições para os alunos e docentes Surdos. Com isto, não digo que devamos isolar os não ouvintes dos ouvintes mais sim investir no aperfeiçoamento destes para que progridam e desenvolvam em sua plenitude, com uma metodologia própria para o seu desenvolvimento, onde os profissionais estejam voltados cem por cento para o processo de ensino aprendizagem dos não ouvintes. Para que assim possamos por em pratica a verdadeira inclusão destes na sociedade. Pois do que adianta ter uma política de inclusão na qual continua a causar sofrimentos e excluindo os alunos não ouvintes diante da falsa ideia de considera-los incapacitados de se desenvolver e acompanhar os alunos ouvintes?
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