A Função Semiótica
Por: Chris Mendes • 10/5/2018 • Trabalho acadêmico • 2.369 Palavras (10 Páginas) • 509 Visualizações
Introdução
O desenho de acordo com Piaget é uma forma de função semiótica situada entre o jogo simbólico que também provoca prazer funcional, e a imagem mental com qual partilha o esforço da imitação do real. Piaget se baseou nos estudos de Luquet para analisar as fases do grafismo. Luquet faz do desenho um jogo, porem acontece mesmo em suas formas iniciais, ele não assimila qualquer coisa a qualquer coisa e permanece, como imagem mental mais próximo da acomodação imitativa. Com efeito, constitui ora uma preparação, ora uma resultante desta última e, entre a imagem gráfica e a imagem interior, para ele existem inúmeras interações, pois as duas (imagem gráfica e imagem interior) se derivam diretamente da imitação.
O primeiro estágio é o “sensório-motor” que está presente geralmente nas idades de 0 a 2 anos. A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é pratica, sendo assim ele adquire inteligência praticando. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação, sendo o contato com o meio direto e imediato, sem representações ou pensamentos.
O segundo estágio é o “pré-operatório” que está presente nas idades de 2 a 7 anos. O estágio é também chamado de Inteligência Simbólica, caracterizando-se principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior. As características são: a criança é egocêntrica, ou seja, elas são centradas em si mesmas e não conseguem se colocar, abstratamente no lugar do outro; não aceita a ideia de acaso, e tudo deve ter uma explicação, sendo a fase dos “por quês”; já pode agir por simulação, “como se”; possui percepção global sem discriminar detalhes; deixa se levar pela aparência, sem relacionar fatos.
O terceiro estágio é o “operatório concreto” se dá por volta dos 7 a 11 anos de idade. A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, etc.... já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. Ela desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).
O quarto e último estágio é o “operatório formal” que acontece dos 12 anos em diante. A representação agora permite abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata, nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação a realidade. As estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado do desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Em seus estudos, Luquet propôs estádio e interpretações que continuam validos até hoje. Antes de seus estudos sustentavam duas opiniões contraria: “uns admitiram que os primeiros desenhos de crianças são essencialmente realistas visto que se limitam a modelos efetivos sem desenhos de imaginação até muito tarde” outros diziam e apoiavam o contrário “na idealização que revelam os desenhos primitivos”. Após os estudos de Luquet, parece que havia liquidado definitivamente a questão, para ele criança até 8 a 9 anos o desenho é essencialmente realista na intenção, mas o sujeito começa desenhando o que sabe de um objeto ou personagem antes de exprimir graficamente o que nele vê, assim o realismo do desenho passa por várias fases. [A psicologia da criança pagina 57, 2° parágrafo]
A primeira fase é o “realismo fortuito” onde a garatuja com significação de descoberta em seu desenrolar, as garatujas são simples riscos de ir e vir, desprovidos de pouco controle motor. A criança ignora os limites do papel e mexe todo o corpo para desenhar. Ela sente prazer ao constar os efeitos visuais que sua ação produziu.
A segunda fase é o “realismo gorado” ou a fase de incapacidade sintética, em que os elementos da cópia estão justapostos em vez de estarem coordenados num todo. A criança começa a respeitar melhor os limites do papel. Mas a grande diferença é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível. O badameco é um tipo de desenho comum nesta época, é quando uma cabeça é desenhada com alguns traços que representam pernas e braços, mas não é desenhado tronco.
A terceira fase é o “realismo intelectual” o desenho sobrepujou as dificuldades primitivas, mas em que apresenta, essencialmente, os atributos conceptuais do modelo, sem preocupação da perspectiva visual. Assim por exemplo um rosto visto de perfil terá dois olhos em vez de um.
A quarta fase é o “realismo visual” que exibe duas novidades, de um lado, o desenho já não apresenta o que é visível de um ponto de vista perspectivo particular, um perfil não fornece mais do que o se deveria mostrar de perfil, as partes escondidas dos objetos já não são mais desenhadas atrás dos objetos, e os objetos de segundo plano gradualmente vão diminuindo.
Para Lowenfeld o desenho serve para a criança expressar formas de como ela interage no mundo, baseando-se nas 4 fases que elaborou. O desenho ajuda a criança a se auto conhecer, conhecer o mundo e a representar no papel.
A primeira fase é chamada de “Rabiscação Desordenadas” ou “Garatuja”, que se baseia no primeiro estágio em que pontua que a criança desenha sem intenção nenhuma de escrever ou desenhar, apenas tem o prazer de rabiscar (1 ano a 1 ano e meio de idade).
A segunda fase é chamada de “Figuração Pré-Esquemática”, já nesta fase do segundo estágio a figuração está presente, pelo fato da criança fazer relações entre "desenhos, pensamento realidade" (SOUZA, 2010, p.22).
A terceira fase é chamada de “Figuração Esquemática”, que nada mais é o estágio em que a criança já consegue fazer relações de referências socioculturais, para desenhar casas, pessoas, animais, arvores, e etc... Elas estão na fase do descobrimento da existência de uma ordem definida nas relações especiais. Ela percebe que consegue desenha uma linha de base e a partir disso ela vai desenhando o chão, vaso de flor e etc.
E a quarta e última fase é chamada de “Figuração Realista” agora na última fase, a criança já se encontra fazendo desenhos mais detalhados, um rosto visto de perfil passa a ter dois olhos, ao invés de um. Nesse estágio também fica conhecido e caracterizado como a idade da "turma" onde percebem que podem ser realizadas em grupo.
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