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A psicanálise como ciência das origens a contemporaneidade

Por:   •  4/6/2021  •  Artigo  •  2.811 Palavras (12 Páginas)  •  124 Visualizações

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UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

Faculdade de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

A psicanálise como ciência: das origens a contemporaneidade.

Leonardo Freschi Pereira                        R.A:0016998-4

PIRACICABA-SP

2020

UNIMEP – UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

Faculdade de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

A psicanálise como ciência: das origens a contemporaneidade.

Leonardo Freschi Pereira                        R.A:0016998-4

Trabalho apresentado para a disciplina de Historia da Psicologia em Regime Especial de Psicologia Noturno da UNIMEP, ministrada pelo professor Pedro Faleiros.

PIRACICABA – SP

2020

BREVE HISTÓRICO

A psicanálise surge no século XIX em um período histórico de construção cientifica pautada na concepção moderna de ciência embasada em Galileu e Descartes. Ela surge em meio a um conflito entre as ciências naturais e as ciências humanas que buscavam reconhecimento da comunidade cientifica, seu maior desafio. Apesar de sua base naturalista como médico neurologista Freud abandona tais convicções ao defender a proposição do inconsciente, centrado na sexualidade humana, a fim de explicar o adoecimento das “histéricas” já que não haviam causas biológicas ou físicas que explicassem tal adoecimento. Em uma sociedade modernista, pós iluminismo e conservadora, falar de sexualidade era ultrajante.  Podemos afirmar que o advento da psicanálise freudiana propôs uma revisão epistemológica das ciências existentes até então quanto ao estudo do ser humano, as ciências pautadas apenas nas ciências naturais a na biologização dos processos não era capaz de tratar de todos os males. No trato das histéricas, o método clínico e os dispositivos analíticos propostos por Freud obtiveram resultados que mudaram o pensamento da época, pois seus resultados estavam para além da cura, ou seja, ouve a remissão dos sintomas psicopatológicos o que fomentava as bases para a aceitação acadêmica do dispositivo psicológico fundamentado sob a ideia de inconsciente.

A defesa do inconsciente como explicação das psicopatologias, seus desdobramentos clínicos e os modelos exclusivamente psicológicos para a explicação do mental denominados por Freud de metapsicologia deveriam ser, assim, considerados como construções provisórias, à espera que o avanço do conhecimento sobre o cérebro e o sistema nervoso tornasse possível sua substituição por uma teoria mais definitiva e mais próxima da realidade que se trata de conhecer, ou seja, ao propor inicialmente a metapsicologia e o Inconsciente em si, Freud buscava ganhar tempo até que a ciência avançasse a um ponto de maior clareza. No entanto essa motivação foi abandonada posteriormente, Freud aos poucos foi deixando de lado a tendência biologizante da ciência da época, para se focar no estudo do Inconsciente, e como ele se expressava na vida cotidiana, nas relações e na cultura.

Em resumo Freud basicamente acreditava ter descoberto uma “camada” oculta na mente: o Inconsciente, e desenvolve todo um campo de pesquisa que objetivava explicar o funcionamento desta camada e sua relação com o que ele vai chamar, inicialmente, de aparelho psíquico, na aposta de que ao estruturar esse aparelho e entender o seu funcionamento, seria possível tratar o sofrimento humano. A psicanálise se constituiu então como uma práxis essencialmente fundada na fala, enquanto ato, é um tratamento. Ela é à base de um método de investigação resultado da experiência clínica de escuta; das expressões do inconsciente. (sintoma, sonho, ato falho, chiste e esquecimento).

Nos últimos 50 anos, os países da Europa Central que testemunharam o nascimento e a evolução da psicanálise, assistiram também ao seu declínio, não só pela intolerância de regimes, mas ainda pelas consequências devastadoras das Guerras Mundiais. O sistema totalitário comunista da antiga União Soviética foi também responsável para o estado de inanição da psicanálise no Leste Europeu. O ideário psicanalítico se mostrou incompatível com os regimes de força, o que fez com que restassem como centros de desenvolvimento e continuidade da psicanálise os países como Reino Unido (com Melanie Klein e Donald Winnicott) e a França (com Jacques Lacan e seguidores). A América Latina também tem sido a grande beneficiária da releitura lacaniana de Freud. Outros lugares não foram tão frutíferos, a experiência adaptacionista nos Estados Unidos, onde se fixaram muitos psicanalistas judeus europeus fugidos das guerras, não obtiveram avanços na teoria freudiana, pois negaram e simplificaram a ideia subversiva da psicanálise.

O próprio mundo maior, além do ocidental judaico-cristão, surpreendentemente, nos dias atuais, já anseia pela psicanálise. A Federação Internacional (IFPS) tem atualmente sociedades psicanalíticas pertencentes a várias partes do mundo, como o Japão, o Irã, o Egito. Mas nem todo esse avanço e desenvolvimento impedem que a área esbarre em crises. No início do século XXI, a psicanálise se deparou com um período de instabilidade, fruto das mudanças no cenário mundial somadas às crises das instituições psicanalíticas. Na França, a situação de crise foi sentida à demanda do Estado em regulamentar à prática psicanalítica, a importância da psicanálise no mundo contemporâneo. O contexto exigia respostas que articulassem psicanálise e política em ações. A saída encontrada pelo movimento psicanalítico francês em resposta a crise, ocorreu pela via do retorno à psicanálise aplicada à terapêutica, colocando-a no centro dos debates e ações. A necessidade de responder a essa crise fomentou a invenção de propostas que levam a psicanálise como ciência a diante.

BASES TEÓRICO-FILOSÓFICAS E EPISTEMOLÓGICAS DA PSICANÁLISE.

Para compreender a psicanálise aplicada à terapêutica, sua origem e as bases que possibilitaram os desdobramentos teóricos vistos hoje, é necessário revisitar sua origem e compreender o que fomentou sua criação, tanto em aspectos teóricos como a própria persona de Freud.

A psicanálise é resultado de diversas evoluções de pensamento pautada até mesmo em outras teorias, mas ainda sim não necessariamente vinculada a elas, ainda que haja algum aspecto filosófico semelhante à psicanálise diferencia delas em seu desenvolvimento.

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