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A RELAÇÃO DO PSICÓLOGO COM A MORTE CEREBRAL

Por:   •  20/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.861 Palavras (28 Páginas)  •  240 Visualizações

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                    A RELAÇÃO DO PSICÓLOGO COM A MORTE CEREBRAL

                                                                JOINVILLE

                                                                    2018

 

                                        

                     

                    A RELAÇÃO DO PSICÓLOGO COM A MORTE CEREBRAL

JOINVILLE

2018

1. RESUMO

        A morte é uma questão delicada de ser tratada e tem efeito direto na família do paciente morto. A participação do profissional de psicologia no ambiente hospitalar se faz necessário em vários sentidos que serão abordados.  A aproximação do psicólogo diante da família, cujo paciente apresenta morte cerebral, pode ser tanto positiva quanto negativa, levando em conta fatores emocionais dessa família e o quanto de aproximação do profissional eles irão possibilitar. Busca-se, então, compreender a abordagem do psicólogo com a família diante de um diagnóstico de morte cerebral e as possíveis intervenções em direção a doação de órgãos.

Palavras Chave: Morte cerebral – doação – psicólogo

ABSTRACT

Death is a delicate matter of being treated and has a direct effect on the dead patient's family. The participation of the psychology professional in the hospital environment is necessary in several ways that will be addressed. The psychologist's approach to the family, whose patient presents with brain death, can be both positive and negative, considering emotional factors of this family and the approximation of the professional they will allow. It seeks to understand the psychologist's approach to the family facing a diagnosis of brain death and possible interventions towards organ donation.

Keywords: Brain death - donation - psychologist

2. INTRODUÇÃO

         É notória a importância que tem o psicólogo em várias áreas de atuação, seja na escolar, clínica, jurídica, hospitalar, entre outras, tendo em vista que a psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano com seus processos mentais.

Uma das áreas em que a demanda pelo psicólogo cresce é a hospitalar, onde o principal papel que esse profissional desempenha é ajudar os pacientes no processo de adoecimento. Ele é responsável por escutar e acolher o sofrimento dos pacientes, ajudando a dar novo significado a ele. Mas quando se trata do ambiente hospitalar, não se pode esquecer que o psicólogo não cuida apenas do paciente em questão, é sua responsabilidade, também, dar aporte necessário para os familiares do doente, no qual o contato é praticamente inevitável, pois dificilmente o paciente está sozinho.         Percebe-se que o papel do psicólogo hospitalar tem clara importância em vários âmbitos, porém, dentro do hospital, existe uma demanda específica na qual a intervenção psicológica é decisória.

Com isso em vista, este relato de experiência apresenta uma das possibilidades de "intervenção psicológica", neste caso em ambiente hospitalar, relacionada à conscientização e provimento de informações sobre a importância da doação e transplantes de órgãos. (MARTINS. et.al. 2016.)

                 Quando se fala de doação de órgãos, levanta-se várias questões, algumas delas são até mesmo desconhecidas pela população, por falta de divulgação e de importância social.

  transplante de órgãos humanos e a doação de órgãos são temas polêmicos que têm despertado interesse e discussões em várias comunidades. A falta de esclarecimento, o noticiário sensacionalista sobre tráfico de órgãos, a ausência de programas permanentes voltados para a conscientização da população e o incentivo à captação de órgãos contribuem para alimentar dúvidas e arraigar mitos e preconceitos. (NEUMANN, 1997, apud MORAIS 2012, pg.634.)

        A doação de órgãos é um procedimento situado entre a vida e a morte de um paciente que na maioria das vezes já está em leito hospitalar, então o manejo do psicólogo nessas situações é de imprescindível importância. Por isso, esse processo deve ser discutido no contexto subjetivo, com o possível doador e seus familiares, levando em conta que o projeto enfatiza a doação de órgãos a partir da morte cerebral ou encefálica, ou seja, é a completa parada de todos as funções do cérebro.

O acolhimento familiar é uma etapa essencial no momento em que se noticia o diagnóstico de ME, para auxiliar e introduzir o assunto sobre doação. Nesse contexto, o psicólogo deve ter a sensibilidade de conversar com os enlutados, utilizando uma abordagem psicológica cautelosa. Ao mesmo tempo deve ressaltar a importância da reflexão sobre essa possível doação, considerando os benefícios que trará para outros indivíduos que estão à espera desse ato.

                                                   Qualquer profissional da saúde pode fazer o acolhimento familiar e, aliás deve fazê-lo. É o que chamamos de atendimento humanizado, entretanto, o psicólogo apresenta-se como alguém disposto, presente e disponível, e através do seu olhar na subjetividade, compreende o outro a partir de sua experiência e dos significados de mundo. (LADESSA, et. al. 2015, pg.23)

Busca-se, então, compreender o papel do psicólogo em relação as famílias dos pacientes a partir de um diagnóstico de ME e uma possível intervenção em direção a doação de órgãos, tentando identificar os fatores importantes que possam enriquecer ainda mais esse processo, de grande valia para a população.  É necessário ressaltar que nem sempre se faz possível abordar os familiares sobre doação de órgãos, pois depende de fatores emocionais dos mesmos, trata-se de um momento comocional imenso. Quando é possível, beneficia-se de um trabalho multidisciplinar constituído por vários profissionais capacitados, para uma maior qualidade em todos os processos. Enfatizando que o mais importante não é o familiar ser doador, mas ter uma visão positiva sobre a doação de órgãos e transplantes, sempre em busca de um tratamento humanizado.

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