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A Motivação

Por:   •  5/5/2018  •  Relatório de pesquisa  •  3.014 Palavras (13 Páginas)  •  235 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

O estudo sobre a motivação começou com Platão, Aristóteles e Descartes, Platão dizia que a motivação surgia da alma, proposta numa hierarquia tripartida; no primeiro nível encontrava-se o apetite da alma, os desejos, tal qual fome, sede, sexo, no segundo nível da teoria tinha-se o competitivo, englobava os aspectos sociais e o terceiro era denominado como calculista, que auxiliava no quesito de decisão, razão e escolha. Aristóteles concordou com a ideia de visão tripartida de Platão, porém substitui os termos usados, utilizou-se de nutritivo, sensível e racional; o primeiro associava-se a necessidades básicas do corpo (impulsivo, animalesco e irracional), o segundo relacionava-se com prazer e dor, o terceiro com ideias e vontades. (FELDMAN, 2015).

Rene Descartes muito tempo depois utilizou-se de uma versão dualista de      homem, ou seja, questões ativas e passivas da motivação; o corpo, como passivo e a vontade, como ativo. Com isso surge uma teoria baseada na vontade, explicava-se que em consequência da vontade, havia-se motivação. (FELDMAN, 2015).

 “Vontade é uma faculdade (ou poder) que a mente, agindo no interesse da virtude e da salvação e excedendo seu poder de escolha, tem para controlar os apetites corporais e as paixões”. (REEVE, 2006, p.15).

De acordo com Feldman (2015), as primeiras pesquisas realizadas por psicólogos para compreender-se a razão era baseada nos instintos, em que pessoas já nascem com comportamentos básicos para a sobrevivência e o instinto é a força motora para o determinado comportamento, William James, um dos principais psicólogos representantes afirmava que todo instinto era herdado, necessitava de um direcionamento e uma meta a ser atingida, propôs também os instintos físicos e mentais; já William McDougall acreditava que o instinto era uma potência que realizava ações. Contudo, pesquisadores da área começaram a observar que vários comportamentos denominados instintivos, modificavam-se pela experiência, além do que, ampla parte da diversidade do comportamento humano é aprendida, não apenas instintiva.

Um aspecto importante a ser lembrado quando se discute motivação são as necessidades. Abraham Maslow apresenta uma hierarquia das necessidades em forma de pirâmide, a base da pirâmide é composta pelas necessidades fisiológicas, tais como alimento, água e sexo; acima encontra-se as necessidades de segurança, necessidade de proteção, estabilidade, ausência de medo; depois propõe necessidades de amor e pertencimento, de possuir amigos, famílias, relações afetuosas; a próxima instância a ser atendida é a de estima, caracterizada principalmente pela autovalorização, desejo de conquista, competência, independência; atendida a todas essas camadas chega-se na necessidade de autorrealização, no topo da pirâmide, condiz com valores do ser, no desenvolvimento de uma essência. O psicólogo sugere que as necessidades mais complexas, as de ordem superior, só podem ser supridas quando saciadas as mais primitivas. Hodiernamente, acredita-se que há a possibilidade de pular e transitar pelas camadas propostas. (FELDMAN, 2015).

Uma necessidade é uma condição qualquer que ocorre na pessoa e que é essencial ou necessária à sua vida, a seu crescimento e a seu bem-estar. Quando as necessidades são alimentadas e satisfeitas, nosso bem-estar é conservado e acentuado. Porém, se negligenciada ou frustrada, a necessidade não-atendida irá produzir danos que desequilibram nosso bem-estar biológico ou psicológico. Portanto, os estados motivacionais fornecem o ímpeto para agirmos antes de ocorrem danos ao nosso bem-estar psicológico e emocional. (REEVE, 2006, p.46).

Os mecanismos intra-organísmicos encontram-se da mesma maneira em todos os seres humanos, agem para acionar, sustentar e deter as necessidades fisiológicas, tais como fome, sede e sexo, como por exemplo, para a fome, os mecanismos mais importantes são os hormônios insulina e glicose, o hipotálamo, o estômago e o fígado. As necessidades fisiológicas surgem de déficits sentidos pelo organismo, estão suscetíveis a períodos temporais cíclicos (ascensão, queda e nova ascensão). (REEVE, 2006).

Os mecanismos extra-organísmicos, diferem-se dos intra-organísmicos pois são adquiridos, ou seja, indivíduos podem ou não desenvolver necessidades de realização, de poder, autonomia, por exemplo, conforme as experiências, as oportunidades e as demandas individuais. As necessidades sociais são necessidades de afiliação, de intimidade, de realização e são obtidas através de um desenvolvimento do indivíduo, são percebidas conforme redireciona-se os comportamentos, sentimentos e pensamentos para determinada necessidade social. (REEVE, 2006).

As necessidades psicológicas são também chamadas de necessidades psicológicas organísmica  já que é adaptável conforme o ambiente em que se vive, isto é, o ambiente sempre está continuadamente em mudança e por isso, os organismos precisam de uma flexibilização para adaptar-se conforme a alteração do meio. Necessidades de autonomia, competência e de relacionamento são exemplos de necessidades psicológicas, essas fornecem uma motivação para o indivíduo se desenvolver, aprender, crescer. (REEVE, 2006).

 A motivação, de uma maneira geral, interfere nos comportamentos e contribui para a adequação ao ambiente externo, tem a capacidade de prever fenômenos ligados ao ser humano, como pode ser também fator perturbador para a qualidade de desempenho e para o bem-estar. Segundo Gazzaniga e Heatherton (2005), o estudo da motivação pesquisa motivos que energizam ou estimulam o comportamento. Trata-se de como o comportamento é iniciado, administrado, mantido e interrompido.

A teoria denominada Teoria da Autodeterminação que evidencia três categorias de motivação: falta de motivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca. Tais tipos são ordenados em um continuum de autodeterminação. Na ponta esquerda tem-se a falta de motivação, caracteriza-se por processos não-valorizadores, incompetência e falta de controle, na metade da imagem encontra-se quatro tipos de motivação extrínseca, com base em cada grau de autodeterminação, diferenciam-se entre si, sendo elas, regulação externa (não autodeterminada) que corresponde a obediência, recompensas e punições externas; regulação introjetada (um pouco autodeterminada) envolve controle, recompensas e punições internas; regulação identificada (geralmente autodeterminada) que condiz com importância pessoal e valorização consciente e regulação integrada (totalmente autodeterminada), corresponde a congruência e preocupação. Já na extremidade direita há a motivação intrínseca, que mostra que o indivíduo se constitui totalmente em sua autodeterminação. (REEVE, 2006).

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