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A Teoria Social Psicanalítica de Karen Horney

Por:   •  19/4/2019  •  Resenha  •  2.283 Palavras (10 Páginas)  •  1.499 Visualizações

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Teoria social psicanalítica de Karen Horney

A palavra personalidade tem origem em persona do latim, que significa “máscara”, a qual usada por atores para interpretar personagens. Porém, em Psicologia, ganha um significado mais profundo, para além de desempenho de papéis. A personalidade é a junção de características que explicam padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e comportamentos. A falta de consenso entre teóricos resultou numa gama de teorias sobre particularidade humana, uma delas foi a teoria de social psicanalítica de Karen Horney.

Sua teoria foi baseada na ideia de que “as condições sociais e culturais, em especial as experiências da infância, são, em grande parte, responsáveis pela formação da personalidade”. Os indivíduos ao internalizar estereótipos culturais negativos na forma de ansiedade básica sofrem influências tanto biológicas como psicossociais. Assim as motivações primárias da personalidade são as preocupações com segurança, relações interpessoais e alienação intrapsíquica, pois vai tentar lidar com tudo isso apesar dos medos de desamparo e isolamento. O centro da personalidade na sua teoria é o self real, que combina escolha, vontade, espontaneidade, responsabilidade, identidade e vivacidade, onde existe uma tendência para a autorrealização

Biografia

Psiquiatra alemã, estudou nas universidades de Freiburg e Berlim, e depois ensinou no Instituto de Psicanálise em Berlim até que, em 1932, quando emigrou para os Estados Unidos. Lá, trabalhou no Instituto de Psicanálise em Chicago e no Instituto de Nova York, e mais tarde atuou como reitora no Instituto Americano de Psicanálise e como professora na Faculdade de Medicina de Nova York.

Fundadora do Instituto Americano de Psicanálise (1934), em Nova York, Karen Horney foi uma expoente da escola psicanalítica culturalista, à qual pertencem autores como Erich Fromm e Harry Sullivan.

Ela contestou as idéias de Freud sobre a sexualidade feminina e desenvolveu suas próprias teorias sobre a origem de certas neuroses. Horney acreditava que muitos dos problemas psíquicos tinham sua origem na infância, com ênfase especial na cultura e nos padrões estabelecidos de comportamento da comunidade em que o indivíduo viveu, o que estaria intimamente relacionado a esses distúrbios, em oposição ao inatismo e à intolerância do genetismo da psicanálise freudiana.

Horney desenvolveu uma teoria (que leva seu nome) que constitui uma elaboração teórica alternativa aos postulados freudianos. Ela também se destaca por sua teoria da personalidade, na qual considera o indivíduo holisticamente, como uma unidade dentro de um quadro social, influenciando e sendo influenciado por seu ambiente. Assim, de acordo com essa autora, a personalidade consiste em atributos que caracterizam a organização em constante mudança do indivíduo. Cada atributo é criado pelo indivíduo e age simultaneamente nele, exigindo satisfação, produzindo esforço ou pressionando o desempenho. Na opinião de Horney, esses atributos são aprendidos na família.

De acordo com essa teoria, os fatores motivacionais derivam dos atributos da personalidade e não dos esforços libidinais das crianças, preservadas desde a infância pela compulsão à repetição. Ela também enfatiza sua teoria psicopatológica e, dentro dela, a gênese do conflito e da ansiedade, as defesas características contra as defesas neuróticas e a formação de sintomas. Entre seus muitos trabalhos incluem A personalidade neurótica de nosso tempo (1937), Novas perspectivas da Psicanálise (1940), Auto-análise (1942), Novos conflitos internos (1945) e Neurose e desenvolvimento humano (1950).

Comparação entre Horney e Freud

Horney discordou basante de Freud, ao dizer que ao aderir completamente à psicanálise levaria a uma estagnação do pensar e da prática terapêutica, o contradiz principalmente no que diz respeito à psicologia feminina. Levando em consideração sua teoria focada na cultura, aborda que a teoria psicanalítica deveria ir além do instinto e abordar que a cultura é primordial na formação da personalidade e, que o norteador dos seres humanos são a busca pela segurança e satisfação, assim, para ela, é nessa busca que resultam as neuroses. Além disso tinha uma visão mais otimista da humanidade, já que a cultura poderia ser modificada e receptiva à mudanças.

Discordava também de como o pai da psicanálise definia a agressividade e o narcisismo. A agressividade era vista, em Freud, como sentimento inato, enquanto para Horney, seria apenas um modo de tentar garantir sua segurança. Já o narcisismo, na sua teoria, estaria relacionado com a insegurança, e a partir dela, surgiria à auto imagem idealizada de si mesmo.

O impacto da cultura e a importância das experiências da infância

Sua ênfase nas características da cultura existiram também a partir do que observou nas diferenças da estrutura da personalidade entre os pacientes americanos e europeus, também ao perceber que as diferenças entre masculinidade e feminilidade são difundidos e construídos socialmente. Erich Fromm, na associação com Horney, a fez ampliar sua visão sobre cultura e sociedade.

Influências culturais existem no desenvolvimento da personalidade, sendo neurótica ou normal, pois a cultura se baseia na competição, que juntamente com o sentimento de hostilidade básica gerado pela cultura, criam sentimentos de isolamento. Nesse isolamento, vendo-se desamparado frente a hostilidade do mundo passam a existir necessidades de afeto de forma atenuada, o que faz supervalorizam o amor e criar um espaço para neurose. A sociedade ocidental cria esse ciclo vicioso, de hostilidades e ansiedades, pois existem ensinamentos de parentesco e humildade, mas estes coexistem com a agressividade e com o desejo de superioridade, pois existe socialmente demandas de sucesso e realização. Além disso, nos é dito pela sociedade que a partir de trabalho árduo consegue-se ter uma liberdade, porém é uma liberdade restritiva, onde ninguém é totalmente livre pois existem limites impostos. Assim emergem conflitos intrapsíquicos por essas frustrações advindas da cultura.

Defendia a importância das experiências vividas na infância, onde estas em sua totalidade iriam moldar o desenvolvimento da personalidade e, posteriormente, as ações futuras emanariam de uma estrutura de caráter que se baseia na infância. Vários problemas que surgem são originados nessas relações infantis, onde esses eventos traumáticos, por sua vez, são relacionados à falta de carinho e afeição genuínos.

Hostilidade

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