A Ausência Da Relação Paterna Nas Famílias Monoparentais Femininas E Os Impactos Na Saúde Mental Do Filho Adulto

Curso de Psicologia                                                                                              Artigo de Revisão                                                                  

A AUSÊNCIA DA RELAÇÃO PATERNA NAS FAMÍLIAS MONOPARENTAIS FEMININAS E OS IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DO FILHO ADULTO

THE ABSENCE OF A PATERNAL RELATIONSHIP IN FEMALE SINGLE PARENT FAMILIES AND THE IMPACTS ON THE MENTAL HEALTH OF THE ADULT CHILD

Ana Carolina de Paula Marques¹, Kérola Cristiane Pimentel de Souza² Ana Flávia Seabra³

1 – Aluna do Curso de Psicologia

2 – Aluna do curso de psicologia

3 – Professora e Orientadora das Faculdades Promove de Sete Lagoas

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RESUMO

A ausência do genitor paterno nas famílias monoparentais femininas constitui-se como uma realidade preocupante na sociedade brasileira. Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil, 2022), estima-se que entre 2020 e 2021, 320 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. A presente pesquisa básica, de abordagem qualitativa e caráter exploratório, a partir de uma revisão bibliográfica reúne uma coleta de dados encontrados nas obras Freudianas entre 1912 e 1930, na plataforma Scielo, revistas eletrônicas, monografias, além de livros complementares com delimitação entre os anos de 1985 e 2021, com o intuito de responder ao problema de pesquisa: Qual o impacto da ausência da relação paterna na saúde mental adulto? O objetivo principal desse estudo é definir a importância da função paterna para a estruturação psíquica à luz da psicanálise e levantar os impactos da ausência da relação paterna na saúde mental do filho adulto. A hipótese a ser verificada neste estudo é que a ausência paterna na infância e adolescência pode impactar diretamente a constituição psíquica do sujeito e interferir significativamente na realidade da vida adulta, refletindo as consequências da ausência ou abandono na saúde psicológica, emocional e na qualidade das relações sociais. Após longa análise das pesquisas expostas no referencial teórico deste estudo, é possível concluir que a ausência paterna na infância e adolescência pode impactar diretamente a constituição psíquica do sujeito e interferir significativamente na realidade da vida adulta, refletindo as consequências do abandono na saúde mental.

Palavras Chaves: ausência, função paterna, saúde mental, adulto

ABSTRACT

The absence of the paternal parent in female single-parent families constitutes a worrying reality in Brazilian society. According to data from the National Association of Natural Person Registrars (Arpen-Brasil, 2022), it is estimated that between 2020 and 2021, 320,000 children were registered with only the mother's name on the birth certificate. This basic research, with a qualitative and exploratory approach, based on a bibliographical review, brings together a collection of data found in Freudian works between 1912 and 1930, on the Scielo platform, electronic journals, monographs, in addition to complementary books with delimitation between the years from 1985 to 2021, in order to answer the research question: What is the impact of the absence of a paternal relationship on adult mental health? The main objective of this study is to define the importance of the paternal role for the psychic structure in the light of psychoanalysis and to raise the impact of the absence of the paternal relationship on the mental health of the adult child. The hypothesis to be verified in this study is that a father absence in childhood and adolescence can directly impact the psychic constitution of the subject and significantly interfere with the reality of adult life, reflecting the consequences of absence or abandonment on psychological and emotional health and on the quality of relationships. social. After a long analysis of the research exposed in the theoretical framework of this study, it is possible to conclude that a father absence in childhood and adolescence can directly impact the psychic constitution of the subject and significantly interfere with the reality of adult life, reflecting the consequences of abandonment in mental health.

Key words: absence, paternal function, mental health, adult

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1. INTRODUÇÃO

O interesse por esse estudo surgiu durante a atuação na Clínica Social da Faculdade Promove de Sete Lagoas, quando as discentes, na competência de estagiárias, tiveram a oportunidade de realizar atendimentos psicológicos com pacientes que apresentavam sexo, idades e contextos familiares distintos. Após a aproximação com as demandas da psicologia clínica, foi possível perceber que os pacientes adultos sempre relembravam vivências pessoais relacionadas ao pai, especialmente quando biológico, e relatavam como essas experiências continuavam sendo emocionalmente significativas, mesmo na fase adulta.

Durante a busca por pesquisas e estudos já realizados sobre a importância da função paterna, foram encontrados uma numerosa quantidade de pesquisas que discorriam sobre um evidente crescimento das famílias monoparentais femininas, onde a mulher ocupa o lugar de chefe de família sem a presença do genitor masculino no arranjo familiar.  Diante disso, surgiu o interesse por uma pesquisa que, além de explicar a importância da função paterna, também alertasse sobre os impactos de sua ausência para a saúde mental do filho na fase adulta, maior público recebido na clínica-escola.

A ausência do genitor paterno nas famílias monoparentais femininas constitui-se como uma realidade preocupante na sociedade brasileira. Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil, 2022), estima-se que, entre os anos de 2020 e 2021 nasceram 5.332.573 crianças, no entanto 320 mil foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. Baseado nisso, não restam dúvidas que milhões de crianças e adolescentes brasileiros, por inúmeros motivos, podem estar crescendo e se desenvolvendo sem o amor, proteção e exemplo paternal.