A importância do brincar para o desenvolvimento infantil

A importância do brincar para o desenvolvimento infantil.

Luiz Gonçalves da Silva

No início da palestra, Passarelli discorre sobre o desenvolvimento e funcionamento do processo neuropsicológico da criança, o qual é responsável por diferentes estágios do desenvolvimento da relação do ambiente que irá permitir a aquisição das habilidades do desenvolvimento da criança. De acordo com a professora, a neuroplasticidade e podas, durante a infância ocorre um ajuste no número de neurônios (poda neuronal) e aumento da sinaptogênese, favorecendo a aprendizagem de novas informações. Já durante a adolescência, ocorre um refinamento sináptico, com eliminação de sinapses ineficientes” e aumento da mielinização. Os marcos do desenvolvimento devem ser observados no desenvolvimento corpóreo da criança, os quais precisam ser avaliados com muita atenção.

A professora Marcela destaca sobre a importância da brincadeira com crianças que apresentam deficiência auditiva, no que diz respeito a falta de repertório que possa compor a realidade da criança. No relato da professora é necessário o treinamento da criança, para que ela possa expressar em suas habilidades em outras idades futuras, ressaltando que isso irá implicar na sua vida enquanto pessoa adulta. A mesma destaca ainda sobre a importância da mediação de um adulto na condução da brincadeira, que seja de maneira fantasiosa ou outras simbologias que possam expressar o ato de brincar.

Desse modo, trazemos para dialogar com as discussões elencadas acima o artigo “A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento” escrito pelos autores Cordazzo e Vieira, os quais trazem reflexões extremamente importantes nas e para as reflexões do desenvolvimento infantil, tendo como foco a importância das brincadeiras no processo cognitivo e relação com o meio em que vivem.  De acordo com os escritores “a função do brinquedo é a brincadeira. O brinquedo tem como princípio estimular a brincadeira e convidar a criança para esta atividade”.

Contudo, percebemos que nos diferentes discursos, das palestrantes e do artigo, ambos convergem para uma mesma reflexão sobre o tema em tese. O ato de oferecer ou colocar a disposição de um objeto em um determinado lugar de acesso para a criança, o objeto irá “criar vida”, no sentido da ludicidade de interação da criança com o objeto brinquedo.

O brincar tem uma função primordial, e que o não brincar poderá causar impactos expressivos no desenvolvimento infantil para o convívio em sociedade. No cotidiano o brincar é muito importante por que é através do mesmo que a criança desenvolve, conhece e compreende, o seu desenvolvimento para o aprendizado e se expressarem no mundo que o cerca.

Com base nas palavras de Vigotsky destacou a importância da brincadeira para o aprender, o desenvolvimento infantil, segundo o autor, vem auxiliando cada vez mais a criança no seu aprendizado, no faz de conta a criança tem a oportunidade de ser aquilo que ainda não é, ou seja, ser o que ela imagina ser, pois através do seu imaginário ela vive suas próprias fantasias num mundo encantando, também as crianças agem como se fosse maiores, ou até imita os adultos, exercitar-se na compreensão de papéis sociais e poder usar, de modo simbólico, objetos e ações que ainda não lhe são permitidos. Citando Winnicott (1975) "a brincadeira é universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescer, logo a saúde".

Assim, podemos dizer que o brincar é um fator preponderante que contribui de maneira essencial no desenvolvimento da criança, pois entendemos que é nas interações sociais e culturais que esse sujeito irá desenvolver suas habilidades emocionais e cognitivas na compreensão do mundo e a todos os acontecimentos contextuais no seu cotidiano para sua formação humana.

         Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta, permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma.