A Psicopatologia Fenomenológica
Por: THAISA LITWAK RODRIGUES DE SOUZA • 3/12/2024 • Trabalho acadêmico • 2.334 Palavras (10 Páginas) • 27 Visualizações
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FACULDADE ESUDA
THAÍSA LITWAK RODRIGUES DE SOUZA
PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICA
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THAÍSA LITWAK RODRIGUES DE SOUZA
PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICA
Trabalho apresentado como requisito para nota no segundo exercício da disciplina ABORDAGENS PSICOPATOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS ministrada pela Professora Ângela Baia, da Faculdade Esuda.
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PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICA
O objetivo de associar o modelo explicativo –causal, característico da psiquiatria tradicional, ao modelo histórico-compreensivo, Jaspers introduz em “Psicopatologia Geral” o método fenomenológico de Husserl, que se tornou então, a grande “novidade” do seu pensamento no âmbito da psiquiatria. Para Jaspers (1913/1987), a psiquiatria, como uma profissão prática, se voltava para os casos individuais enquanto que a psicopatologia, como uma ciência, se desenvolve no domínio dos conceitos e das regras gerais, isto é, sobre os modos das experiências, buscando seu sentido geral, daí a proposta de uma psicopatologia geral. Cabe portanto, a Karl Jaspers, o papel pioneiro de se preocupar com a cientificidade do sintoma subjetivo, quando, até então, a psiquiatria só tinha como foco o sintoma objetivo (Moreira, 2011).
A partir do início dos anos 1920, com os trabalhos do ‘quadruvinrato’ fenomenológico: Minkowski, Binswanger, Strauss e Von Gebsattel” (Tatossian & Azorin, 1984, p. 258), que nasce a psicopatologia fenomenológica. O dia 25 de novembro de 1922 marca o início da psicopatologia fenomenológica, quando, na 63ª sessão da Sociedade Suiça de Psiquiatria de Zurique, Eugéne Minkowski apresentou um trabalho sobre uma análise fenomenológica de um caso de melancolia esquizofrênica e Ludwig Binswanger proferiu a conferência “Sobre a fenomenologia”. Tanto Minkowski, como Binswanger se utilizam, historicamente pela primeira vez, de escritos filosóficos fenomenológicos para pensar a prática clínica. Minkowski se inspirava então em Bergson, e Binswanger em Husserl (Tatossian, 1979/2006; Tatossian & Azorin, 1984).Ludwig Binswanger (1881-1966), médico suíço com formação psiquiátrica junto a Bleuer e a Jung, iniciou sua carreira como psicanalista, mas, gradualmente, foi se afastando das proposições metapsicológicas de Freud, à medida em que seus estudosda fenomenologia de Husserl e da ontologia fundamental de Heidegger iam se aprofundando. O pensamento de Binswanger teve assim diferentes fases, mais influenciadopor Husserl ou por Heidegger (Tatossian, 1979/2006).Sem ter como objetivo o de, nesta comunicação, aprofundar o tema das distintas fases do pensamento de Binswanger, vale enfatizar sua contribuição fundamental quando busca desenvolver uma prática clínica inspirada na Analítica do Dasein de Heidegger, tomando como base as dimensões fundamentais constituintes do Dasein –os existenciais descritos por Heidegger em “Ser e Tempo”: a temporalidade, a espacialidade, o ser-com-o-outro, a disposição, a compreensão, o cuidado (Sorge), a queda e o ser-para-a-morte (Moreira, 2011) Binswanger, no entanto, foi criticado pelo próprio Heidegger (2001), no seminário de 23 de novembro de 1965, em Zollikon:“A fenomenologia de Husserl, que ainda o influencia a Binswanger], a qual permanece fenomenologia da consciência, impede a visão clara da hermenêutica fenomenológica do Dasein” (HEIDEGGER,2001, p. 146). Binswanger reconheceu a crítica de Heidegger e passou a chamar seu trabalho de Análise existencial, deixando de utilizar a denominação de Daseinanálise Psiquiátrica. Ainda que segundo o próprio Heidegger Binswanger tenha fracassado em sua tentativa de desenvolver uma daseinsanálise psiquiátrica, no âmbito da psicopatologia sua contribuição fenomenológica foi de tal magnitude que ele passou a ser considerado o “pai da psicopatologia fenomenológica” (Van den Berg, 1994, Moreira, 2011).
Todo adoecimento tem relação com a mente e o corpo quem separou foi Jaspers , mas depois ele viu que não fazia sentido separar a psique do corpo , todo adoecimento é para ser levado a sério, por mais que nós adoecemos do psiquismo não se tem explicação, ainda não é possível. A doença não é so um processo somático e nem só um evento sério.
O adoecimento em a ver com o existir, ou seja, não somos um ser existente sem adoecer, nesse sentido há uma relação de coexistência, é dialético, o adoecimento faz parte da existência. Estamos sempre adoecendo, temos variações, basta não dormirmos bem para gerar um mal-estar em nosso organismo.
Jaspers faz uma crítica condicional de dizer que a maioria das pessoas se comportam desse jeito, então estão bem e se tem a normalidade e o adoecimento; Jaspers tem horror a isto porque retira a psicopatologia separando da normalidade, Ele acredita neste sentido dialético, que está desarrumado, tomando como exemplo , uma pessoa que diz que as abordagens psicopatológicas humanistas, fenomenológica , analítica vai buscar essa escuta compreendendo e analisando o conteúdo da história do indivíduo.
A psicologia do patológico é uma psicologia complexa, pois leva mais tempo para compreender é um processo terapêutico mais demorado. Juntando as duas abordagens se dará a terceira abordagem que seria Patologia do psicológico e Psicologia do patológico, onde vai haver forma e conteúdo, forma e sintoma. Terá análise, conteúdo, observação e escuta; onde será analisado sintoma e conteúdo, ela não é simples e nem complexa mas resulta de uma psicopatologia dialética.
Nesse sentido é primordial suspender seu juízo de valor e suas crenças pessoais, todas as abordagens tem que ter essa conduta fenomenológica, suspendendo as teorias e fazer uma escuta ativa profunda e limpa. Daseinsanalyse diferencia a psicologia das ciências naturais e faz da psicopatologia um campo de estudo mergulhado mergulhado na concepção do homem como um ser pessoal que vive sua história continuamente.
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