A Esquizofrenia é uma Psicopatologia
Por: Letícia Antunes • 11/9/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 1.589 Palavras (7 Páginas) • 117 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
A esquizofrenia é uma psicopatologia caracterizada por distorções do pensamento que causam delírios e alucinações. Faz com que o indivíduo perca a percepção de si e da realidade externa, dando início a problemas cognitivos, de socialização e convivência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esquizofrenia atinge cerca 1% da população mundial e a terceira maior causa de perda da qualidade de vida de pessoas entre 15 e 30 anos.
A maioria dos pacientes com esquizofrenia, são homens. Se descoberta no início, seu tratamento pode ser mais eficaz, possibilitando uma vida considerada normal.
2. CONCEITO
O termo “esquizofrenia” foi criado pelo psiquiatra suíço Paul Eugen Bleuler. Tem origem grega e significa schizo = divisão, cisão; phrenos = mente. Bleuler criou esse nome, para acabar com o conceito de “demência precoce”, pois a demência é caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios, já a esquizofrenia é caracterizada pela dissociação do psiquismo. A dissociação atinge a personalidade, o processo associativo e os afetos. O pensamento se torna confuso e fragmentado.
Com uma etiologia complexa e ainda não completamente definida, os cientistas seguem em busca de respostas para a causa da esquizofrenia. Não descobriram fatores psicológicos e ambientais que possam desenvolver a esquizofrenia, mas existem fatores de vida que podem servir como “gatilho” para a manifestação da psicopatologia em pessoas predispostas à doença, como estresse excessivo e uso de drogas psicóticas.
O paciente só é diagnosticado com a psicopatologia se houver mais de dois de seus sintomas por no mínimo seis meses. Não tem cura, mas tem tratamento, e o tratamento é um conjunto de antipsicóticos e psicoterapia.
Acredita-se que os primeiros sintomas aparecem entre a adolescência e a fase adulta, devido a estressores ambientais, farmacológicos e sociais.
3. LOCAL DE ATIVAÇÃO NO CORPO
Sua etiologia é muito complexa e ainda não muito definida, e uns dos muitos estudos, foi observado o aumento da atividade metabólica no córtex pré-frontal que é mais intenso em pacientes com os sintomas mais negativos.
Embora os sintomas positivos sejam relacionados à hiperatividade em áreas temporolímbicas, pré-frontais e gânglios da base. Algumas vias acabam sendo afetadas e alteradas por conta da esquizofrenia, uma das vias é a via dopaminérgica nigroestriatal, a hiperatividade da dopamina nesta via pode ser considerada a causa de vários transtornos de movimento hipercinéticos como discinesias e tiques que são características de uma pessoa com esquizofrenia.
Estudos recentes apontam testes em roedores, nesses testes foram detectados uma atividade anormal da proteína SAP97 em parte do hipocampo, especificamente no giro denteado. A proteína SAP97 tem o principal papel de regular a sinalização glutamatérgica entre neurônios, e influenciar como as memórias são armazenadas. As mutações que inibem a função dessa proteína, podem dar origem à esquizofrenia. Essas mutações podem ter um aumento de 40 vezes no risco de um indivíduo desenvolver o distúrbio mental. O hipocampo é uma estrutura essencial no processo de consolidação da memória, é crítico para memória espacial, navegação, consciência e memória episódica, é a coleção de experiências pessoais passadas que ocorreram em um determinado momento e local. A principal função do hipocampo é mediar a geração e a recuperação de memórias em conjunto com muitas áreas espalhadas pelo córtex e outras áreas do sistema límbico.
O giro denteado é uma das células do hipocampo, elas se reúnem para fazer um evento neuroquímico chamado de “potencialização de longa duração”. Essa potencialização de longa duração é o que faz com que uma sinapse lembre aquele estímulo que á excitou.
4. NEUROTRANSMISSOR
Muitos cientistas acreditam que os sintomas da esquizofrenia são em parte resultantes de um desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro, especialmente do neurotransmissor chamado de dopamina. A dopamina é uma substância usada na comunicação entre neurônios, e o excesso de dopamina no cérebro pode se relacionar com alguns sintomas da esquizofrenia. Isso tanto é verdade que as medicações conhecidas como antipsicóticos conseguem reduzir alguns dos sintomas ao bloquear receptores de dopamina nos neurônios.
Existem dois neurotransmissores que podem estar relacionados ao desenvolvimento da esquizofrenia, tais como glutamato e a dopamina. Sendo a dopamina o principal neurotransmissor relacionado à esquizofrenia , o excesso da liberação de dopamina pode ocasionar um efeito neurotóxico que desencadeia os sintomas da esquizofrenia, tais como (alucinações, delírios, pensamentos incoerentes, afeto incongruentes).
Foi desenvolvida uma medicação chamada clorpromazina considerada a primeira medicação para controlar os sintomas psicóticos causados na esquizofrenia, eles agem como antipsicóticos e podem levar dias e semanas para produzirem seus efeitos terapêuticos, a principal ação consiste em bloqueio de receptores dopaminérgicos D2 no sistema nervoso central. Diversos estudos demonstram uma relação direta entre a potência terapêutica dessas drogas e sua capacidade em bloquear receptores D2.
Vale ressaltar que os antipsicóticos não fazem mais que atenuar a intensidade das manifestações psicóticas agudas, sendo incapazes de curar o paciente. Entretanto, essa medicação é fundamental no tratamento de sintomas positivos da doença, sendo questionável sua ação sobre sintomas negativos.
5. PRINCIPAIS SINTOMAS
Os sintomas da esquizofrenia podem ser divididos
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