A Estrutura Obsessiva
Por: Júlia Rios • 10/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.269 Palavras (6 Páginas) • 378 Visualizações
FICHAMENTO
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade de Psicologia
Curso de Psicologia, Campi Coração Eucarístico
Disciplina: Psicopatologia II
Profa.: Ilka Ferrari
Aluno (a): Júlia de Melo Rios Ferreira
Referência Bibliográfica: DOR, Joël. A estrutura obsessiva. In: Estruturas e clínica psicanalítica. Belo Horizonte: Taurus Timbre, p.97-114.
Informações sobre o autor: O autor é psicanalista de formação pliridisciplinar, lógica, filosofia e psicopatologia, tem orientado seus trabalhos na pesquisa epistemológica da psicanálise. Doutor em psicanálise, ensina na Universidade de Paris VII, onde é responsável pelos seminários de clínica psicanalítica.
Obras:
ESTRUCTURAS CLINICAS Y PSICOANALISIS; EL PADRE Y SU FUNCION EN PSICOANALISIS;
INTRODICCION A LA LECTURA DE LACAN: EL INCONSCIENTE ESTRUCTURADO COMO UN LENGUAJE;
CLINICA PSICOANALITICA:ENSENANZA,CONDUCCION DE LA CURA,ESTUDIO S CLINICOS;
INTRODUCCION A LA LECTURA DE LACAN:EL INCONSCIENTE ESTRUCTURADO COMO LENGUAJE EN PSICOANALISIS;
INTRODUCCION A LA LECTURA DE LACAN II: LA ESTRUCTURA DEL SUJETO.
Resumo: O resumo tem por objetivo apresentar a estrutura obsessiva, a partir do processo de atualização do desejo do sujeito diante a função fálica no campo psicanalítico passando pela problemática obsessiva, onde veremos a sua organização psíquica que teria a particularidade do ser. Os traços da estrutura obsessiva, a partir dos esteriótipos estruturais e a sua demarcação com relação à problemática dos sintomas, também apresentando o obsessivo, a perda e a lei do pai e o obsessivo e seus objetos de amor, no espaço de investimentos, onde remete o sujeito diretamente a falta e seus objetivos.
Principais pontos do texto: Em oposto a histeria, o autor aborda em seu texto a estrutura obsessiva, salientando a diferença entre ambos, ao contrário do histérico, o obsessivo sente-se amado demais pela mãe, se manifestando como sujeito privilegiado do desejo da mãe em seu investimento fálico. A mãe poderia encontrar na criança o que supostamente espera do pai, mas se pai é suposto fazer lei à mãe, ela supostamente deseja o que não tem e o que o pai possui, o investimento simbólico, então, se trata do pai que se fecha com a atribuição fálica, que se efetua a passagem do "ser" e "ter".
Um ponto importantíssimo na estrutura obsessiva, se deve pelo fato de certas ambiguidades, no objeto de desejo da mãe, a criança poderá se instalar imaginariamente num dispositivo de suplência à satisfação do desejo materno.
De um lado a criança percebe a dependência da mãe pelo pai, do ponto de vista do seu desejo e parece não perceber inteiro o do pai, esse vão induz a abertura favorável para uma suplência possível, buscando na criança o seu complemento, portanto, o obsessivo tem a convicção de ter sido a criança favorita.
A partir dessa posição, serão abordados traços associados a dispositivos de defesa sintomáticos, tais: as formações obcecantes, isolamento e a anulação retroativa, a ritualização, as formações reacionais, o trio: culpa modificação, contrição, "caráter anal" designado por Freud.
O ponto indutor da neurose obsessiva, dar-se na marca da falha na satisfação do desejo da mãe e se apoia na criança que percebe os indícios significantes. Nessa configuração relacional, é possível notar que a mãe mantém a criança em seu gozo libidinal.
A passagem do "ser" ao "ter" é vivida na forma de insatisfação pela criança, já que é negada a sua insatisfação fálica em vista da intrusão do pai, onde deveria se confrontar com a insatisfação, ela fica presa na relação de suplência que mantém com a mãe, daí a criança permanece presa ao desejo insatisfeito da mãe, a posteriori, todo processo de desejo da criança vai fazer em si mesma um curto-circuito. A dinâmica do desejo se desenvolve num segundo ritmo ternário, o desejo se separa na necessidade para entrar, em seguida, na demanda. Assim que o desejo é separado, ele é tomando tomado rapidamente pela mãe insatisfeita, encontrando assim um objeto de suplência possível, isso explica o caráter do desejo obsessivo apressado desta posse. O desejo do obsessivo comporta sempre a marca impiedosa da necessidade.
O obsessivo não pode perder, é algo completamente intolerável para ele, pois ele sempre fará de tudo para ser tudo para o outro, consequentemente dominando e controlando o todo, para que nada escape ou saia do seu controle. Uma possível perda tem como o efeito retê-lo na castração.
Na dimensão de investimentos dos objetivos de amor, o obsessivo dá o melhor de si, e paradoxalmente tudo e absolutamente nada, na medida em que não aceitar perder, nesta medida que se estabiliza qualquer estratégia de desejo do obsessivo. O obsessivo para ser amável e ser amado, o objeto deve se fazer de morto. Apenas nessa condição o obsessivo consegue se manter, para que seu desejo não encontre qualquer inquietação, se o outro está morto, ele não deseja, o obsessivo fica tranquilo assim que ele percebe que é o desejo do desejo do outro. Outro não pode demandar, por se ele demanda, é porque ele deseja. Sintetizando, o objetivo do obsessivo é apropriar-se de um objetivo vivo e o transformá-lo em um objeto morto e fazer tudo para que permaneça assim. O fato do obsessivo se comportar assim, deve-se a posse imaginária do objeto contra o olhar do rival, faz com que ele transforme o objeto cada vez menos desejável - não podendo gozar. O obsessivo aguenta tudo, menos ver o outro fazendo gozar sem ele, é extremamente intolerável. E se o outro goza, ele acaba se saindo como traidor, porque se há gozo, há desejo. Quando as coisas fogem do seu controle, o obsessivo se mostra extremamente histérico (mais do que o autêntico histérico).
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