A Teoria Crítica
Por: 06699056310 • 18/9/2019 • Trabalho acadêmico • 873 Palavras (4 Páginas) • 134 Visualizações
Teoria crítica na pesquisa qualitativa
- As raízes da Teoria Crítica
A teoria crítica é uma abordagem teórica que "Não se limita a descrever o funcionamento da sociedade, mas pretende compreende-la à luz de uma emancipação ao mesmo tempo possível e bloqueada pela lógica própria da organização social vigente" (NOBRE, 2003, p. 9). Essa teoria se contrapõe ao tradicional, e por isso causa reações antagônicas a seu respeito.
Trata-se de uma teoria de caráter marxista e multidisciplinar por que agrega contribuições de várias ciências, uma vez que os autores da escola de Frankfurt escreveram sobre temas filosóficos, culturais, sociais, estéticos, psicológicos. A chamada Revista de Pesquisa Social foi a principal publicação da escola de Frankfurt.
Suas raízes encontram-se em Frankfurt, na Alemanha. E surgiu quando um grupo de pesquisadores de orientação marxista fundou o Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, porém nenhum dos teóricos da escola jamais assumiu o desenvolvimento de uma abordagem unificada para a crítica cultural.
O cenário na época se encontrava influenciado pela Primeira Guerra Mundial, pela Alemanha pós-guerra e enfrentava graves problemas econômicos, como inflação, desemprego e fracassos nas greves e protestos realizados na Alemanha e Europa Central. A Alemanha foi controlada pelos nazistas somente após uma década do surgimento da escola de Frankfurt.
Diante desse contexto em que a Alemanha se encontrava, o processo de institucionalização da Teoria Crítica tardou. A maioria dos integrantes do grupo eram judeus, e ocorriam na Alemanha perseguições políticas. Foi então que o grupo solicitava a transferência do Instituto de Pesquisas Sociais para Genebra (Suiça), Paris (Frnça) e, depois, Estados Unidos. O grupo desafiou a ortodoxia marxista e o seu propósito era agir por meio da prática teórica.
Essa mudança convenceu Horkheimer, Adorno e Marcuse a abandonarem a Alemanha. Esses teóricos tiveram o desafio de desafiar a teoria Americana, produziram seu próprio trabalho enquanto residiam nos Estados Unidos. O termo "Teoria critica" se consagrou a parti do artigo de Max Horkheimer, em 1937, durante seu exílio.
Em 1953 Horkheimer e Adorno voltaram para a Alemanha e restabeleceram o Instituto de Pesquisa Social, e Herbert Marcuse permaneceu nos Estados Unidos, realizando trabalhos na teoria social, se tornando um filósofos reconhecido nos movimentos estudantis na década de 60. Mercuse, deu voz à nova esquerda. Preocupada com a política da revolução psicológica e cultural, a Nova Esquerda pregou um sermão marcusiano sobre emancipação política.
- Contribuição da Teoria Crítica para a Pesquisa Qualitativa
As Pesquisas Qualitativas podem ser muito bem fundamentadas nos pressupostos teóricos da teoria critica. As pesquisas que são desenvolvidas por meio da teoria critica ressaltam tanto a produção de conhecimento como a promoção de intervenções críticas. Esse tipo de pesquisa também é capaz de desenvolver a auto-reflexão, incentivando assim a autonomia no sujeito, gerando posturas críticas de resistência em uma sociedade marcada por desigualdades.
“[...] pesquisa qualitativa crítica é informada por uma teoria epistemológica e social que esclarece a relação entre produção de conhecimento, ação, identidade humana, poder, liberdade e mudança social” (CARSPECKEN, 2011, p. 398)
Desse modo, a Pesquisa qualitativa critica expõe a realidade social e a partir disso, almeja gerar uma conscientização social. Para isso, necessita também, levar em consideração o contexto sócio-histórico e cultural, possibilitando uma certa interpretação acerca dos significados sociais e de valores. Portanto, procura “relacionar as questões cotidianas enfrentadas pelos indivíduos com as questões públicas de poder, da justiça e da democracia”.
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