A Teoria família e Social
Por: 2017larisamp • 6/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.063 Palavras (5 Páginas) • 287 Visualizações
- Família
As crianças em idade escolar passam mais tempo longe de casa do que quando eram mais novas e ficam menos próximas de seus pais (Hofferth, 1998). Com o aumento das famílias com renda dupla e de pais solteiros, com a maior ênfase à educação e com o ritmo mais acelerado da vida familiar, as crianças passam mais tempo na escola, sob assistência ou em atividades organizadas. Elas têm menos tempo livre para brincar, para atividades ao ar livre e para refeições sossegadas em família. O tempo que pais e filhos passam juntos é, em geral, centrado em alguma atividade: comprar, preparar as refeições, limpar a casa e fazer os deveres (Hofferth e Sandberg, 1998). Ainda assim, o lar e as pessoas que ali vivem continuam sendo uma parte importante da vida de uma criança.
Para compreender a criança na família precisamos examinar o ambiente familiar - sua atmosfera e sua estrutura. Estes, por sua vez, são influenciados pelo que acontece além das paredes de casa. Como descreve a teoria de Bronfenbrenner, níveis adicionais de influência, incluindo o emprego e a situação socioeconômica dos pais e tendências sociais, como urbanização, alterações no tamanho da família, divórcio e novo casamento ajudam a formar o ambiente familiar e, consequentemente, o desenvolvimento das crianças.
Além dessas influências, encontram-se experiências e valores culturais que definem os ritmos da vida familiar e os papéis dos integrantes da família. As crianças geralmente são socializadas de maneira diferente em famílias de minorias étnicas e em famílias brancas.
Ao examinarmos a criança na família, portanto, precisamos estar cientes das influências externas que atuam sobre ela.
Atmosfera Familiar
As influências mais importantes do ambiente familiar sobre o desenvolvimento das crianças são provenientes do clima no ambiente doméstico. Ele é favorável e amoroso ou carregado de conflitos? A família tem dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades básicas? Essas duas facetas da atmosfera familiar estão interrelacionadas.
Embora a maioria das crianças com menos de 18 anos morem com os pais, a proporção diminuiu drasticamente desde 1970 Muitas famílias com ambos os pais são segundas famílias, resultando de divórcio e de novo casamento. Também existe um número cada vez maior de famílias não-tradicionais de outros tipos, entre as quais as famílias de pais solteiros, as famílias de homossexuais masculinos ou femininos e as famílias chefiadas por avós.
Muitas pesquisas constataram que as crianças tendem a se sair melhor em famílias tradicionais (intactas), ou seja, aquelas que incluem os dois pais biológicos ou os pais que adotaram uma criança em seu primeiro ano de vida (Bray e Hetherington, 1993; Bronstein, Clauson, Stoll e Abrams, 1993; Dawson, 1991; Hetherington, Bridges e Insabella,1998).
As crianças de famílias divorciadas ou recasadas também tendem a ser socialmente menos responsáveis e competentes, a ter pior opinião de si mesmas e a ter problemas de relacionamento com os pais, os irmãos e os amigos (Hetherington et al., 1998).
A estrutura da família em si é menos importante do que seu efeito sobre a atmosfera familiar. Famílias tradicionais não tiveram que lidar com o estresse e com o rompimento causado pelo divórcio ou pela morte de um dos pais, com as pressões financeiras, psicológicas e de tempo sobre pais solteiros ou com a possível necessidade de se adaptarem a um novo lar ou a um segundo casamento. Não apenas as mudanças objetivas na vida familiar, mas as respostas emocionais dos pais a essas mudanças podem ser estressantes para as crianças. O que pode afetar mais as crianças é como esses estressores influenciam o funcionamento da família no dia-a-dia, ocasionando mudanças nos papéis, nos relacionamentos e nas práticas de criação (Hetherington et al., 1998).
Adaptação ao Divórcio
A maioria dos filhos de pais divorciados readapta-se gradualmente (Masten, Best e Garmezy, 1990). Embora crianças diferentes reajam de maneira distinta, a readaptação geralmente envolve seis "tarefas" (Wallerstein, 1983; Wallerstein e Kelly, 1980): (1) reconhecer a realidade da ruptura conjugai; (2) desligar-se do conflito e do pesar dos pais e retomar os interesses costumeiros; (3) resolver a perda do genitor com o qual não estão vivendo, da segurança de sentir-se amado e cuidado por ambos os pais ou das rotinas diárias da família e das tradições familiares; (4) resolver a raiva e a atribuição própria de culpa; (5) aceitar a permanência do divórcio; (6) ter esperança realista em seus próprios relacionamentos íntimos.
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