A Psicopatologia e Transsexualidade
Por: Eduardo Belmont • 1/11/2019 • Resenha • 474 Palavras (2 Páginas) • 120 Visualizações
Psicopatologia e as transsexualidades
Pensar em Psicopatologia em relação com as experiências de subversão e
transformação de gênero, transsexualidades, atravessa uma questão complexa da
subjetividade desses indivíduos. Transsexualidades, aqui trazida no plural por se
tratar de uma definição através de um processo subjetivo traçado pela experiência
singular diante do próprio gênero, corpo e como posicionar ambos diante das outras
pessoas. Não se pode tratar patologicamente algo que não é doença, no entanto
não há de se negar as dificuldades que podem são enfrentadas diante do processo
de transição. Tomei como ponto de partida o enredo dos filmes “A Garota
Dinamarquesa” (Tom Hooper, 2015) e “Transamérica” (Duncan Tucker, 2005), que
mostram a partir de diferentes pontos narrativas de mulheres transsexuais.
Quase um século atrás, Lili Elbe foi a primeira pessoa na história
documentada a passar por uma cirurgia de redesignação sexual. Nasceu Einar
Wegener, que antes da transição vivia como pintor e obteve certo sucesso na
atividade. Seu questionamento sobre seu gênero se acentua quando passa a posar
para os quadros de sua esposa Gerda, também pintora, percebendo que a musa
que interpretava para as pinturas como sua verdadeira identidade. A medicina da
época não estava preparada para uma pessoa como Lili, colocando sua existência
na categoria dos transtornos mentais por décadas. Algo estava errado em sua
mente e Einar está delirando, fora a resposta médica. Exceto por um médico que
aceitou o caso de Lili. Ainda que muito avançado para a época, não deixou de ser
patologizante. Se não estava errado com a mente, estava com o corpo. Na vida real,
Lili morreu durante uma cirurgia de transplante de útero. Hoje podemos questionar
se: (1) para viver em sua identidade feminina ela deveria transformar também o
corpo em um corpo “feminino” e (2) para ser mulher ela deveria necessariamente
que ter filhos (vide transplante de útero). No entanto, ainda hoje há médicos que
acreditam que uma transição ideal é através de uma cirurgia perfeita, na qual não se
notem os traços de “masculinidade” e que essa mulher seja heterosexual.
O processo cirúrgico une a história de Lili com a de Bree, que; no século
seguinte; se encontra na semana final antes de sua tão esperada redesignação. O
processo de
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