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A Sindrome de Burnout

Por:   •  30/9/2019  •  Ensaio  •  4.655 Palavras (19 Páginas)  •  152 Visualizações

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SÍNDROME DE BURNOUT: UMA PREVENÇÃO EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Resumo 

O ambiente profissional dos professores proporcionam diversos fatores que desencadeiam agentes estressores que por sua vez, podem causar algumas síndromes dentre elas o Burnout, que está diretamente relacionado com o desgaste sistemático presente no cotidiano desses profissionais. Sendo assim, com objetivo de levantar dados que apontam indícios que acometem a Síndrome de Burnout, foi realizada uma pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo, em docentes do Centro de Educação Infantil situado na cidade de Foz do Iguaçu - PR, aplicada em 14 participantes de faixa etária de 20 a 60 anos. A investigação desenvolveu-se através da aplicação de questionário Sócio demográfico, Escala de Estresse (EET), Inventário da síndrome de Burnout no Trabalho e oficina de prevenção ao Burnout. Por meio dos dados compilados foram correlacionados com a teoria, apresentando dados significativos a esta pesquisa, sendo assim de suma importância a prevenção da síndrome de Burnout nestes docentes.

Palavras chave: Professores, Estresse, Burnout, Prevenção.

1. Introdução

Muito se discute sobre o trabalho docente, onde a dedicação excessiva, prolongada e altas expectativas em relação aos resultados do trabalho, juntamente com outros fatores, pode desenvolver nos professores um estresse crônico. Tamanha frustração e sofrimento de não ter seu trabalho reconhecido, pode ocasionar como consequências o cansaço extremo, baixa autoestima, insatisfação profissional e esgotamento total (LEITE, 2007).

Em consequência do estresse emocional e físico seguido de esgotamento, características centrais da Síndrome de Burnout, o desenvolvimento pode ocorrer quando o indivíduo passa a não adaptar-se no ambiente de trabalho, isso ocorre devido a fatores biopsicossociais como a insatisfação no trabalho, não adaptação, baixa autoestima, baixa realização pessoal e profissional, Tamayo (2002), complementa que esses fatores ocorrem devido à sobrecarga emocional.

        Em virtude dos fatos mencionados, sobretudo com evolução da tecnologia em que permeia o trabalho docente, hoje exposto a diversos fatores de vulnerabilidade social, a educação passou a ser um exercício do próprio docente, quase que eximindo os pais de suas obrigações além do trabalho que já exerce (WAAL, 2015). Houve a necessidade de direcionar este estudo com a finalidade de explorar e levantar dados que contribuísse para o desenvolvimento de prevenção da Síndrome de Burnout em docente da rede básica de ensino.

        A proposta do estudo inicialmente foi de levantar dados indicadores de estresse e indícios da síndrome de Burnout em docentes do ensino infantil de uma escola municipal da cidade de Foz do Iguaçu - PR, onde a escolha do ambiente deu-se por priorizar um Centro de Educação Infantil acometido pela vulnerabilidade social em uma região periférica desta cidade. Foram utilizadas ferramentas de caráter exploratório como o questionário sociodemográfico e instrumentos de caráter quantitativo como a Escala de estresse e Inventário da síndrome de Burnout.

        A utilização da Escala de Estresse no trabalho de Paschoal e Tamayo (2004) que conceitua o estresse ocupacional como um dos primeiros agentes estressores dentro de uma organização foi utilizada com o enfoque comparativo ao inventário da Síndrome de Burnout, uma vez que uma única ferramenta não seria o suficiente para predizer os sintomas dos quais os docentes apresentam, para então desenvolver um método preventivo.

Para Carlotto e Câmara (2004), o instrumento multifatorial que mensura e avalia o Burnout tem como o mais completo o Maslack Burnout Inventory - MBI, que mede três dimensões, exaustão emocional, despersonalização e realização profissional, o qual se pode avaliá-los por meio dos resultados dos escores que cada dimensão apresentada. No Brasil foram desenvolvidos e validados três instrumentos distintos, porém com a mesma finalidade de instigar a possibilidade da instalação da síndrome de Burnout em trabalhadores (Lautert, 1997 - Profissionais do Trabalho de caráter assistencial, Tamayo, 1997 e 2003 - Profissionais de classe geral e Carlotto e Câmara, 2002 - Trabalhadores do ensino o qual utilizaremos neste estudo).

Levando em consideração aspectos como a sobrecarga de trabalho dentro do contexto escolar e o acometimento de doenças psicológicas em professores estarem em evidência atualmente, foi o que instigou a desenvolver esse projeto de pesquisa com a finalidade de analisar dados adquiridos por meio de testes padronizados, correlacionando com a teoria e apresentar ferramentas de prevenção do Estresse e da Síndrome de Burnout, a esses professores, atribuindo estratégias de prevenção no contexto escolar.

1.1. Educador Infantil e o Estresse         

O estresse é resultante de reações emocionais frente a problemas situacionais, dificuldade em adaptar-se, do qual demanda esforço do indivíduo. Observa-se que o estresse ao longo do tempo vem se tornando evidente, principalmente quando se trata de ambiente organizacional, onde este fator compromete a qualidade de vida tanto emocional como profissional, desencadeado uma série de efeitos negativos dentro do ambiente de trabalho (LIPP, 2010).

O estresse segundo Lipp e Malagris (2001) é um conjunto de fatores, que levou a realizarem um estudo que compreende o estresse como um modelo quadrifásico, iniciando com a fase de alerta onde o indivíduo fica desperto ao ambiente estressor, fase da resistência que lida com o ambiente e agentes estressores, fase da quase exaustão que é quando o indivíduo apresenta dificuldade de lidar com os agentes estressores levando a fase da exaustão já com os sintomas do estresse instalado.

É necessário abordar a temática sobre o estresse dentro do contexto docente, ainda tido como tabu ou muitas vezes não tão necessário a prevenção ou o tratamento, conforme afirmou Leite (2007), ao realizar uma pesquisa com professores, onde 15,7% dos oito mil setecentos e quarenta professores da educação básica infantil estudada por ele desenvolveram a síndrome de Burnout ao longo do tempo de docência.

Posta isto, as atribuições cada vez mais exigidas pela sociedade, suprimidas pelos docentes, muitas vezes atribuídas a ausência dos pais, das quais essas crianças levam consigo ações de desrespeito, indisciplina, carência de afeto e educação exija que o profissional divide-se entre a docência e o educador. (VANDERLEY, 2010).

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