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A Institucionalização do Invisível Crianças Que não Aprendem na Escola

Por:   •  7/6/2019  •  Resenha  •  465 Palavras (2 Páginas)  •  304 Visualizações

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Moyses, Aparecida Affonso. (2001) A institucionalização do Invisível: crianças que não aprendem na escola.  Campinas, SP: Mercado de Letras; Fapesp.

O livro “A institucionalização do Invisível: crianças que não aprendem na escola” é fruto da Tese de Doutorado da Médica Maria Aparecida Affonso Moyses, seu estudo, realizado com 75 crianças, coloca as crianças como protagonistas, por meio da escuta, dando-lhes voz para assim compreender como algumas questões como fracasso, incapacidades e controle permeiam a educação e transformam as fragilidades dos docentes em doenças.

Diante disto, o livro está dividido em 8 capítulos, onde o olhar da pesquisadora de forma sensível vai apontando um novo olhar aos problemas apresentados como possíveis doenças, no entanto ela faz isso de forma poética, unindo seus relatos as músicas, assim cada criança recebe uma música e uma reflexão baseada no olhar foucaltiana, partindo uma face da pesquisadora. Os primeiros capítulos justificam essa forma de escrever e apresenta as falas das mães e professoras, presentes também nos capítulos seguintes.

Em seus resultados todas, ressalta-se que das 75 crianças, 71 não apresentavam nenhum problema de saúde que comprometesse a aprendizagem ou que justificassem os julgamentos apresentados pelas professoras, as 4 restante indicavam necessidade de acompanhamento devido a fatores psicológicos e que de certa forma as afetavam, mas o que fica visível é um problema maior, pois essas 4 crianças teriam dificuldades de ter o devido acompanhamento, por conta do grande número de demandas nos centros especializados.

Um ponto a destacar é o fenômeno da medicalização, onde os problemas de aprendizagens poderiam ser resolvidos pela medicina, fazendo com que a sociedade acredite que as crianças são portadoras de seus problemas de aprendizagem, assim são estigmatizadas, rotuladas   institucionalizadas, negligenciando os aspectos históricos e sociais que envolvem o desenvolvimento da criança.

A criança deve ser vista como um todo, seus aspectos sociais, individualidade, sendo assim respeitadas. Esta obra se torna imprescindível, devido a riqueza dos detalhes trazidos que rompem a condição da necessidade de diagnósticos. Olhares que apenas buscam impotências são fortes indicadores do fracasso escolar de muitas pessoas. As formas de atuação, tanto pelos profissionais da educação como o da saúde, devem buscar intensificar o que a criança tem em potencial, assim ela passa a acreditar em sua capacidade, além de seus limites e ser reconhecida como agente transformador. Quando há implicação de todo a escola para o sucesso da criança, ela se sente potencializada em todos os seus aspectos.

A autora é graduada pela Faculdade de Medicina de São Paulo(1973), D doutorado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1979) e Livre-Docência em Pediatria Social na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (1998). Atualmente é Professora Titular em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É militante do "Despatologiza - Movimento pela Despatologização da Vida".

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