A Consciência Perceptiva de Merleau
Por: Priscila Nascimento • 6/12/2018 • Trabalho acadêmico • 317 Palavras (2 Páginas) • 402 Visualizações
A CONSCIÊNCIA PERCEPTIVA
Os pensamentos de Merleau-Ponty são, resumidamente, baseados na filosofia do corpo, onde se inicia a nossa existência no mundo. Diferentemente dos filósofos tradicionais, Merleau afirma que não é possível que a reflexão se situe fora do corpo, pois ela é parte íntegra e necessária dele. Assim, para o autor, temos um pensamento pré-reflexivo da existência, ou seja, inconscientemente, antes de entendermos e compreendermos alguma coisa, já estamos fazendo uma reflexão acerca dela. E toda atividade reflexiva, sendo consciente ou não, há a presença da percepção.
A percepção está vivamente presente a cada movimento, gesto e ações realizadas fundamentados na experiência de mundo que se tem, sem se fazer necessário uma reflexão consciente sobre tal. Esse fato, anormal do ponto de vista filosófico, foi a base do aprofundamento de Merleau-Ponty: ele buscou maneiras de explicar como pode ser possível existir um momento pré-reflexivo, que é inconsciente, não demonstrado completamente, sem haver uma consciência sobre.
Inicialmente, Ponty constituiu dois níveis de existência: o pré-pessoal, baseado no fato de que o corpo é o principal responsável pelo sentido e pelo significado, ou seja, o homem pensa porque existe. Em segundo, temos o pessoal, que esclarece o agir humano e sua ligação com o pensar. A partir disso, Merleau explora a consciência perceptiva, esclarecendo que a sua criação se deu anteriormente a consciência filosófica (evidenciada pela ciência e pela filosofia tradicional), pelo fato de originar a forma primária de todo conhecimento. Primeiro se percebe algo, em seguida o objeto percebido é transportado para a consciência que, se estiver em estado de vigilância, compreende a existência do objeto. Com isso, consegue-se concluir que nunca conseguiremos saber, ter conhecimento e assimilar todas as coisas, objetos e pensamentos que passam por nós, pois o mundo em que se vive é inesgotável para a nossa consciência. Deste modo, percebe-se que estamos em constante interação com as coisas deste mundo, estamos sempre entre todas as coisas.
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