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A Drogadicção em Interface a Maternidade: Algumas considerações

Por:   •  2/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  865 Palavras (4 Páginas)  •  139 Visualizações

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A drogadicção em interface à maternidade: algumas considerações

Introdução: Estudos epidemiológicos tem constatado um relevante aumento do consumo de crack por mulheres e isso é apenas um dos reflexos do novo papel social assumido pela mulher contemporânea. Em um levantamento brasileiro sobre o uso de crack realizado pela Fundação Osvaldo Cruz, em parceria com a Secretaria Nacional de Álcool e outras Drogas, publicado em 2014, contou com uma amostra de 7.381 usuários nas cenas de uso, sendo 21,32% do sexo feminino. Entre as mulheres usuárias de crack que participaram da pesquisa supracitada, cerca de 10% relataram estar grávidas no momento da entrevista e mais da metade relatou já ter engravidado pelo menos uma vez depois de iniciar o uso da droga. (BASTOS; BERTANI, 2014). O aumento da quantidade de mulheres que fazem uso de crack traduz de certa forma as mudanças no papel da mulher na sociedade, mobilizando-a de tal forma, a ponto de leva-la a buscar nas drogas a fuga de uma realidade opressora em resposta às novas exigências sociais que produzem frustrações e que acarreta em um imensurável sofrimento psíquico. O presente estudo tem como principal objetivo compreender o fenômeno da maternidade frente à situação de drogadicção e tem sua relevância justificada por se tratar de uma temática bastante atual e que, porém muito pouco se pensou a respeito, uma prova disso são os escassos estudos acerca dessa temática.

 Procedimentos Metodológicos: Trata-se pesquisa bibliográfica, que teve como banco de dado o periódico Lilacs, usando as palavras-chave “drogadicção e maternidade”, onde foram obtidos onze resultados, dos quais apenas quatros eram relevantes de acordo com os objetivos da pesquisa. Foram excluídos os resultados que se referiam a dst’s, sistema prisional e aborto.

Resultados e Discussões: É possível constatar que a mulher é bastante cobrada pela sociedade, em todos os meios em que se insere. Cumprir ao que hoje se espera da mulher, especialmente no papel materno, exige que esta tenha entrega, disponibilidade afetiva e amor incondicional ao seu filho, mas quando essas mulheres se encontram em situação de drogadicção, termo criado para definir todo e qualquer vício bioquímico de seres humanos em relação à alguma droga, este acaba trazendo consequências diversas à vida do usuário, da mesma maneira que das pessoas que compõe sua rede de relacionamentos, pois o uso de drogas, não raro, se torna prioridade na vida do dependente e, para dedicar-se ao uso, outros papéis e funções são descartados (TRINDADE; BARTILOTTI, 2017). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os programas de saúde da mulher devem enfatizar o rastreamento de gestantes nas áreas em que o consumo de drogas seja frequente, tendo em vista detectar os grupos mais vulneráveis (PORTELA, 2013), tornando-se também relevante a sensibilização dos gestores de saúde a respeito da educação continuada para os profissionais, bem como a realização de mais estudos que permitam identificar os principais grupos de risco, para que as intervenções sejam implementadas de forma eficaz.

 Considerações Finais: Apesar de numericamente menos envolvidas com o consumo de drogas, as mulheres são um subgrupo vulnerável e crescente, nas gestantes, esse problema ganha mais importância, pois a exposição dessas puérperas às drogas pode levar ao comprometimento da relação da mãe e filho e isto também afeta os sentimentos desse individuo em formação sobre assumir o papel materno ou paterno delas mesmas algum dia e sobre as mulheres em geral, o que acaba por gerar novas situações de vulnerabilidades e o que torna impossível dimensionar a quantidade de danos que isso vai causar para a sociedade como um todo se não voltarmos nossos olhares para tais situações em busca de possibilidades.

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