A Profissão Psicólogo

1 – INTRODUÇÃO

A psicoterapia infantil procura beneficiar a qualidade de vida da criança, assim como seu bem estar e busca capacita-la para lidar com seus desejos e frustrações, promovendo assim o alívio dos sintomas.  Para que isso aconteça é necessário que se crie condições propícias (de acordo com cada idade as estratégias de brincadeiras são diferentes) para que a criança desenvolva o lúdico, pois a criança não expressa por em palavras através de conversas formais suas angústias. Através desse ambiente lúdico a criança expressa suas dificuldades emocionais, onde se podem interpretar os aspectos de seu mundo fantasmático, trazendo melhoras em seus sintomas e também para o seu mundo interno.

Além de todo esse atendimento com a criança, é necessário que se faça a orientação aos pais para que assim eles possam compreender melhor as queixas que foram apresentadas no momento da anamnese e como esta sendo todo o desenvolvimento na psicoterapia. Sendo assim essa participação se faz de total importância para que se tenha uma boa interação familiar.

2 - APRESENTAÇÃO

Este trabalho foi elaborado ao longo do semestre 2015/1 do curso de Psicologia, no Instituto de Ensino Superior do Espírito Santo - Multivix, em Cachoeiro de Itapemirim – ES. Com sessões de atendimentos que duraram em média cinquenta minutos com uma paciente de seis anos de idade.

O estágio significa aprendizagem, ou seja, estudos práticos para aprendizagem. Assim, o estágio supervisionado oferecido pela Faculdade do Espírito Santo - MULTIVIX CACHOEIRO consiste em trabalho obrigatório, no qual as atividades práticas são exercidas de forma a ser orientada pela professora supervisora.

O estágio oportuniza o aluno a vivenciar situações nas quais ele irá aplicar seus conhecimentos adquiridos durante o curso, possibilitando assim ao aluno (estagiário) a vivência prática dos conteúdos teóricos vistos durante sua formação acadêmica e também como os adquiridos durante o estágio supervisionado.

A realização do estágio justifica-se por atender as exigências curriculares na formação do profissional de Psicologia.

Sendo assim, é necessário passar por essa experiência de estágio supervisionado para que tenhamos reconhecimento do profissional psicólogo.

3 – QUEIXA INICIAL

A mãe de Ana Paula chega para o atendimento trazendo como queixa inicial os medos excessivos e a obsessão pela figura da mãe. A mãe que não nega ser totalmente cheia de problemas psicológicos, se mostra muito preocupada com a situação da filha, pois tem medo que a filha se torne uma mulher “problemática” igual a ela. A mãe de Ana Paula me diz se sentir muito preocupada com essa obsessão da menina por ela. Isso parece lhe incomodar muito.

4 – DADOS COLETADOS NA ENTREVISTA

Ana Paula chega para atendimento através de sua mãe que já faz acompanhamento psicológico supervisionado na instituição e se diz interessada em ter atendimento psicológico para sua filha.

Ana Paula é uma criança de seis anos de idade, nascida em 23 de maio de 2008, que esta cursando a 1ª série em uma escola municipal no período vespertino, moradora do bairro Jardim Itapemirim, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, filha de Andréa Sanches Cortezine, com idade de quarenta e quatro anos, 2º grau completo, que tem a profissão de vendedora, mas se encontra afastada por motivos de saúde e Marcos A. Cortezine, com idade de trinta e oito anos, nível superior incompleto, que tem como profissão o cargo de auxiliar administrativo ativo.

Andréa teve uma gestação tranquila e teve Ana Paula com os nove meses completos, de cirurgia cesárea em um hospital particular da cidade onde residem. Ana Paula nasceu com 2,450 Kg, medindo 45 centímetros. Desenvolveu uma bronquite na infância, mas hoje não tem mais crises. Até o momento não tinha passado por nenhum tratamento médico, psicológico ou neurológico, não faz uso de medicamentos. Ana Paula reclama às vezes de alguns problemas fisiológicos como enjoos e dores de barriga. Seu desenvolvimento fisiológico foi dentro do esperado, sentando-se com mais ou menos seis meses, andou com um ano completo e a mãe não se recorda quando Ana Paula começou a falar.

Agorafobia

Na família existe a mãe de Ana Paula (Andréa) que tem problemas como, transtorno de pânico que segundo o DSM – IV é:

[...] Ataques de Pânico recorrentes e inesperados, seguidos por pelo menos um mês de preocupação persistente acerca de ter um outro Ataque de Pânico, preocupação acerca de possíveis implicações ou consequências dos Ataques de Pânico, ou uma alteração comportamental significativa relacionada aos ataques (DSM – IV – TR, 2002, p. 423).

E a agorafobia, que segundo o DSM – IV tem uma característica essencial:

[...] uma ansiedade acerca de estar em locais ou situações das quais escapar poderia ser difícil (ou embaraçoso) ou nas quais o auxílio pode não estar disponível na eventualidade de ter um ataque de pânico ou sintomas de pânico (DSM – IV – TR, 2002, p. 422)

Ana Paula tem uma história de sono meio desequilibrada, pois não tem horário para dormir e nem um horário para acordar. É uma criança que não dorme com facilidade e só dorme com seus pais, pois tem medo de dormir sozinha. Antes de dormir pede que sua mãe ore junto com ela e durante o sono Ana Paula se mexe muito e fala. Sua mãe acha que ela tem pesadelos durante a noite, mas a menina não se pronuncia quanto a isso. A criança não faz uso de medicamentos pra dormir. A mãe relata que a noite se ela estiver somente na companhia deles o medo de Ana Paula é maior e que se estiver com alguma criança, esse medo não existe.

A menina apresenta uma rotina diária comum acordando mais ou menos as 09hs30min, toma seu café, assiste TV, brinca, toma banho, almoça e vai para a escola. Ao chegar da escola ela gosta de tomar um banho e fazer um lanche. A noite faz a tarefa escolar, brinca e assiste TV até que seus pais vão dormir.

Durante os finais de semana Ana Paula adora brincar com seu pai que a leva para a Beira Rio para brincar. Ela também gosta de brincar com o celular.

Nas férias ela adora viajar e seus lugares preferidos são Anchieta e Marataízes. Sua atividade preferida é colorir. Ana Paula não gosta de comer sozinha, sua mãe tem que dar comida em sua boca.