ÉTICA NA GESTÃO PÚBLICA ESCOLAR: PARÂMETRO A UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Por: 2882908 • 20/8/2018 • Artigo • 3.142 Palavras (13 Páginas) • 237 Visualizações
ÉTICA NA GESTÃO PÚBLICA ESCOLAR: PARÂMETRO A UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Elisângela Campos Damasceno Sarmento (1); Vanessa Teresinha Ribeiro (1); Jocélia de Jesus Rêgo da Silva (2); Deusilande Muniz Deusdará Luz (3)
Mestrandas da Universidade de Pernambuco - UPE – Campus Petrolina, e-mail: elisceno@yahoo.com.br; vanessairineu@hotmail.com; jocelia_jrs@hotmail.com; lannde@hotmail.com.
Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar a qualidade da gestão pública escolar numa unidade de ensino da rede estadual, a partir do viés da ética e mediante um estudo de caso (grupo focal), que utilizou o método dialético, para a divulgação dos resultados obtidos. Ressalta-se que este trabalho adveio de um projeto de extensão, desenvolvido no primeiro semestre de 2015, entre o Instituto Federal de Educação do Piauí – Campus Paulistana e uma escola da Rede Estadual de Ensino (Paulistana-PI). Desse modo, realizou-se uma consulta quanto aos procedimentos éticos adotados pela administração escolar e setor pedagógico da instituição campo de pesquisa. Salienta-se que os sujeitos sociais envolvidos com a pesquisa ficaram assim distribuídos: uma diretora, uma coordenadora pedagógica, três professores e cinco alunos, escolhidos aleatoriamente. É importante destacar que os dados encontrados permitiram uma reflexão acerca das implicações da ética na qualidade da educação ofertada pela instituição investigada. Nessa perspectiva, espera-se que o leitor possa dialogar com os temas da gestão pública em educação e a necessidade de ética na prestação de serviços de qualidade, sejam eles: administrativos ou pedagógicos. Ademais, pretendeu-se expor aos estudiosos da ética na gestão pública escolar um arcabouço teórico-prático, para que, vislumbrando horizontes de transformação individual e social, possam ser desencadeadas novas posturas do núcleo gestor e de todos os agentes educativos, na direção da excelência humana, escolar e cidadã.
Palavras-chave: ética, gestão pública escolar, educação de qualidade.
Introdução
Toda instituição de ensino, considerando a sua missão essencial em prol da formação do ser humano, deve preocupar-se com a melhoria permanente da qualidade de sua gestão e educação oferecida ao corpo discente. Segundo Moore (1995), as propostas de se criar valor público, por meio de uma nova gestão estratégica na área governamental, basearam-se, em primeiro lugar, na filosofia de uma nova ética para a administração pública escolar, tendo em vista a qualidade da educação.
Nessa perspectiva, é de fundamental importância a prática de uma gestão pública calcada na ética dos profissionais em educação, tanto do núcleo gestor quanto do corpo docente, tendo como foco principal a formação cidadã do corpo discente, na qual os direitos básicos da dignidade humana são respeitados. Para tanto, faz-se necessário envidar esforços no sentido de tornar possível a prática da cidadania com justiça social através da qualidade dos serviços prestados à educação pública, que poderão atingir a excelência, se forem fundamentados na ética.
Desse modo, a pesquisa tem como objetivo geral analisar a relação entre a ética e a qualidade da gestão pública escolar numa unidade de ensino da Rede Estadual de Paulistana-PI no primeiro semestre de 2015. Apresentou, também, como objetivos específicos: verificar os procedimentos éticos na administração escolar e no setor pedagógico da instituição em estudo; consultar documentos escolares da gestão; refletir sobre os resultados encontrados, observando as implicações da ética na qualidade da educação.
Portanto, buscou-se despertar o espírito científico dos profissionais da educação, a fim de incitar a procura incessante por respostas e/ou caminhos que possam evidenciar uma melhor compreensão frente à temática em estudo e assim contribuir para a qualidade social dos serviços prestados à comunidade educativa da Unidade Escolar Campo de Pesquisa, inserida na cidade de Paulistana-PI.
Metodologia
A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso e tem um caráter qualitativo, uma vez que o objeto e os objetivos propostos puderam ser analisados de forma ampla e, para o seu entendimento, foi necessária uma vasta interpretação dos dados. De acordo com Melucci (2005, p. 22), “o uso desse tipo de pesquisa fundamenta-se pela própria dinâmica de complexidade em que se configura a sociedade atual”.
Utilizou-se o método dialético que é de suma importância na investigação sobre a realidade, para que se proceda à análise dos dados dessa realidade, de maneira que possam ser produzidos os elementos abstratos que permitem desvelar as interações e determinações do processo (ALVES, 1988).
Com vistas a atingir os objetivos deste trabalho, delimitou-se o universo da pesquisa ao serem definidos os participantes, a saber: núcleo gestor (diretor e coordenador pedagógico (dois), professores (três) e alunos (cinco), escolhidos aleatoriamente. Além disso, realizou-se a análise de documentos administrativos e pedagógicos produzidos pela comunidade- alvo desta investigação.
O procedimento metodológico utilizado foi a análise de conteúdo sobre grupo focal, mediante suas etapas de preparação, unitarização, categorização, descrição e interpretação das informações (GATTI, 2005).
Para a autora, o grupo focal é uma técnica de pesquisa, com tempo, local e participantes determinados (GATTI, 2005). É uma técnica na qual o pesquisador reúne, num mesmo local e durante um certo período, uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do público-alvo de suas investigações, tendo como objetivo coletar, a partir do diálogo e do debate com e entre eles, informações sobre um tema. (Neto et al, 2002, pág.53)
O tempo ideal destinado à realização do grupo focal é de uma hora e trinta minutos. No entanto, pode variar entre mais ou menos, isso vai depender da complexidade do tema discutido, do tamanho do roteiro de questões, do nível de discussão que se deseja alcançar e do próprio andamento do grupo (BORGES & CARNIELLI, 2005).
A escolha dos participantes é um determinante para o sucesso do grupo focal. A quantidade de participantes diz respeito a dois fatores: pequeno o suficiente, para que todos exponham suas ideias e grande o bastante, para que os participantes possam discutir a diversidade de opiniões. Nessa lógica, o grupo focal deve ser composto por, no mínimo, quatro; e, no máximo, doze pessoas (KRUEGER apud NETO et al, 2002).
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