A Psicologia Organizacional
Por: Jéssica Juliana Alves • 14/11/2018 • Projeto de pesquisa • 4.882 Palavras (20 Páginas) • 253 Visualizações
FACULDADE GUAIRACÁ
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
GUARAPUAVA
2016
FACULDADE GUAIRACÁ
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
JÉSSICA JULIANA ALVES
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
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GUARAPUAVA
2016
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
JÉSSICA JULIANA ALVES*
JONATAN SCHEMEIDER
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi realizar um revisão integrativa, a respeito do que tem sido produzido sobre Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT[a]). Foi realizada uma busca por artigos, teses e dissertações, nos portais de periódicos da CAPES e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram analisados 29 textos. Verificou-se que todos os autores eram da área de psicologia, com assuntos distribuídos entre vários temas. Os resultados apontaram que a produção científica na área de POT é diversificada, mas que não há uma abordagem teórica específica nos estudos. Os textos analisados sugeriram que o interesse na área é relativamente novo e ocorreu com maior intensidade nos últimos dez anos.
Palavras-chave: Organização. Psicologia. Trabalho.
ABSTRACT:
KEYWORDS: Organizational, psychology, organizations,work.
INTRODUÇÃO
De acordo com Bastos (2003), o termo Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), empregado desde a década de 90, tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo a propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que envolvem aspectos psicossociais: as organizações, enquanto ferramenta social formadora de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade.
Durante a maior parte do século XX, o foco principal da POT estava sobre o desempenho e a produtividade do funcionário e sobre a forma em que este contribuía para o bem estar organizacional (SPECTOR, 2006). Para Zanelli (1994), nas instituições o psicólogo sempre foi o profissional que utilizava testes psicológicos e reproduzia o antigo modelo da Psicotécnica, sendo relevante a reversão deste estereótipo. Para entender a psicologia organizacional e suas competências, é necessário um estudo envolvendo o sujeito individual e social, considerando seu contexto (BENSASSOLI, 2011).
Neste sentido, a Psicologia organizacional e do trabalho precisa buscar conhecer os fenômenos relacionados a sociedade humana, através de uma visão ideológica e filosófica dos processos organizacionais, desenvolvendo estratégias que facilitem os fenômenos relacionados ao contexto empresa-funcionário. Uma das maneiras de adquirem este conhecimento é pautar-se em processos já aplicados em outras organizações por profissionais da área, explicitados em produção científica.
Dado o importante papel do psicólogo em uma organização e a escassez de produção científica em POT, que aborde as experiências profissionais, estudantis e organizacionais da área, este trabalho teve por objetivo realizar uma intensa revisão bibliográfica com a finalidade de levantar informações através da produção científica, investigando assim em que cenário está posicionada a Psicologia Organizacional e do Trabalho nos últimos anos, compreendendo também quais as pesquisas realizadas nesta área; os anseios dos pesquisadores e de alunos e o posicionamento de profissionais de POT, gerando uma reflexão acerca desta profissão.
De acordo com Zanelli (1992), desde a década de 1950 há trabalhos que relatam a profissão de psicólogo e a atuação deste profissional, com escassez de dados específicos, no entanto, para a POT. Desde a época de sua implementação oficial do Brasil, na primeira metade da década de 1960, a POT não passou por modificações significativas (ZANELLI, 1995). A partir desta premissa, configura-se importante uma revisão que considere a produção científica em POT nos últimos anos, ambicionando-se obter uma visão mais abrangente do atual cenário da profissão, do perfil profissional, dos futuros profissionais e das organizações. Os trabalhos aqui expostos tiveram cunho de estudo de caso, pesquisa de campo e/ou revisão bibliográfica e abordaram temas como a produção científica em POT; o bem estar, a satisfação e o desenvolvimento interpessoal no trabalho; oportunidade de estágios na área e a percepção dos estudantes de psicologia; os desafios da prática profissional e a consultoria em POT; o desenvolvimento de líderes organizacionais. A metodologia e os resultados estão expostos adiante.
REVISÃO DE LITERATURA
HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
De acordo com Costa Leão (2012, p. 291), “a emergência da psicologia do trabalho não ocorreu de forma gradual, tendo as relações psicologia/trabalho ramificações distintas face aos cenários geográficos, políticos, científicos e econômicos do século XX e XXI”.
Os estudos de Sena e Silva e Braz de Aquino (2004) relatam o histórico da psicologia organizacional e do trabalho, conforme segue abaixo.
Duas revoluções mudaram o mundo no que diz respeito as relações de trabalho, uma para firmar o modo capitalista e outra por questões políticas: Revolução Industrial e Revolução Francesa, respectivamente. Juntamente com as revoluções, o sistema feudal se desestruturou e houve o surgimento de trabalhadores independentes.
Com o surgimento da industrialização, o ritmo da produção passou a ser ditado pelas máquinas e o trabalhador começou a exercer suas funções de forma mecanicista. Aparece, então, a Psicologia Industrial; com a finalidade de intervir na maneira que as fábricas posicionavam seus funcionários, detendo o conhecimento científico e controlando-os.
A psicologia industrial se formou no período das duas grandes guerras mundiais, reconhecida no ano de 1924, quando pesquisas sobre condições de trabalho foram realizadas e começou-se a pensar em novas formas de se trabalhar. Então, alguns anos mais tarde, em meados de 1950, a denominação Psicologia Organizacional começa a tomar corpo.
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