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FICHAMENTO: CINCO GRANDES FATORES E CLONINGER

Por:   •  26/11/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.298 Palavras (14 Páginas)  •  281 Visualizações

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INSTITUTO MACAPAENSE DO MELHOR ENSINO SUPERIOR

ELIZABETH DE PAULA MELO SULLYVAN

LIZANDRA LIMA SANTOS

MARCUS RANGEL

FICHAMENTO: CINCO GRANDES FATORES E CLONINGER

Macapá – AP

2019

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INSTITUTO MACAPAENSE DO MELHOR ENSINO SUPERIOR

ELIZABETH DE PAULA MELO SULLYVAN

LIZANDRA LIMA SANTOS

MARCUS RANGEL

FICHAMENTO: CINCO GRANDES FATORES E CLONINGER

Trabalho apresentado à Componente Curricular para a disciplina teorias da personalidade, do Curso de Psicologia, do Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior, como requisito parcial de aprovação, ministrada e orientada pelo Professor Diego Simon

Macapá - AP

2019

1 INTRODUÇÃO

A personalidade apresenta-se como uma das temáticas mais estudadas no âmbito de Psicologia, carecendo no entanto de uma definição consensual (Ferraz & Pereira, 2002). Verifica-se concordância entre os autores na definição da personalidade como algo (tendencialmente) estável, único e específico que distingue o indivíduo dando-lhe identidade (Lin, 2016; Sisto, 2004). Contudo, existem perspetivas distintas relativamente à sua estrutura e componentes que a influenciam (Ribeiro, 2013).

Mas se os processos poderão afetar a forma como o indivíduo se adapta ao meio, também a personalidade pode ser definida pelas causas subjacentes do comportamento, ou seja, através das experiências que o indivíduo vivencia nas suas interações (Cloninger, 1999, 2003).

Na perspetiva de alguns autores, essas teorias preconizam uma definição de personalidade incompleta, ao excluírem fatores ambientais, tais como as diferenças sexuais e culturais, entre outros, defendendo a valorização desses mesmos fatores, que segundo estes funcionam como reforço e estímulo para o indivíduo (Cloninger, 1999, 2003).

Apesar de existirem teorias que indicam que os traços de personalidade são isolados das influências do ambiente, as teorias mais recentes consideram que tais traços resultam das experiências de vida (Dantas, 2006). Ou seja, indicam que as dinâmicas da personalidade sofrem influências do meio (Cloninger, 1999, 2003). Segundo Singer (1984), a personalidade resulta assim de inúmeras ações públicas e expressões verbais e não-verbais.

2 TRAÇOS DE PERSONALIDADE

Ao falar de personalidade, torna-se imperativo falar de traços de personalidade. Os traços referem-se assim a um conjunto mais focalizado de caraterísticas, que podem ser atribuídas a uma pessoa em diferentes grupos (Cloninger, 1999, 2003).

Dessa forma, a teoria dos traços tem como objetivo primordial o estudo dos comportamentos do sujeito a fim de o compreender, sendo a sua explicação baseada nos fatores hereditários, na predisposição que o indivíduo tem para o desenvolvimento de vários traços e nos fatores ambientais (Nunes, Hutz, & Giacomoni, 2009).

Assim, pode-se afirmar que o meio se assume como um dos fatores essenciais no resultado dos traços de personalidade, pois, à imagem da personalidade, também estes são caraterísticas relativamente estáveis de sentir, pensar e atuar, existindo contudo a possibilidade de mudança, resultado da interação com o meio social (Sisto & Oliveira, 2007).

2.1 Modelo dos Cinco Grandes Fatores ou Big Five  

O modelo dos cinco grandes fatores mostra-se como a versão moderna da teoria do traço (Silva, 2012), considerando que o traço apresenta uma relação entre a herança biológica e as experiências pessoais do indivíduo (Costa & McCrae, 1998). Defende que os traços com base biológica, ou seja, as tendências inatas de cada indivíduo, interagem com o ambiente social para orientar o seu comportamento a cada instante e produzir ações e experiências vivenciadas (McCrae, 2006, citado por Conceição, 2011; Silva, 2012).  

Um dos motivos para que o modelo dos cinco fatores ainda seja visto com reticências deve-se ao facto de não estar assente numa explicação teórica, que justifique a conceção das cinco dimensões como uma composição total da personalidade (Goldberg, 1993; Palma, 2012).

Apesar de não existir concordância a nível geral em relação ao modelo, o surgimento da teoria dos cinco grandes fatores representa um avanço para a compreensão da estrutura da personalidade, tanto ao nível concetual, como empírico. Nesse sentido é considerado uma organização abrangente da estrutura dos traços de personalidade (Bighetti, 2010; Lima & Simões, 2000), em parte por se apresentar como uma teoria descritiva e integrativa da personalidade (Bighetti, 2010), ao possibilitar a descrição da personalidade de forma simples (Silva & Nakano, 2011).  

A teoria dos cinco fatores teve origem nas pesquisas realizadas por McDougall (1943, citado por Nunes, 2000), através da junção das teorias fatoriais e de traços de personalidade, que já compreendiam a personalidade dividida em cinco grandes dimensões (Silva & Nakano, 2011).

Contudo, o modelo dos cinco fatores não obteve de imediato reconhecimento, dando espaço a que outras teorias emergissem. Uma das teorias que acabou por se afirmar foi a teoria concebida por Eysenck (1967, citado por Filho, Machado, Teixeira

& Bandeira, 2012), conhecida por “Big Three” ou Modelo PEN. O modelo inicialmente começou por estabelecer duas dimensões básicas: Extroversão - Introversão e Neuroticismo, que viriam a ser revistas em 1952 com a inclusão de uma terceira dimensão, o Psicoticismo (Sousa, 2012).

Alguns anos mais tarde, é dada primazia à teoria dos cinco fatores, no entanto, embora exista consenso em relação à estrutura dos cinco fatores ainda persistem divergências em relação à denominação de cada um dos fatores e dos traços e caraterísticas de personalidade agrupadas em cada dimensão (Costa & McCrae, 1998; Hutz et al., 1998; Palma, 2012).

A estrutura dos cinco fatores define a personalidade como uma hierarquia de traços classificados em cinco domínios (Filho et al., 2012; Gosling, Rentfrow & Swann, 2003; Trentini et al., 2009), tendo competência para descrever a personalidade independentemente das suas diferentes caraterísticas (Benet-Martinez & Oliver, 1998).

Cada um dos fatores é considerado como um contínuo, em que o indivíduo é posicionado, tendo em conta a sua maior ou menor pontuação, num determinado traço (Benet-Martinez & Oliver, 1998).

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