A Imagem Corporal na Adolescência
Por: vbmstos • 20/1/2024 • Trabalho acadêmico • 3.123 Palavras (13 Páginas) • 50 Visualizações
IMAGEM CORPORAL NA ADOLESCÊNCIA: INFLUÊNCIAS DA MÍDIA E DA SOCIEDADE NO ADOLESCENTE.
BODY IMAGE IN ADOLESCENCE: INFLUENCES OF MEDIA AND SOCIETY IN ADOLESCENTS
VALQUÍRIA BENEDITA MORAES DOS SANTOS, Acadêmica de Graduação do Curso de Psicologia do Centro Universitário Sudoeste Paulista- UniFSP.
JOSIANE FERNANDES, Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Sudoeste Paulista- UniFSP.
Endereço para correspondência: Rua VivianAiub, 278, Itapeva V, CEP:18410-270. Itapeva, São Paulo, Brasil. Email: valquiriabmstos@gmail.com.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo fazer uma síntese dos principais fatores que contribuem para insatisfação com a imagem corporal na adolescência. Em particular analisar como a interferência social e a mídia influenciam na concepção de corpo dos adolescentes, os quais estão em processo de desenvolvimento. Em consequências na busca do ideal de corpo (corpo magro e boa forma) os adolescentes se encontram vulneráveis à saúde, podendo acarretar prejuízos e interferindo na fase da adolescência. Acredita-se obter como contribuições do presente estudo, dispor análises do jovem na contemporaneidade e de seus modos possíveis de construir uma imagem corporal que favoreça seu bem-estar na relação com os outros. Trata-se de uma revisão de literatura envolvendo artigos publicados em bases de dados consultados, tais como: portal de busca de periódicos eletrônicos de psicologia Pepsi, Scielo, Lilacs, Portal de Periódicos Capes, dissertações da UNESP, USP e Revista do Núcleo de Saúde do Adolescente da UNIRJ.
Palavras–chave: (adolescência, imagem corporal, sociedade e mídia).
ABSTRACT
The paper aims synthesize the main factors that contribute to dissatisfaction with body image in adolescence. In particular, analyze how social interference and the media influence the body conception of adolescents, which are in the process of development.As consequence to get the "ideal" body (slim body and good shape), adolescents make yourself vulnerable to health problems, which can harmfully interfere in this phase of growth.As contributions of the present study, we hope to make available analyzes of the youth in the contemporary world and their possible ways to build a body image that favors their welfare in the relationship with others.This is a literature review including articles published in several databases: Pepsi, Scielo, Lilacs, Portal de Periódicos Capes, Revista do Núcleo de Saúde of UNIRJ and dissertations of UNESP and USP.
Keywords: (adolescence, body image, society and media).
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Para a OMS, a adolescência é dividida em três fases:pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos, adolescência – dos 15 aos 19 anos completos e juventude dos 15 aos 24 anos.
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)considera a adolescência, a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos, sendo referência, desde 1990, para criação de leis e programas que asseguram os direitos desta população.
De acordo com Senna e Messen (2012) em estudos científicos a adolescência é um assunto pautado na complexidade, pois em meados do século XX a teoria do desenvolvimento tem um papel importante na história da psicologia do adolescente. Sendo apontadas as principais teorias do desenvolvimento o fenômeno da adolescência com base na fase distinta e um período marcado por turbulências. Stanley Hall destaca com ênfase no biológico; já Sigmund Freudnão destacou como fase distinta do desenvolvimento, mas considerando crucial, preconizando o indivíduo com um reservatório de impulsos biológicos básicos, voltados aos aspectos da sexualidade humana a cada fase do ciclo vital; na teoria de desenvolvimento de Erik Erikson, enfatizou a interação entre as dimensões intelectual, sociocultural, histórica e biológica. Portanto apesar das teorias terem descrito diferentes mudanças no adolescente, geralmente em foco nos sentimentos, cognições e pensamentos, ainda não foram suficientes para explicar essa etapa do curso de vida.
Segundo Aberastury e Knobel, a adolescência não deve ser vista apenas como uma passagem para a vida adulta. A criança entra na adolescência com muitos conflitos e incertezas e precisa sair dela com sua maturidade estabilizada, com caráter e personalidades adultos. “A consequência final da adolescência seria um conhecimento de si mesmo como entidade biológica no mundo, o todo biopsicossocial de cada ser nesse momento de vida” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 30). Ainda os autores, apontam essa etapa marcada por três tipos de luto: do corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância.
Nessa busca pela identidade, o adolescente muitas vezes prefere o caminho mais fácil, fazendo identificações maciças com o grupo. Em outras situações, ele opta por uma “identidade negativa”, já que para ele, “é preferível ser alguém perverso, indesejável, a não ser nada” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 32).
Barbosa et al. (2011) apontam a importância de a sociedade atual conhecer a maneira que os indivíduos se relacionam consigo mesmo e com sua imagem corporal. O discurso do corpo perfeito pode refletir na autoimagem dos indivíduos, em especial nos adolescentes que estão no processo de transformação em seu desenvolvimento.
Gonçalves e Martinez (2014) definem a imagem corporal como a representação mental do corpo. Atualmente, é entendida como um constructo multidimensional que inclui a dimensão perceptual (precisão na percepção do corpo), a dimensão cognitivo-afetiva ou subjetiva (atitudes, sentimentos, cognições e avaliações em relação ao tamanho, peso ou partes do corpo) e a dimensão comportamental (comportamentos provocados a partir da percepção e dos sentimentos com relação ao próprio corpo).
De acordo com Frois et al. (2011) a procura pelo corpo ideal faz com que os adolescentes busquem padrões considerados perfeitos, sendo por muitas vezes, influenciados pela sociedade. E o valor da forma de apropriação da imagem corporal, perpassa pelas definições que se obtêm a partir dos outros e das mídias, sendo por rádio, televisão e, sobretudo, internet. Embora as construções da imagem corporal não estejam submetidas apenas às imposições das mídias, elas, ainda assim, como as demais experiências em que o indivíduo vai passar, influem na sua formação.
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