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Vida pregressa da humanidade mental

Por:   •  26/9/2015  •  Tese  •  7.312 Palavras (30 Páginas)  •  285 Visualizações

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Processo de Aceitação

da

 Deficiência Mental

pela

Família

Curso Neuropsicopedagogia

Cotia 2014

INTRODUÇÃO

Palavras-chave: Deficiência, Aceitação, Família.

O presente trabalho nos remete ao conhecimento de como se constrói o processo de aceitação do filho com deficiência pela família.

Para desvelar o significado dessa experiência existencial da deficiência, tomamos como base 10 mães de filhos que estudam na Apae, 10 técnicos que acompanham o desenvolvimento da criança na instituição e 10 alunos que usufruem desses serviços e também bibliografias da área de Serviço Social e da Psicologia, buscando compreender a experiência de pais de pessoas com deficiência mental, para análise e fundamentação a partir dos pressupostos teóricos referentes às relações formadas por esses sujeitos.

Quanto aos instrumentos utilizados, recorremos à visita domiciliar e a entrevista semi-estruturada de caráter exploratório, que vem no propósito de dar respostas com menor obscuridade possível; para isso, trabalhamos com entrevistas que tiveram como pergunta norteadora: Como é a relação diária da família com o deficiente?

Através desta questão, visualizamos a aproximação com a realidade da família. Utilizamos, também, observações e avaliações dos técnicos que acompanham o deficiente na Instituição. Apresentamos o objeto do nosso estudo caracterizado como Projeto de Pesquisa.

O desenvolvimento humano é um processo que inicia na concepção, e só termina com a morte, segundo BARALDI (1994), é um contínuo. Sendo o nascimento de uma criança, um momento constitutivo em que a mãe espera tudo de um filho, é uma promessa de completude, visto isso, o nascimento de um filho com deficiência, é um fato traumático não somente pela patologia em si e pelas limitações que ela impõe, mas porque há um desencontro entre a criança real e a criança desejada.

Entendemos que esse tema é importante e pertinente por conter imbricados sentimentos de pertencimento, resistência em relação à família e à criança portadora de deficiência, sendo que a construção dos vínculos se inicia com a criança dentro do ventre, se concretizando no momento do nascimento.

Buscamos como objetivo “entender este processo de desenvolvimento para propor hipóteses”, e assim construir dentro dessa contextualidade, possíveis estruturas que venham ao encontro das necessidades emocionais e relacionais das famílias no que se relaciona ao acolhimento e afetividade, primando com isso, melhor qualidade de vida à família, e, à criança portadora de deficiência. Como vem se constituindo o processo de aceitação da deficiência por parte da família, na APAE de Cotia, no período de agosto a outubro de 2006.

Frisamos como objetivos:

  • Analisar como a família vivência o processo do luto do filho idealizado.
  • Identificar as etapas do processo de aceitação de um filho com deficiência pela família.
  • Demonstrar como se forma e se expressa o processo de rejeição em relação à pessoa portadora de deficiência pela família
  • Observar se há negligência da família com o filho deficiente.
  • Analisar como a família potencializa a autonomia do filho com deficiência.
  • Constatar a construção da identidade do deficiente dentro da família.

Deficiência e Frustração

A condição de “deficiência” está presente na nossa história desde muitos tempos. O preconceito, em relação às pessoas portadoras de deficiência, é explicitado e relatado desde antes de cristo, sendo que a forma que é conduzida pela sociedade dependerá da região, da história e da temporalidade em que a deficiência é vivenciada.

O preconceito da sociedade contemporânea tem se manifestado de diversas formas, mas uma das mais constantes é aquela que é dirigida contra as crianças, na medida em que estão em processo de desenvolvimento.

A falta de informações e o preconceito da sociedade acabam por dificultar a entrada da criança na escola, pois percebemos que muitas delas quando chegam a conseguir a vaga encontram-se com a idade avançada para começarem no ensino infantil e seu histórico de desenvolvimento é negativo. A condição de negativo é devido a criança ter a idade correspondente a vida escolar, mas não foi trabalhado com ela nenhum tipo de estímulo.

A família muitas vezes não acompanha o desenvolvimento do deficiente por não ter apoio dos órgãos responsáveis em protege-los e ainda sofrem com a discriminação das pessoas que não acreditam que esse ser humano possa vencer seus limites.

O desenvolvimento humano é um processo que inicia na concepção, e só termina com a morte, segundo BARALDI (1994), é um contínuo. Sendo o nascimento de uma criança, um momento construtivo em que a mãe espera tudo de um filho, é uma promessa de completude, visto isso, o nascimento de um filho com deficiência, é um fato traumático não somente pela patologia em si e pelas limitações que ela impõe, mas porque a um desencontro entre a criança real e a criança desejada.

Este processo de negação sofrido pela criança pode causar no seu desenvolvimento o aprofundamento de danos físico mental e psicológico.

Normalmente, é na infância que são moldadas grande parte das características afetivas e da personalidade que a criança carregará para a sua vida.

O desenvolvimento da personalidade é um processo complicado influenciado por vários fatores, sendo que se destaca pela história pessoal das experiências do indivíduo com os outros.

 

O desenvolvimento da criança depende de dois fatores básicos: a maturação e o ambiente. No caso do preconceito familiar, percebemos que ele se situa, no ambiente, em que deveria ser responsável por proteger.

As relações com a família e com os outros grupos sociais são de máxima importância. Diante desta afirmação, podemos dizer que a criança que tem sua infância comprometida pelo processo lento e gradual de aceitação familiar poderá ter seu desenvolvimento da personalidade afetado, mostrando-se introspectiva, com baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento, agressiva, rebelde, ou muito passiva.

Quando a deficiência ocorre, segundo Vash (1988), a família inteira começa uma batalha adaptativa para recuperar o equilíbrio. O nascimento de uma criança deficiente pode ter um impacto intenso e de longo alcance também nas outras pessoas da família, pois, todos vivenciam o choque e o medo com relação ao reconhecimento da deficiência, bem como, a dor e a ansiedade de se imaginar, quais serão as implicações futuras no estilo de vida dos membros da família.

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