Introdução ao método da teoria social.( P.1 á 33)
Por: welia • 11/12/2016 • Trabalho acadêmico • 5.017 Palavras (21 Páginas) • 665 Visualizações
[pic 1]PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUC GOIÁS
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E SAÚDE
PRÓ – REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL
fichamento: Introdução ao método da teoria social.( P.1 á 33)
Wêlia Regina Da Silva
GOIÂNIA
2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUC GOIÁS
ESCOLA DE CIÊNCIAS SOCIAIS E SAÚDE
PRÓ – REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL
Trabalho apresentado para obtenção de nota da AED na Disciplina Monografia I para o Serviço Social. 2016/2, Ser 3140, Turma C01.
Professora: Ana Maria Trindade
Goiânia
2016
NETTO. José Paulo. Introdução ao Método da teoria Social. Departamento de Métodos e Técnicas da Escola de Serviço social da UFRJ.
INTRODUÇÃO AO MÉTODO DA TEORIA SOCIAL
(P. 1 á 33)
1. Interpretações equivocadas
O estudo da concepção teórico-metodológica de Marx apresenta inúmeras dificuldades – desde as derivadas da sua própria complexidade até as que se devem aos tratamentos equivocada a que a obra marxiana foi submetida [...] cabe mencionar rapidamente alguns equívocos que decorrem das interpretações que deformaram, adulteraram e/ou falsificaram a concepção teórico-metodológica de Marx. (P.2).
[...] os equívocos e as adulterações existentes acerca desta concepção, verifica-se que foram responsáveis por eles tanto os próprios seguidores de Marx. [...] Uns e outros, por razões diferentes, contribuíram decisivamente para desfigurar o pensamento marxiano. (p.2).
No campo marxista, muitas das deformações tiveram por base as influências positivistas, dominantes nas elaborações dos principais pensadores (Plekhanov, Kautsky) da Segunda Internacional, organização socialista fundada em 1889 e de grande importância até 1914. Essas influências não foram superadas – antes se viram agravadas, inclusive com incidências neopositivistas – no desenvolvimento ideológico ulterior da Terceira Internacional (organização comunista que existiu entre 1919 e 1943), culminando na ideologia stalinista. Delas resultou uma representação simplista da obra marxiana: uma espécie de saber total, articulado sobre uma teoria geral do ser (o materialismo dialético) e sua especificação em face da sociedade (o materialismo histórico). Sobre esta base surgiu farta literatura manualesca, apresentando o método de Marx como resumível nos “princípios fundamentais” do materialismo dialético e do materialismo histórico, sendo a lógica dialética “aplicável” indiferentemente à natureza e à sociedade, bastando o conhecimento das suas leis (as célebres “leis da dialética”) para assegurar o bom andamento das pesquisas. Assim, o conhecimento da realidade não demandaria os sempre árduos esforços investigativos, substituídos pela simples “aplicação” do método de Marx, que haveria de “solucionar” todos os problemas: uma análise “econômica” da sociedade forneceria a “explicação” do sistema político, das formas culturais etc. [...] (p.3).
[...] Marx aparece geralmente como um teórico fatorialista – ele teria sido aquele que, na análise da história e da sociedade, situou o “fator econômico” como determinante em relação aos “fatores” sociais, culturais etc. Também Engels, em carta de setembro de 1890, já advertira contra essa deformação: recordando que Marx e ele sustentavam tão somente a tese segundo a qual a produção e a reprodução da vida real apenas em última instância determinavam a história, advertia [...] (P.p. 3.4)
Tal concepção reducionista, que nada tem a ver com o pensamento de Marx, é compartilhada também por muitos dos adversários teóricos de Marx. Weber, por exemplo, criticou, na “concepção materialista da história”, as explicações “monocausalistas” dos processos sociais, isto é, explicações que pretendiam esclarecer tudo a partir de uma única causa (ou “fator”); a crítica é procedente se relacionada a teorias efetivamente “monocausalistas” – mas é inteiramente inepta se referida a Marx. [...] “é o ponto de vista da totalidade e não a predominância das causas econômicas na explicação da história que distingue de forma decisiva o marxismo da ciência burguesa” (LUKÁCS, 1974, p. 41). (p.4)
Atualmente, no diversificado e heterogêneo campo dos adversários (e mesmo detratores) de Marx, porém, a crítica se concentra especialmente sobre dois eixos temáticos. O primeiro diz respeito a uma suposta irrelevância das dimensões culturais e simbólicas no universo teórico de Marx, com todas as consequências daí derivadas para a sua perspectiva metodológica. [...] O segundo eixo temático relaciona-se a um pretenso “determinismo” no pensamento marxiano: a teoria social de Marx estaria comprometida por uma teleologia evolucionista – ou seja, para Marx, uma dinâmica qualquer (econômica, tecnológica etc.) dirigiria necessária e compulsoriamente a história para um fim já previsto (o socialismo). Vários estudiosos já mostraram a inconsistência dessa crítica (MÉSZÁROS, 1993, p. 198-202; WOOD, 2006, p. 129-154; BORON et alii, 2007, p. 43-47); recentemente, contudo, ela foi retomada por um teórico pós-moderno de grande influência no Brasil (SANTOS, 1995, p. 36-38, 243), a que dediquei uma nota crítica (NETTO, 2004, p. 223 e ss). (P.p. 4.5)
[...] Entretanto, é a recorrência aos próprios textos de Marx (e, eventualmente, de Marx e Engels) que propicia o material indispensável e adequado para o conhecimento do método que ele descobriu para o estudo da sociedade burguesa. (p.5)
2. O método de Marx: uma longa elaboração teórica
Sabe-se que Marx (1818-1883) inicia efetivamente a sua trajetória teórica em 1841, aos 23 anos, ao se doutorar em Filosofia pela Universidade de Jena. Mas é entre 1843 e 1844, quando se confronta polemicamente com a filosofia de Hegel, sob a influência materialista de Feuerbach, que ele começa a revelar o seu perfil de pensador original (são deste período os seus textos Para a questão judaica e Crítica da filosofia do direito de Hegel. Introdução). (p.5)
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