A RESENHA CRITICA A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

FACULDADE PITÁGORAS DE IPATINGA

DANIELY CHRISTINA FERREIRA MELO DA SILVA

PSICOLOGIA SOCIAL II

IPATINGA

SETEMBRO/2014

Resenha Crítica

A revolução dos bichos é um clássico de 1984 do autor indiano Arthur Blair, adotando o pseudônimo de George Orwell, que aborda o desejo de uma sociedade igualitária transformada em tirania. A história é elaborada por diversos animais que habitam na “Granja do Solar”. Estes insatisfeitos com a maneira que os homens os governam, planejam uma revolução liderada pelos porcos, para livrarem-se da “opressão” sofrida. A revolução garante seu êxito, quando os animais conseguem dominar a granja, pensando assim terem conseguido a tão sonhada liberdade. Contudo a revolução não se mostrou eficiente para os bichos, pois os lideres da revolta passaram a dominar os demais de uma maneira tirana, tendo privilégios exclusivos. Com isto a opressão que os animais sofreram pelos humanos não foi erradicada, apenas mudou-se o sujeito opressor. Outrora os humanos, posteriormente os porcos oprimindo sua própria espécie.

  Embora  o clássico seja antigo, aborda um problema pós-moderno que é a busca pelo poder de diversas classes sociais. Seja a manutenção do poder hegemônico ou a luta por uma libertação social, que é característica da realidade latino-americana. Esta segunda é parte da psicologia social, denominada  Psicologia da libertação por Ignácio Martín-Baró. Em suma questiona-se o uso da psicologia que não tenha o ponto de partida na realidade do ser humano. Por isto a psicologia nos países latinos americanos não deve se orientar somente em raízes européias, mas principalmente na realidade latino americana, que é sofrida, pobre. A psicologia da libertação aponta para o indivíduo e a sua capacidade para transformar suas condições sociais, olhando o futuro com uma utopia, não no sentido clássico de algo inatingível, mas como o que embora difícil, pode ser alcançado pelo esforço humano e desejo de mudança.

        O Filme de Orwell aponta para os bichos como os que têm o desejo de liberdade, mas não sabem administrá-la, pois seus modos de pensar são eurocêntricos, dominador. Confirmando o que o educador Paulo Freire afirma, que todo oprimido tende a se tornar opressor. Contudo a abordagem de Martín- Baró convida-nos a escutar os gritos dos oprimidos e sofridos latinos americanos na perspectiva de sua realidade, não de outra desconectada da mesma.

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