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A VIOLÊNCIA COMO MECANISMO DE PRAZER

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Por:   •  19/11/2014  •  Artigo  •  747 Palavras (3 Páginas)  •  182 Visualizações

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No dia-a-dia, estamos cercados por acontecimentos cruéis, que por si só já causam sofrimento, mas fazemos questão de revivê-los. Afinal, de onde vem a satisfação humana em observar cenas e situações macabras? Postada neste blog esta a cena do assaltante pego no assalto a agencia do Banco do Brasila em Luzilandia agonizando dentro de um carro cercado por dezenas de pessoas que assistem seus ultimos momentos de vida com júbilo. Se observarmos atentamente, livres de pré-conceitos, veremos o apoio velado dos cidadões luzilandenses à tortura, e o mais chocante é o fato de que são pessoas comuns: talves esteja ali assistino aquela cena nefasta professores, funcionários públicos e comerciantes que jamais cometeram um único crime, que nos finais de semana assistem a missa, brincam com seus filhos; de certa forma todos experimentaram da mesma sensação inebriante; a de carrasco, não houve uma rejeição popular, não houve uma reflexão interna capaz de considerar aquilo repugnante.

Eles aprovaram a ação da policia e a morte violenta do assaltante por que queríam estar no lugar deles (policiais), para fazer exatamente o mesmo, nós queremos fazer isso o tempo todo, mas só em uma situação dessas ganhamos permissão para isso. Nesse caso, não se admite desejar algo que na verdade se deseja. Nossos desejos profundos trazem um duplo sentimento. Desejamos e o mundo (pelo qual necessitamos ser aceitos) nos diz que não. Assim, se partimos do principio que o ser humano se aproxima de pessoas e coisas por identificação, temos um insight quanto ao entendimento do ímpeto à contemplação do horror. O ato perverso de se deleitar com o terror está de uma forma tão oculto em nós que nos impossibilita perceber que ele habita em nós mesmos. Está explícito, porem, com a condição que esteja só no outro, que só o outro o tenha.

Este ímpeto para a contemplação do horror, pode ter raízes na infância. O mundo de um bebê é repleto de vivencias de terror. Sobreviver em um mundo onde se é inteiramente dependente de algo ou alguém que nem sequer se conhece é um exemplo de horror. Cada fome, ou outro desconforto qualquer, representa a essa vida que acaba de se iniciar nas experiências de viver (o bebê) algo aterrorizante, antes de tudo gerador de agressividade, pelo próprio instinto de autopreservação. O momento do nascimento é em si uma catástrofe na vida do bebê, ele deixa de viver no mundo aquático e seguro do útero e tem que aprender a viver num mundo aéreo e inseguro. Daí por diante, inúmeras serão as situações em que o mundo lhe cobrará independência.

Uma serie de fatores está presente desde o inicio da vida e é geradora de crueldade na criança. Crueldade essa que vai perdendo espaço na consciência por meio do confronto civilizatório. Vai sendo obrigada a fazer parte daquilo que não se revela ao outro, mas que ainda assim habita a alma. Vai sendo confrontada em cada fase do seu desenvolvimento, talvez inicie (ou antes disso) do prazer em morder o seio durante a mamada – a mordida traz prazer no bebê, mas afasta a mãe. Até a visão dos órgãos genitais, experiência que trás uma conotação próxima desse modelo de ambigüidade, causa prazer e asco ao mesmo tempo. O próprio ato sexual, que muito desperta a atenção, é percebido pela criança, de inicio, como uma forma muito próxima da violência física. Esse instinto agressivo

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