A TEORIA DA GENITALIDADE – Reich
Por: jurostirolla • 19/1/2016 • Resenha • 1.158 Palavras (5 Páginas) • 1.114 Visualizações
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A TEORIA DA GENITALIDADE – Reich
- Reich estava interessado, antes de mais nada, em compreender as razões da defasagem entre a consciência e a existência social, e como os demais atribuía essa defasagem à influência da ideologia dominante
- Sua teoria da ideologia é resultante de duas teorias: “Teoria da Genitalidade” e “Teoria do Caráter”
TEORIA DA GENITALIDADE
- Se baseia no esquema Freudiano que define a neurose como o resultado de um conflito entre a libido e uma instância moral repressora.
- O ego enfraquecido não tem coragem de dizer não à libido, e nem a força para contê-la de forma eficaz.
- Para Freud não poderia se dar uma neurose sem uma perturbação sexual. Formando o sistema neurótico. Apenas a sexualidade não se esgotava na libido genital.
- A inovação mas importante de Freud foi postular a existência de pulsões sexuais não genitais associadas a fase do desenvolvimento da personalidade.
Ex: Erotismo anal, oral, fálico
- A neurose resulta de um conflito entre a libido sob qualquer uma de suas formas, e o Ego, que representa as pulsões da autoconservação.
- Reich define a neurose como resultado de uma perturbação da libido genital.
- Somente com a plena e satisfatória descarga dessa libido (genital), através do orgasmo, pode assegurar o equilíbrio do individuo e preservar sua saúde psíquica.
- A repressão da genitalidade leva ao represamento pulsional, e gera a angustia que afeta ao convívio do individuo no ambiente social.
- Em geral, a incapacidade genital é resultado da repressão precoce, na infância, das pulsões parciais, o que leva a fixação do erotismo pré-genital em determinadas fases.
- A libido fixada fica privada de sua mobilidade, enfraquecendo a potencia orgástica.
- Para ele a libido genital é insublimável, somente as pulsões pré-genitais são susceptíveis de sublimação (energia da libido direcionada para atividades aceitáveis).
- Individuo normal: - aplica sua genitalidade a funções sexuais
- seus impulsos agressivos e sua libido pré-genital a objetos sociais e culturais - O neurótico faz ao contrário: - suas atividades sociais são sexualizadas
- os impulsos pré-genitais e agressivos dominam sua vida amorosa - Esquema de vida psíquica sadia: a) gratificação genital periódica através do orgasmo
b) canalização da libido genital
c) sublimação da agressividade, “disfarçada” em atividades socialmente úteis. - Para Reich o individuo não precisa sacrificar sua libido genital, somente suas pulsões agressivas e pré-genitais.
- Reich afirma que a gratificação sexual e a sublimação não são contraditórias .
- Anteriormente Reich acreditava que existiam duas pulsões originais – libidinal e agressiva – mas depois conclui que a agressiva existe, mas é secundária e resulta da frustração da libido.
- Reich não aceitava uma concepção negativa para as pulsões.
- Posteriormente o modelo genital transforma-se em ideologia dominante, e o superego perde sua capacidade punitiva, uma vez que, retira suas energias de das pulsões reprimidas, principalmente nas infantis, na dissolução do conflito edipiano. Se na “utopia genital”, o conflito edipiano é resolvido de forma não-repressiva, o Superego se debilite, e não consegue exercer eficazmente sua função de introjetar no psiquismo seus valores morais.
TEORIA DO CARÁTER
- É resultado da experiência clinica de Reich.
- No curso da terapia, a resistência ira aparecer de forma individual para cada paciente.
- “O inconsciente fornece o conteúdo do material a ser interpretado, mas a forma com que esse material é submetido ao analista, é determinado pelo caráter”.
- A teoria do caráter concentra-se no como, na forma como o sonho é narrado, como o ato falho é cometido. Pois esse como é sempre idêntico, e nessa identidade de reação o analista irá encontrar a chave para uma estrutura global de personalidade, cujo desvendamento e dissolução culminam para a eliminação da resistência e do caráter patológico.
- A técnica de Reich se distingue da técnica psicanalítica por encarar o caráter como uma estrutura global.
- Reich: Sintomas sendo apenas a manifestação de superfície de uma estrutura mais geral – o caráter.
- Função: proteger o individuo contra o cheque de uma realidade conflitiva e estímulos internos angustiantes (uma couraça, uma blindagem pelo Ego).
- O caráter neurótico pode ser visto com a síntese estruturada de todas as repressões impostas à libido.
- Não se trata mais de defesas contra pulsões indesejáveis, mas uma organização defensiva global que afasta automaticamente os impulsos proibidos.
- A forma como o conflito edipiano é resolvido, que determina a estrutura caracteriológica futura do caráter.
- NEURÓTICO = conseqüência do medo da punição, alimentando-se energeticamente da libido retirada do ID, sendo então, produto da repressão genital.
- Quando mais blindada a energia genital, mais indestrutível se torna a blindagem.
- A partir da teoria do caráter observa-se que o papel na terapia é dissolver essa blindagem. Transformar o caráter neurótico no caráter genital.
- O bom relacionamento com o Id constitui a base para o trabalho de sublimação, graças a qual as pulsões pré-genitais, em vez de serem reprimidas, são postas ao serviço de objetivos socialmente validos.
- O Ego possui uma blindagem flexível que o permite adaptar-se em diversas situações da vida, podendo ser rebelde ou aceitável.
- O Ego neurótico é incapaz de relacionar-se racionalmente com o mundo real. Este não tem força para enfrentar a realidade, muito menos para modificá-la. Sua sexualidade é totalmente reprimida.
- É a teoria do caráter que fornece a mediação entre valores e ação, e explica a eficácia da ideologia.
- A ideologia se ancora no caráter, o caráter é uma espécie de calcificação da ideologia, é parte integrante da personalidade.
- Só a teoria do caráter pode dar conta do fato de que, cada sociedade engendra os tipos de caráter que necessita.
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