A Criança no Processo de Separação dos Pais
Por: Mariana Ferreira Cardoso • 8/4/2016 • Trabalho acadêmico • 615 Palavras (3 Páginas) • 488 Visualizações
A Separação dos Pais na Infância
Estudos comprovam cada dia mais, que a criança sempre busca uma referência onde se espelha para realizar os seus atos, sejam eles bons ou ruins. Esse espelho é, evidentemente, os mais próximos dessa criança, sejam pais, avós, tios ou a pessoa que a criou independente de qual grau de parentesco. O comportamento das crianças na fase mais avançada, sem dúvida diz respeito a algo que a marcou quando mais nova. Sendo assim, considera-se que todo trauma sofrido pela criança, se não for cuidado e tratado, pode vir a gerar futuramente problemas psíquicos como hiperatividade, agressão, exclusão social e outros que atrapalham em muito o desenvolvimento da mesma (FERREIRA; MARTURANO, 2002).
A necessidade de existir a presença marcante do pai e da mãe durante o período de desenvolvimento da criança se aplica para os casados e não é diferente na situação do divórcio, pois independente do rompimento dos pais, os filhos ainda possuem os laços com os mesmos e a necessidades psicológicas permanecem, talvez até de forma aumentada devido à situação (GONZAGA, 2005).
Alguns pais, após esse processo, entendem que devem assumir um papel duplo com essa criança por ela estar sobre sua guarda, o que é errado. É necessário levar em conta que a criança vai sentir falta e necessidade daquele genitor que lhe for excluído ao convívio e, isso seria mais difícil ainda, caso o portador da guarda tentasse fazer essa exclusão. A figura dos dois é de suma importância para o desenvolvimento correto da criança (GONZAGA, 2005).
O impacto que decorre do conflito conjugal sobre os processos cognitivos, psicológicos e relacionais da criança tem tido maior destaque depois de sido confirmado que a presença desses conflitos associava-se diretamente a uma maior exposição da criança aos problemas de estresse familiar. Alguns padrões avaliados de relações conjugais, especialmente aqueles em que existe a presença de adversidade conjugal e violência foram diretamente relacionados a distúrbios no desenvolvimento saudável do psíquico da criança. Dada essa relação, os conflitos conjugais passaram a ter uma maior importância no momento da investigação sobre as relações familiares, onde passou a existir, inclusive, o questionamento sobre o a relação de entendimento da criança a respeito do divórcio como um potencial gerador de algum distúrbio na infância e adolescência (BENETTI, 2006).
Os distúrbios que podem ser sofridos futuramente não foram relacionados com a situação do divórcio em si, mas com os acontecimentos que envolvem essa situação, como a exposição da criança aos conflitos internos entre os adultos e brigas excessivas que podem anteceder o processo de divórcio. (FONAGY, 1997 apud BENETTI, 2006). Alguns possíveis processos que podem ser desencadeados por essas situações são agressividade, conduta antissocial, envolvimento com substâncias químicas ilícitas e problemas com a Lei (FERGUSSON; HORWOOD 1998 apud BENETTI, 2006). Por esse motivo se apresenta tão necessário o cuidado com a criança nesse momento de conflito.
REFERENCIAS
- BENETTI, Silvia Pereira da Cruz. Conflito Conjugal: Impacto no Desenvolvimento Psicológico da Criança e do Adolescente. Rev. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2006, 19(2), p 261-268. São Leopoldo, RS. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/%0D/prc/v19n2/a12v19n2.pdf
- FERREIRA, Marlene de Cássia Trivellato; MARTURANO, Edna Maria. Ambiente Familiar e os Problemas do Comportamento Apresentados por Crianças com Baixo Desempenho Escolar. Rev. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002, 15(1) p 35-44. Ribeirão Preto, SP. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n1/a05v15n1
- GONZAGA, Jacyra Carvalho. Os Filhos na Separação dos Pais – Uma Visão Psicológica. Universidade Cândido Mendes, 2005. Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: http://www.avm.edu.br/monopdf/3/JACYRA%20CARVALHO%20GONZAGA.pdf
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